Her Campus Logo Her Campus Logo
Culture

THE TORTURED POETS DEPARTMENT: conheça as cinco músicas mais profundas do álbum

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Após dois meses do lançamento do mais recente álbum de Taylor Swift, The Tortured Poets Department continua a revelar sua complexidade a cada faixa, recheada de referências, metáforas, um vocabulário ainda mais rebuscado e muita melancolia. 

Vem conferir a análise das cinco músicas mais profundas e consideradas impactantes!

“So Long, London”

“Estou pensando, quanta tristeza você achou que eu podia suportar?”

As “tracks 5” da Taylor são sempre consideradas as mais profundas e essa não podia ser diferente, né? A letra, apesar de descrever tamanha tristeza, ainda é uma metáfora para o peso de carregar e dar tudo de si para não deixar o sentimento de um relacionamento morrer. 

Eu o abraçava com força cada vez que ele começava a se afastar

Minha coluna se partiu pelo peso de nos carregar morro acima

Suor através das minhas roupas, ossos exaustos sentiam o frio”

De uma forma poética e melancólica, a compositora explora o sentimento de perder a si mesma para tentar achar incessantemente uma fonte de amor no outro, que nunca vem. Ela fala sobre o que deveria ser uma via de mão dupla e que, na realidade, é tratada como mão única. A sensação de esforço individual, juntamente a presença incerta do outro, ressoam nos seguintes versos:

“E você diz que eu abandonei o navio, mas eu estava afundando com ele

Minhas mãos estavam brancas da força de me agarrar ao seu ressentimento silencioso

E meus amigos me diziam que não era certo ficar com medo de uma traição todo dia”

Com tanto desgaste emocional e esforço para tentar salvar algo que há muito tempo já estava perdido, o cansaço vence a batalha. Em certo ponto da música, a aceitação do fim dá abertura para a possibilidade de deixar tudo para trás. É aí que o título da canção faz mais sentido: a repetição de “So Long, London” sugere uma resignificação e conformidade, trazendo Londres como símbolo de uma fase da vida a ser superada. Afinal, sabemos que Joe Alwyn, ex-namorado de Taylor, era britânico.

“Adeus, Londres
Foi bom enquanto durou”


“Fresh Out The Slammer”

Como o título da música deixa subentendido, “recém-saído da prisão” no literal, a letra aborda predominantemente a questão de libertar-se.

“Mas vai ficar tudo bem, eu cumpri a minha pena

Agora, meu amor

Estou voltando pra casa, pra você”

Para além de uma prisão física, “slammer” pode ser interpretado como um estado de confinamento psicológico que, ao se sentir livre de um amor não saudável, finalmente traz um estado de consciência e autodescoberta. Algumas pessoas dizem que essa música pode até ser para Matty Heally, integrante da banda The 1975.

Taylor ainda deixa a entender que ao se libertar, ela poderia voltar a encontrar um amor que permaneceu apesar das adversidades e para quem ela está correndo, esperando finalmente ser salva de um período de lutas.

“Agora, meu amor
Estou correndo

Para a casa na qual você ainda espera, a luz da varanda acesa (acesa)
Para aquele que diz que eu sou a garota dos seus sonhos americanos
E não importa o que eu fiz, não importaria, de qualquer forma
De jeito nenhum eu vou estragar tudo, agora que sei o que está em jogo”

Taylor termina a canção com a esperança da existência de recomeços e aprendizagem com erros do passado.

“loml”

Seguindo o fio das duas músicas vistas acima, “loml” continua com a perspectiva de um amor que necessita ser reacendido.

Quem vai nos impedir de voltar a dançar sobre chamas reacesas

Se nós já sabemos o caminho?

Nós bordamos as memórias do tempo que passei longe

Escrevendo: Éramos apenas crianças, meu bem”

A letra expressa a nostalgia do que foi vivido e a realidade não condizente com o que um dia já foi, reforçando a existência de erros e desavenças, embora também tivessem momentos bons que não voltariam a ser como eram. Por outro lado, a analogia de “memórias bordadas” e demais referências ao ato de costurar podem ser interpretados como um esforço feito para tentar reconstruir e embelezar tais momentos.

