Bisneta de ciganos, a magia sempre foi algo presente na vida de Tânia Gori. Bruxa há 50 anos, ela aprendeu com familiares e desenvolveu ao longo de sua vida o contato com a linha mística. ”Eu não lembro de uma época da minha vida que eu não estivesse envolvida com essa linha mágica”.
O QUE FAZ UMA BRUXA?
Uma dúvida comum é o que exatamente se faz ao praticar bruxaria no mundo real. Tânia explica o estudo como uma filosofia de vida, que busca o equilíbrio e a harmonia pelos 4 elementos (terra, água, fogo e ar).
A terra, sendo os cristais e ervas, representa a parte física, material. O ar, se relaciona com a parte mental, a memória, por meio de aromas e incensos. Através de banhos, temos a água, que são os sentimentos. E por fim com o fogo, com velas e fogueiras, existe a busca e a realização dos seus objetivos.
”Eu acredito que o mundo é encantado, tudo na nossa vida faz parte da bruxaria”, diz a bruxa.
BRUXARIA NO COTIDIANO
”A minha vida se tornou a bruxaria”. Tânia tem a prática presente em muitos aspectos de sua vida: ela é fundadora da Casa de Bruxa, a primeira universidade livre holística ligada a bruxaria, e é presidente da Associação Brasileira de Bruxaria.
”Meu maior aprendizado é que a vida é muito boa, tem muita energia. Você consegue realizar tudo o que você quiser estando em harmonia com a natureza!”
Tânia busca em seu caminho no mundo da magia desmistificar as ideias equivocadas sobre bruxas e levar conhecimento para jovens que buscam seguir no mesmo caminho.
PRECONCEITO
Assim como tudo que é diferente e incomum, existem muitos preconceitos em relação a práticas de bruxas. Principalmente provenientes de religiosos.
A bruxaria muitas vezes é vista como uma religião, mas ela é uma linha de espiritualidade.
”Às vezes é difícil, quando você fala que é uma bruxa, de encontrar um fornecedor, de ter um trabalho terminado”, afirma Gori.
BRUXARIA E HOLLYWOOD
Para a maioria das pessoas, a ideia de bruxa está associada à representação Hollywoodiana dessa prática. Apesar de não condizer com a realidade contemporânea, Tânia explica como surgiu essa estereotipação.
Na época da Inquisição, as pessoas se vestiam de formas diferentes, sem tantas preocupações higiênicas e estéticas. ”O marketing que a inquisição usou, por exemplo, que toda bruxa usaria um chapéu pontudo, porque isso foi moda dentro dos castelos no século II. Então no século XVI eles associaram esse chapéu à bruxa, para que ela ficasse um ser fora de moda, um ser excluído”, explica a bruxa.
A bruxa nessa época era o nome dado a mulher que fazia questionamentos, que se colocava como líder, e isso era algo mal visto pela sociedade e pelos governantes daquele século. Essa visão também foi um fator contribuinte para o aspecto negativo e para a visão de bruxas como vilãs. Hollywood adota esse arquétipo em suas representações.
No entanto, Tânia menciona o seriado da Netflix ‘A Bruxa Boa’ (‘Good Witch’). Ela diz que nele há uma representação mais fiel, pois mostra uma mulher comum que tem um conhecimento e sabe o que quer no dia a dia.
CONSELHOS PARA QUEM QUER COMEÇAR
”Estude, estude de novo e estude”.
A bruxaria é uma formação, então ela consiste em adquirir conhecimentos sobre como as práticas funcionam. Vai muito além de acender velas e ter cristais: é preciso aprender o que está por trás de tudo isso e colocar os estudos em prática para não ser algo apenas teórico.
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O texto acima foi editado por Diovanna Mores Monte.
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