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This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

O alto custo financeiro de realizar uma viagem internacional é o grande obstáculo que vem impedindo as pessoas de conhecerem diferentes lugares ao redor do mundo. Dentro dessa realidade, o intercâmbio voluntário surge como uma alternativa para fugir do convencional: ao embarcar nessa aventura, você viaja gastando menos, e é possível prestar alguma contribuição social e viver novas experiências, reunindo muitas histórias para contar e registros no álbum de fotos.

O que é intercâmbio voluntário?

O voluntariado em outros países  têm como objetivo doar o seu tempo a favor de outras pessoas, ganhando a oportunidade de conhecer novos lugares e culturas.  O trabalho a ser realizado pode abranger questões humanitárias, sociais ou ambientais, dependendo somente da sua escolha. Com a hospedagem garantida, o importante é se envolver com a comunidade local e estar aberto a novas demandas. 

Em geral, o intercâmbio voluntário, apesar de ter como objetivo principal o impacto social, pode te ajudar a descobrir muito sobre quem você é, ao encontrar-se em circunstâncias antes inimagináveis.

adaptação

Ao arriscar viver essa viagem, é necessário ter em mente que o inesperado sempre acontece. A intercambista Caroline Brandão, de 26 anos, tem se aventurado por países da América Latina há 9 meses. 
Por já ter se voluntariado em diversos tipos de trabalho, conta que, frequentemente, planejar-se demais pode se tornar algo frustrante: “Antes eu me programava muito, mas agora eu entendo que algumas coisas fogem do seu domínio”.

Caroline em sua viagem a Paris

Para que sua viagem seja significativa, é importante estar aberto a novas experiências: Caroline, por exemplo, recentemente morou em um barco durante uma semana! Para ela, o intercâmbio voluntário é a maneira mais fácil de ser apresentada a esse tipo de oportunidade: “Eu acho que se você quer economizar e, sobretudo, viajar, você tem que estar com a mente aberta para o que vier”.

O voluntariado mais especial de Caroline foi em uma escolinha infantil, no Peru

Além disso, ela pôde observar sua evolução em uma nova língua. Apesar de recomendar já saber ao menos o básico do idioma falado no país que você irá visitar, Caroline afirmou sua melhora na língua espanhola: “Eu estive 8 meses em lugares “hispanohablantes”, e com o tempo, fui me adaptando”. E aos que ainda não se sentem confortáveis com outro idioma, é possível fazer intercâmbios menores dentro do próprio país: de uma forma ou de outra, o importante é o conhecimento e aprendizado adquiridos.

a questão financeira

Apesar do voluntariado geralmente trazer consigo a garantia de uma acomodação – e talvez uma refeição inclusa –, é necessário programar-se para gastos extras, como transporte e alimentação.

Caroline fez questão de enfatizar que nem sempre é fácil: “Aprendi com o voluntariado que, se você quer viajar, você consegue. Mas claro que não é uma vida de luxo”. A intercambista contou que trabalhou por três anos no Brasil juntando dinheiro e, atualmente, segue viajando com essa quantia.   

Além disso, relatou que, assim como ela, muitos desses viajantes optam por outros trabalhos a fim de conseguir uma renda maior: “Tem gente que faz horas extras de trabalho na viagem. Quando eu era recepcionista, por exemplo, aproveitava para vender brigadeiros para os gringos, como uma ótima sobremesa brasileira”.

Independente disso, é um modo de viagem bastante acessível. Caroline narrou um cenário extremamente vantajoso quando estava em Quito, capital do Equador: “Eu, por exemplo, em um certo voluntariado, era garçonete e guia de trilha.  Então, era um hostel de aventura, e eu visitei um vulcão ativo chamado Cotopaxi, fiz trilhas, cavalgadas…tudo de graça! Em outra situação, eu gastaria uns 400 ou 500 dólares para fazer isso”.

Um passeio que saiu em conta, pelas dunas de areia em Huacachina, no Peru

Em meio a tal contexto, esse tipo de experiência promove o desenvolvimento de valores como coletividade e empatia pelas pessoas.

ajuda de quem entende

Atualmente, plataformas como a Worldpackers e a Workaway podem ser meios facilitadores para a concretização dessa viagem, uma vez que oferecem suporte se, eventualmente, algo não ocorrer como o combinado. 

Para não ser totalmente surpreendido, é possível contar com depoimentos de outros intercambistas que já estiveram naquele local, realizando um certo tipo de voluntariado: “É possível conversar com as pessoas e saber como era o quarto, pegar dicas da cidade e outras coisas. É uma rede de família mesmo, todos que estão lá querem ajudar uns aos outros. E, para mim, viajar é fazer amizades”. 

Mas é claro que, para realizar um intercâmbio voluntário, não é obrigatório estar associado a uma plataforma. Essa opção acaba sendo só uma dica para quem deseja viajar sozinho e quer sentir uma maior sensação de segurança — especialmente sendo uma mulher.

um objetivo traçado

Um intercâmbio voluntário pode ser movido, principalmente, pela vontade de deixar um impacto social. Mas revela-se uma experiência extremamente enriquecedora internamente, trazendo descobertas sobre si mesmo.

Caroline tem viajado sozinha há 9 meses e já esteve em países como Cuba, Peru e, atualmente, Espanha. Sendo mulher e estrangeira em diferentes locais, a intercambista relatou que já viveu todo tipo de experiência, mas que nunca teve dúvidas sobre o seu desejo de viajar e, por isso, segue embarcando.

Uma visita à cidade de Málaga, na Espanha

Com ou sem data para voltar para casa, a imprevisibilidade como parte desse estilo de vida pode surpreender positivamente. Ao enfrentar grandes e pequenos desafios, o intercâmbio voluntário é um ensinamento sobre autonomia, empatia e responsabilidade: “Para viajar sozinha tem que ter coragem de falar: “Eu quero estar aqui!”.

em resumo

  1. Às vezes, a falta de planejamento e a imprevisibilidade podem te surpreender
  2. Se planeje financeiramente antes de dar início à viagem
  3. Não force para estar em um lugar em que você não se sente bem 
  4. Saiba qual tipo de trabalho você está disposto a fazer 
  5. Como mulher e, muitas vezes, estrangeira, siga a sua intuição e os caminhos que prezem seu bem-estar e segurança.
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      O texto acima foi editado por Anna Goudard.

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      Maria Cecília Dallal

      Casper Libero '26

      edito alguns textinhos por aqui! estudante de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. happy to be here! <33