Com milhões de usuários ativos por dia, essa plataforma foi capaz de inovar uma vitrine digital, hoje, desenfreada para marcas e lojas.
A impulsividade nas compras vai além daquilo que a plataforma TikTok mostra sobre o consumismo desenfreado. As redes sociais, em geral, são ambientes de constante pressão social e novidades diárias que levam a essas compras excessivas. Mais do que a necessidade de comprar tudo o que viraliza, essa e outras plataformas mostram como a sociedade lida com esses prazeres para ficar por dentro de uma trend, por exemplo.
Tendência e influência
Em determinado momento, tudo se tornou um objeto de consumo, desde discursos sociais e políticos até produtos de beleza. Essa tendência, viralizada principalmente no TikTok, tornou-se palco para discussões acerca de como a sociedade é influenciada a mudar seus costumes e modos de vida para seguir as trends das redes sociais. Uma espécie de ciclo sem fim que carrega, muitas vezes, consequências irreversíveis.
Impactos na saúde mental dos usuários
Um questionamento diário para quem consome esse tipo de conteúdo é: se aquele influenciador digital tem determinado produto, por que eu não posso ter? Oniomania, como é chamada em casos mais graves, é uma das consequências enfrentadas por aqueles que sofrem do Transtorno de Compra Compulsiva. Segundo o Jornal USP , a perda de controle ao comprar representa 5% da população geral, sendo identificada com maior frequência em mulheres. Essa perda de controle, deve-se, em sua maioria, a casos de ansiedade e depressão, as compras funcionam como um “remédio” e o TikTok é apenas um impulsionador para esse gatilho.
Engajamento acima de tudo
Uma trend acaba, outra se inicia e esse ciclo é inevitável. A plataforma é movida pelo marketing “boca a boca”, quando seus usuários recomendam marcas, produtos e temas de tendência uns para os outros. A lógica é simples: quanto maior o engajamento, maiores as vendas e, consequentemente, mais pessoas são influenciadas por esse consumismo. Nesse cenário, grandes marcas e lojas exercem o papel de domínio sobre essa plataforma e consolidam sua posição no mercado as custas delas e do público que contribui diariamente para isso.
tem um lado positivo em tudo, né?
Nessa jornada de compras, não temos apenas pontos negativos, um ponto positivo que o TikTok proporciona aos consumidores desse conteúdo é que, segundo dados divulgados pela Path-to-Purchase do aplicativo, 50% deles sentem-se mais alegres, animados e entusiasmados com os produtos que conhecem através dele.
ALERTAS DOS PRÓPRIOS USUÁRIOS
A plataforma que conhecemos hoje deixou de ser dedicada apenas às trends virais de dancinhas. Atualmente, ela cria e promove diversos conteúdos para todos os interesses. Sendo assim, é capaz de promover uma interação única e diversa entre criadores de conteúdos digitais e usuários que não só cultivam conteúdo, mas são capazes de fazer o seu próprio.
O interesse econômico é algo vital e presente em toda e qualquer plataforma, mas cabe à sociedade aprender a agir com ele em meio a um mundo capitalista e submerso na era digital. O curioso é analisar como, ao mesmo tempo, que a plataforma estimula essa compra desenfreada, movimentos dentro do próprio TikTok alertam sobre os perigos por trás disso. O consumo consciente vira uma espécie de nova trend do momento em meio a essas armadilhas do consumismo.
DE OLHO NO CONSUMO CONSCIENTE
Underconsumption core, como chamado no exterior, é o lema para “uma vida de menos consumo”. Segundo a Revista Terra, muitos que caem nessa armadilha chegam até a passar por um estresse financeiro por se induzirem a um looping infinito de compras. Chegando até a buscar ajuda psicológica para lidar melhor com isso. Com auxílio, esses espectadores perceberam que realmente não desejavam tudo o que viam, era apenas um campo de fuga, e que compravam aquilo por ansiedade.
Diante desses delírios de compras do TikTok, cabe não somente ao consumidor, mas às marcas agirem de forma ética e responsável quando os produtos forem vendidos, já que os problemas relacionados a esse vício são recorrentes. Fora isso, essa ação garante a transparência sobre os impactos, em específico o financeiro, que essas grandes marcas podem causar, se usuário cair na armadilha da compulsão das compras. Agora, em época de Black Friday, é ainda mais importante que o consumo consciente seja praticado.
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O artigo acima foi editado por Anna Muradi
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