Durante a história brasileira, muitos personagens se destacaram ao reivindicar direitos, liderar revoluções e até mesmo ao proclamar a independência. Mas você já percebeu que, sempre que os grandes marcos brasileiros se tornam pauta, os personagens masculinos são os protagonistas?
É fato que os homens exerceram papéis importantes e muitos deles são autores de feitos mais do que importantes para o Brasil e para o mundo. Porém, é de se pensar: será que eles foram os únicos a fazer coisas grandiosas? Será que eles não tiveram ajuda feminina? Será que foram só os homens que lutaram as grandes guerras? Por que ninguém fala das mulheres?
A partir das perguntas acima, pesquisamos a fundo mulheres icônicas que fizeram história no Brasil e, a partir disso, fizemos uma lista com cinco personalidades incríveis do passado, com indicações de biografias para que você as conheça melhor!
1. Carmem Miranda
Imagem: Wikimedia Commons
Carmen Miranda nasceu em Portugal, mas chegou ao Brasil com apenas um ano de idade. Desde de muito nova, Carmen sonhava em ser atriz e cantora. Em 1929, começou a se apresentar em clubes e teatros e, em 1933, foi a primeira mulher a assinar um contrato com uma rádio.
Prestes a se transformar em um dos maiores símbolos do país, estreou no cinema em 1936 e fez diversas comédias musicais como “Alô, Alô Carnaval” e “Banana da Terra”.
Em 1939, Carmen foi contratada para ser uma das atrações no show “The Streets of Paris”, que estrearia na Broadway. O sucesso das apresentações projetou Carmen nos Estados Unidos e, em 1941, ela foi a primeira sul-americana a receber uma estrela na Calçada da Fama em Hollywood.
Ela se tornou uma espécie de símbolo da América Latina, com seus brincos de argolas, babados e saltos plataformas. Carmen marcou a história brasileira e muito mais pode ser descoberto sobre esse símbolo nacional em suas biografias.
2. Maria da Penha
Imagem: Wikimedia Commons
Por trás de um nome comum está uma das mulheres mais importantes da história recente do Brasil. Maria da Penha Maia Fernandes é líder de movimentos de defesa dos direitos das mulheres e vítima de violência doméstica — ela ficou paraplégica ao levar um tiro do marido enquanto dormia.
Depois de escapar de duas tentativas de assassinato por parte do cônjuge e lutar durante 20 anos para ver o agressor punido, ela alertou o governo para a urgência de uma legislação que protegesse mulheres vítimas de violência doméstica. Sua batalha não foi em vão, e a lei que leva seu nome vigora desde 2006.
A Lei 11.340 estabeleceu o aumento das punições à agressão contra a mulher e promoveu uma série de medidas para proteger a integridade física e psicológica das vítimas. Hoje, ela coordena uma ONG que auxilia mulheres e trabalha no combate à violência.
A biografia de Maria da Penha está disponível em vários sites online que você pode consultar aqui e também pode ser encontrada em formatos de eBook.
3. Anita Garibaldi
Imagem: Wikimedia Commons
Intitulada como “a heroína dos dois mundos” (italiano e brasileiro), Anita foi uma revolucionária que fez história no século XIX. Nasceu em Santa Catarina e lá casou-se com o guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi, com quem lutou na Revolução Farroupilha (no Brasil) e contra a invasão do exército austro-húngaro (na Itália). Teve cinco filhos, mas nunca deixou de lado as frentes de batalha, mesmo quando estava grávida.
Anita conheceu Garibaldi em 1839, quando ele foi exilado para o Rio de Janeiro fugindo de seu país após ser condenado à morte ao lutar pela unificação da Itália. Uma das batalhas mais lembradas do período é a do Gianicolo, na qual Anita lutou com grande bravura. Outros atos da guerreira foram registrados em inúmeros livros.
4. Chiquinha Gonzaga
Imagem: Wikimedia Commons
Chiquinha Gonzaga, um dos maiores nomes da música popular brasileira, foi a primeira mulher a reger uma orquestra no Brasil. Ela adaptou o som do piano, instrumento normalmente voltado à elite, ao gosto popular, o que lhe valeu a glória de se tornar a primeira compositora popular do país. O sucesso de Chiquinha Gonzaga veio em 1877, com a composição “Atraente”.
Ela foi a fundadora, sócia e patrona da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT), ocupando a cadeira nº. 1, e é autora da primeira marchinha de carnaval da história: “Ó Abre Alas”, composta em 1899.
Chiquinha criou dois filhos sozinha e compôs mais de duas mil músicas. Ela ainda lutou contra a monarquia e a favor da abolição da escravatura, já que sua mãe era filha de uma escrava com um nobre da sociedade.
Estreou no teatro criando a trilha para a opereta A Corte na Roça. Na ocasião, a imprensa nacional não sabia como tratá-la, pois não existia o feminino para a palavra maestro. Deu-se então a invenção do termo “maestrina”.
O Dia Nacional da Música Popular Brasileira é comemorado em 17 de outubro, data em que ela nasceu. Chiquinha definitivamente marcou a cultura brasileira e sua história pode ser encontrada nestes livros.
5. Nísia Floresta
Imagem: Wikimedia Commons
Nísia Floresta Brasileira Augusta foi uma escritora, educadora e poetisa. Inspiração do movimento feminista brasileiro, foi a primeira voz feminista de expressão no país em uma esfera pública. Questionou a escravidão e propôs o sistema republicano de governo na sua instituição de ensino.
Ela foi provavelmente a primeira mulher a romper os limites entre os espaços públicos e privados publicando textos em jornais, na época em que a imprensa nacional ainda engatinhava. No período em que esteve no interior pernambucano, Nísia publicou seus primeiros textos, voltados para o público feminino, no jornal Espelho das Brasileiras.
Seu primeiro livro “Direitos das mulheres e injustiça dos homens” também foi o primeiro no Brasil a tratar dos direitos das mulheres. Outros livros sobre sua história fantástica podem ser encontrados aqui.
E qual dessas figuras você mais gostou de conhecer? Você conhece alguma outra história de figuras femininas fazendo história? Comenta aqui pra gente!