Charlie Brown Jr. marcou diversas gerações e ainda continua com seu efeito. A banda de rock nacional, com traços do reggaeton, foi criada em 1992 na cidade de Santos, por Chorão (Alexandre Magno), Champignon, Renato Pelado, Marcão e Thiago. A banda teve fim em 2013 após o falecimento do vocalista Chorão, vítima de overdose, mas que deixou um legado na música jamais esquecido. Champignon também faleceu, vítima de suicídio meses após a morte de seu melhor amigo.
- Personalidade e estilo da banda
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A estética visual dos integrantes, principalmente de Chorão, sempre foi marcante. Com um estilo associado às ruas, eles portavam bonés, correntes nos pescoços, shorts largos e tênis de skatistas. Mas, um item era extremamente característico, marcando presença nos clipes e letras das músicas: o skate.
O amor do vocalista pelo item era tanto que ele realizava as manobras nos shows. Já houve casos onde o cantor atirava skates e shapes para a plateia. Foi o que contou Graziela Gonçalves, viúva de Chorão, de personalidade forte, mas sensível, no livro “Se não eu, quem vai fazer você feliz?”, onde escreveu a história dos dois. Tanto Chorão, quanto o resto do grupo chamavam atenção por onde passavam e tornaram-se um fenômeno rapidamente.
Por ter sido um estilo jovem de contar histórias e passagens que abrangiam os temas usuais dos ouvintes, a personalidade e estilo do CBJR viraram ponto de referência para muitas pessoas, indo das roupas até o famoso skate. O esporte se tornou expressivo por ser visto como “descolado”, assim como os membros do grupo.
- Popularidade do skate
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O skate tornou-se cada vez mais popular, primeiro nas ruas de Santos e da Baixada Santista, depois em São Paulo e rapidamente, ganhou o Brasil. Ainda hoje existem coleções de shapes e modelos que remetem a banda, além de itens de colecionadores como skates autografados. O rapper Matuê é um dos portadores da relíquia e afirmou em seu Instagram que até hoje guarda com carinho a peça assinada por um de seus ídolos e de suas maiores inspirações, representado no hit “Máquina do Tempo”, de 2020.
A relação entra a banda e o esporte foi tão forte que em março de 2021 fãs brasileiros realizaram uma campanha para incluir o personagem de Chorão em um jogo de Tom Hawk’s, um dos maiores skatistas do mundo e homenageado pelos músicos diversas vezes. A comoção foi grande e a canção “Confisco” acabou sendo incluída no game.
- A marca da banda até hoje
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A influência da banda no skate e no esporte despertou o interesse em diversas faixas etárias. Gabriela Occhipinti, de 21 anos, foi uma das afetadas. Nascida em Santos, desenvolveu o gosto pela banda desde pequena, em 2009, quando tinha cerca de dez anos. “É uma banda muito especial, presente na minha vida até hoje”, diz com carinho. Gabriela é estudante de jornalismo e explica que a estética do Charlie Brown Júnior sempre a influenciou, incluindo, o gosto pelas quatro rodinhas. “Descobri que o Chorão havia nascido em Santos e comecei a me identificar muito com as letras e com as mensagens”. Embora nascida na Baixada, ela morou por toda a infância e adolescência em Curitiba e ressaltou que o grupo ajudou para que ela “não se sentisse fora do ninho”.
A estudante sempre gostou de esporte e quando comprou um long (skate de shape maior) lembrou das famosas cenas do Chorão nas pistas de skate. “Eu queria estar mais envolvida com a cultura. O Charlie Brown trazia muito isso, essa cultura do skate, do surfe e tudo mais”, diz sobre a influência.Amanda Pavilião, de 19 anos e também estudante de jornalismo, dividiu a mesma paixão pelo esporte por influência do grupo. “A energia que eles passam é o que faz com eles sejam sempre presentes”, conta sobre sua paixão por eles. Amanda sempre foi apaixonada pela cultura urbana e arte de rua, característicos da banda de rock, e isso fez com que ela se aproximasse ainda mais do skate. “O Charlie Brown JR. foi essencial pelo gosto pelo skate. O Chorão, principalmente, tinha inclusive uma pista de skate que ele construiu em Santos. Ele levava para todo lugar, teve inclusive uma entrevista do Jô Soares que ele entrou com o skate. Antes era visto como coisa de marginal, ele quebrou esse paradigma”, relembra a fã, que aumentou seu ciclo social e passou a ver a cidade de um jeito diferente por causa da banda e do esporte.
Gabriela e Amanda são apenas duas das milhares pessoas que guardam a admiração que uma das maiores bandas nacionais deixou como herança.
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O artigo acima foi editado por Giullyana Aya Lourenço.
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