No ano de 2017, completando 70 anos de histórias assustadoras, Stephen King comemora uma nova adaptação para os cinemas, ganhando o coração dos fãs ao redor do mundo: “It – A Coisa”.
O longa não é uma história singular, tampouco o seu escritor, Stephen Edwin King. Ambos parecem simples por fora mas, ao adentrar em seus interiores, é possível notar uma inteligência certeira. E Pennywise é apenas uma das personagens que o aclamado escritor americano criou. Nascido em 21 de Setembro de 1946, em Portland – uma cidade pequena no interior do Maine – Stephen é o pai de mais de 38 “filhos” ficcionais. Um verdadeiro marco para a literatura norte-americana.
Foto: PopHorror
Pode-se dizer que a mais nova adaptação para as telinhas é um remake do telefilme feito em 1990. Mesmo com muita influência da produção anterior, Pennywise aparece mais assustador (há quem prefira o original!). Além disso, a versão de 2017 optou por uma estratégia de marketing ao dividir a história do livro em dois filmes – CAPÍTULO 1: a história apenas das crianças e CAPÍTULO 2: trinta anos depois da primeira batalha contra o palhaço.
“It – A Coisa” (2017) é um filme com uma pegada Stranger Things. Ele abrange os piores pesadelos das crianças e denuncia a crueldade e os pecados cometidos pelos adultos. A história começa com Georgie (Jackson Robert Scott) – irmão mais novo de Bill Denbrough (Jaeden Lieberher) – indo testar o seu mais novo barquinho de papel na chuva. Quando o brinquedo cai dentro do bueiro e o pequeno tenta alcançá-lo, Pennywise aparece para fazer um convite que irá mudar a vida do garoto:
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— Você quer um balão Georgie? Ele flutua. Todos flutuam aqui embaixo. Venha flutuar também.
Com o desaparecimento de Georgie, Bill passa a maior parte do tempo procurando o seu irmão. Nisso, ele reune Richie (Finn Wolfhard, de “Stranger Things”), Eddie (Jack Dylan Grazerm), Beverly (Sophia Lillis), Ben (Jeremy Ray Taylor), Stanley (Wyatt Oleff) e Mike (Chosen Jacobs) – o Clube dos Perdedores – para resolver o mistério.
“It – A Coisa” tem uma atmosfera oitentista, unindo sete atores mirins que trazem (muito!) carisma para as telonas em meio às lutas pessoais. Com interpretações surpreendentes e uma bela construção dos personagens, o filme conquistou uma forte empatia do público. Bill Skarsgård consagrou o palhaço com uma ótima caracterização, tanto no figuro, nos jeitos e tiques, quanto na sua voz.
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Porém, engana-se o espectador que pensa em “It – A Coisa” como um filme super tenso de terror. Logo após a primeira cena assustadora, o diretor Andy Muschietti opta por criar uma atmosfera descontraída com a presença do Clube. As crianças que enfrentam Pennywise são fortes, bem construídas e com características especificas e únicas para quebrar a tensão do longa com boas risadas.
O tom cômico, presente logo após as cenas assustadoras, delineia o filme (mesmo algumas vezes beirando o clichê). A única preocupação é: até onde vai esse humor? Pois deveria ser um filme memorável – por se tratar de um dos piores pesadelos infantis: o palhaço -, mas acaba virando um filme com “duplo gênero“.
Alguns dos pontos altos da produção cinematográfica são a abordagem de diversos assuntos polêmicos, sendo interessante ver como o palhaço Pennywise trabalha com esses sentimentos e nos mostra que os maiores pesadelos estão dentro de nós mesmos, além da construção dos adultos, sempre trazendo os pecados e os males humanos neles e não nas crianças.
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“It” consegue ser assustador, cômico, romântico e pesado ao mesmo tempo. Uma mistura que tinha tudo para dar errado, mas que surpreendeu até o próprio Stephen King. “É diferente, mas, ao mesmo tempo, o público irá se identificar. As pessoas vão amar as personagens. E quando você gosta deles, os sustos funcionam”, disse em seu blog.
Funcionou. Por isso teve a repercussão mundial e deixou uma marca para os filmes de terror. Se você saiu do cinema com uma sensação de leveza e de quero saber mais sobre eles, não estranhe: o filme deu certo. Pennywise te fez flutuar, não? E a expectativa é grande para o segundo.
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PS1: Não aceite balões.estranhos de vermelhos
PS2: Belo jeito de comemorar o seu aniversário, Stephen King!
Edição: Letícia Giollo