Em certo ponto, a música sai do âmbito ilusório e passa para um momento em que Taylor expressa a quebra de expectativas e de condenação às promessas não cumpridas. 

“Um vigarista vende a um tolo um esquema para conseguir amor rapidamente”

Além disso, “loml” sugere ser  uma abreviação de  “love of my life”. Na canção, Taylor utiliza como elemento inesperado aos ouvintes: ao ver o título, espera-se uma música romântica, mas que ao decorrer fica claro que se trata de uma canção sobre perdas e corações partidos, sendo finalizada com um “loss of my life”. 

“The Prophecy”

De longe, uma das canções mais melancólicas. Submersa num sentimento de profunda descrença, Taylor trata o amor como um objeto genuinamente inalcançável. Algo que sempre se mostra presente, mas nunca inteiramente conquistado.

“Mão na alavanca, pensei que tinha capturado um raio em uma garrafa

Ah, mas o perdi outra vez”

Metaforicamente, a expressão “raio em uma garrafa” refere-se à ideia de capturar algo raro e difícil de obter. Ao dizer que pensou ter capturado, é como dizer que finalmente parecia ter encontrado a pessoa certa, mas que, no final das contas, não tinha dado certo mais uma vez. 

A música vem em forma de súplica, um pedido a forças maiores para retirarem a “maldição” que Taylor acredita pairar sobre ela. É a crença de estar presa em um destino já traçado e imutável. É como esperar um ônibus que nunca vem (“Hits Different”).

“Ando de um lado pro outro quando chego em casa, acho que uma mulher mais fraca já teria perdido a esperança                                                       

Uma mais forte não imploraria, mas eu olhei para o céu e disse”

Há também uma dualidade entre ser uma “mulher mais fraca” que perderia a esperança e uma “mulher mais forte” que não imploraria, questionando seu próprio valor e força nos momentos de desespero.

“The Alchemy”

Em contraste com “The Prophecy”, “The Alchemy” aparece como um som de renovação e alívio diante de um período sombrio. Dessa vez, a presença de elementos místicos são para justificar toda a química e magia presente e não como uma forma de maldição.

Aqui, está presente a ideia de um evento raro, assim como o “raio em uma garrafa”, mas, dessa vez, deixar escapar novamente não é uma opção. 

“E se eu te dissesse que estou de volta?

O hospital foi um saco

O pior sono que eu já tive

Eu circulei você em um mapa

Faz tanto tempo que eu não venho

Mas estou voltando com tudo”

Além da metáfora relacionada à alquimia, o refrão é carregado de metáforas esportivas (Alô, Travis Kelce!). 

Esses versos também podem ser interpretados como a retomada de uma posição de destaque agora que ela está de volta. Logo em seguida, Taylor canta “Porque a placa no seu coração diz que ele ainda está reservado pra mim”, sugerindo que a conexão permaneceu inalterada apesar do tempo e circunstâncias.

Por fim, a alquimia, fio condutor de toda a narrativa da canção, pode ser interpretada como a transformação mágica ou química quando duas pessoas têm o poder de elevar a conexão a outro patamar, transformando experiências passadas em algo poderoso e mais forte. Se questionar sobre quem são para lutar contra a alquimia traz a ideia de que certas forças, como o amor e tal conexão são incontroláveis. 

E aí, para você, qual a música mais profunda do mais novo álbum da loirinha?

———————-

O artigo acima foi editado por Luana Zanardi.

Gostou desse tipo de conteúdo? Confira Her Campus Cásper Líbero para mais!

Emile Vithorya

Casper Libero '26

Audiovisual communication student at Cásper Líbero, who loves reading, writing and if you see me, I'll probably be taking pictures or recording something :)