Quando o assunto é tendência dentro do indie pop, Marina já é um nome mais que conhecido – ou ‘Marina and the Diamonds’, stage name que fazia trocadilho com seu sobrenome Diamandis, até meados de 2019.
A cantora galesa chegou a ser uma das headliners da edição brasileira de 2022 do Lollapalooza e gerou polêmica: após se posicionar contra os presidentes Vladimir Putin e Jair Bolsonaro, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) chegou a lançar uma nota proibindo manifestações políticas durante o evento, sob risco de multa no valor de R$ 50.000.
A popularização de Marina, porém, começou ainda em 2010 com seu álbum de estreia, ‘The Family Jewels’, dono de uma sonoridade nova e estilo próximo ao de outras cantoras em ascensão. Mas foi em 2012 que a mesa virou com o lançamento de ‘Electra Heart’. Esse foi o início da era que marcou uma geração.
Em abril de 2022, o disco comemora o marco de 10 anos de lançamento – provando mais uma vez o quão atemporal e cíclico o ‘coração iluminado’ é.
A identidade visual queridinha do Tumblr
O ano era 2012 e só se falava da mais nova loira, hiperfeminina, com músicas chiclete e seu marcante coraçãozinho no rosto. Foi assim que Marina deu o primeiro passo para um dos conceitos mais característicos do cenário alternativo.
Construído acerca de referências marcantes da cultura pop, como a obra de 1966 ‘The Valley of the Dolls’’ (que nomeou uma de suas faixas), e estética com alusão a outros clássicos como ‘Lolita’, o álbum se consolidou como visual desde o lançamento. Ele se tornou um dos estilos favoritos dos usuários de redes como Tumblr, Twitter, We Heart It e Reddit.
Electra em busca do sonho americano
A personagem ‘Electra’ nasce como crítica à concepção de uma futilidade feminina baseada em seus papéis sociais na era de ouro norte-americana.
Seu projeto de arquétipos representa quatro personalidades estereotipadas que são retratadas de maneira satírica ao longo do disco:
- A dona de casa, representada nas faixas ‘Valley of the Dolls’, ‘Hypocrates’, ‘Lies’ e ‘Starring Role’;
- A rainha da beleza em ‘Primadonna’, ‘The State of Dreaming’, ‘Lonely Hearts Club’, ‘Buy the Stars’ e ‘Fear and Loathing’;
- A destruídora de lares apresentada em ‘Homewrecker’, ‘Power & Control’, ‘How to Be a Heartbreaker’ e ‘E.V.O.L’;
- A jovem desocupada de ‘Teen Idle’, ‘Radioactive’, ‘Bubblegum Bitch’ e ‘Living Dead’.
Todas as faixas receberam vídeos especiais de suas representantes em seu canal do YouTube.
Recepção nos charts
‘Electra Heart’ debutou em primeira posição na Billboard UK, tendo a faixa ‘Primadonna’ em 11º lugar das músicas mais ouvidas no ano de 2012 no Reino Unido. O sucesso eminente se expandiu não apenas na Europa, mas também atingiu o público pop norte-americano, ultrapassando cantoras como Lana Del Rey.
Apenas na primeira semana, Marina atingiu o marco de 21.358 cópias vendidas no iTunes e em formato físico. O disco conquistou três certificações de ouro na Irlanda, Reino Unido e Estados Unidos.
E o ‘bubblegum’ grudou mesmo
Graças às novas trends na internet, muitos artistas e músicas têm voltado aos holofotes, chamando a atenção do público jovem. ‘Bubblegum Bitch’ é um grande exemplo disso: de repente começou a aparecer com frequência em vídeos da plataforma TikTok e agora conta com mais de 304 mil streams no Spotify, além de ter entrado nas músicas mais procuradas da biblioteca do Instagram.
E essa não foi a única música que voltou aos ouvidos dos fãs: outras como ‘Primadonna’ e ‘Teen Idle’ foram novamente nomeadas favoritas nas redes. O buzz foi tanto que impressionou os internautas, que pensaram se tratar de músicas recém-lançadas.
Faltando um mês para o aniversário do álbum, ‘Electra Heart’ subiu para o décimo lugar na parada ‘Top Dance Albums’ da Billboard, se tornando um dos discos pop mais ouvidos ao redor do mundo. Sua mensagem continua sendo repassada para uma nova geração de garotas, assim como foi feito em 2012. Essa é a ciclicidade que Marina nos proporciona através de sua arte.
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O texto acima foi editado por Diovanna Mores Monte.
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