Por causa da paralisação cultural, algumas alternativas de entretenimento e lazer foram reinventadas e assim, este ano ocorreu a 1° Mostra de Cinema Virtual de São Paulo, dentro do projeto “Cultura em Casa”, uma iniciativa do governo estadual de São Paulo, que visa – como o próprio nome já diz – levar a cultura para as casas das pessoas. Um evento digital que mexe com a emoções de todos os amantes de cinema e arte e que junta em sua programação documentários, longas metragem, peças, entre outros.
A mostra internacional de cinema de São Paulo foi fundada em 1977 e teve muitas edições até o dia de hoje, sendo em 2020 a sua 42° – mas é a primeira vez que o evento teve formato virtual.
Essa edição ocorreu entre os dias 1° e 30 de setembro. Um mês inteiro estreando filmes todos os dias, no horário das 19h às 22h, perfeito para assistirmos deitados depois de um longo dia. Os 33 filmes apresentados na mostra são de 21 países e de vários gêneros, o que a faz ser diversificada e cheia de conteúdo.
Porém, uma pergunta deve ser feita diante deste evento, a mostra virtual vai substituir a amostra presencial? Para Marco Vale, doutor em Meios e Processos Audiovisuais pela Universidade de São Paulo e Coordenador de Ensino do curso de Rádio, TV e Internet na Faculdade Cásper Líbero, essa mostra tem peso cultural, mas não conseguem trazer muitos fatores da presencial.
“Elas não suprem uma série de aspectos. Um festival envolve turismo, economia local (turistas que vão até os locais e consomem). Nota-se isso no Festival de Inverno de Campos do Jordão ou no Festival de Cinema de Gramado”. Ainda assim, segundo Vale, se trata de uma nova janela de exibição e que vai continuar daqui alguns anos: “Abriu um caminho. Um vai agregar ao outro e não substituir o outro”.
De acordo com Vale, esse modal da mostra consegue torná-la mais acessível, pois atinge públicos de muitos estados e por ser virtual está disponível para pessoas que não conseguem ter tempo de ir presencialmente. Outro ponto é que a mostra é 100% gratuita, tornando-a possível para muitos.
Em contrapartida há quem não possui internet em casa e assim não consegue acessar o conteúdo da mostra. Em uma pesquisa feita pelo IBGE em 2018, 46 milhões de brasileiros não tinham acesso à internet. Esse número se mostrou alarmante em 2020, já que muitos aspectos da vida foram transferidos para o mundo digital.
Experimentando a mostra
Primeiramente, para participar da mostra online foi necessário entrar no site do “Cultura em Casa”. Explorando o site, era possível perceber o quanto o universo do projeto era abrangente.
Logo quando se entrava no site, se via as capas dos filmes, suas datas de estreia, horários de exibição e uma pequena sinopse de cada produção. É válido lembrar que havia a opção de assistir filmes sem e com legenda.
Um dos filmes disponíveis era “Pecados antigos, longas sombras” ou como título original “La Isla Mínima”. Quem escolheu assisti-lo, antes de seu início acompanhou uma fala de Fernando García Casas, embaixador da Espanha. Nela, ele abordou a parceria entre a embaixada da Espanha no Brasil e o governo do estado de São Paulo para o projeto Cultura em Casa.
“La Isla Mínima” é um filme de suspense lançado em 2014, com um conteúdo pesado e por isso a faixa etária é de 16 anos. Ele conta a história de dois investigadores que trabalham no caso do desaparecimento de duas jovens, que são achadas mortas, após terem sido torturadas e estupradas. Ao longo do filme vão aparecendo cada vez mais crimes contra mulheres e a investigação gira em torno de quem cometeu tais atrocidades.
Desde o início, a história também dá a perspectiva dos policiais. Conhecemos um pouco deles, de comportamentos à situações da vida pessoal, revelando muito sobre a personalidade de cada um e até surpreendendo o espectador.
A mostra foi uma aposta válida pra suprir a necessidade cultural durante a pandemia, agora é esperar e torcer para que no próximo ano ela possa voltar a acontecer presencialmente e quem sabe com alguma interação virtual também.
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The article above was edited by Vivian Souza.
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