Nós somos a onda (título original: Wir sind die Welle) é uma série alemã criada por Jan Berger, Dennis Gansel e Peter Thorwarth. A produção foi lançada em todos os países na plataforma Netflix, no dia 1 de novembro de 2019, e é inovadora em vários aspectos. O enredo principal é a história de cinco jovens que passam a questionar muitos pilares do capitalismo e se reúnem para fazerem ações para denunciar ou divulgar alguns acontecimentos, empresas ou pessoas públicas e, assim, promover conscientização. Todo o movimento se inicia quando Tristan (Ludwig Simon), um aluno novo misterioso, aproxima-se de Lea (Luise Befort), Zazie (Michelle Barthel), Rahim (Mohamed Issa) e Hagen (Daniel Friedl) e eles começam a encontrar ideais comuns.
A série utiliza muitos elementos metafóricos e aborda diversas reflexões profundas, propondo questionamentos como: até que ponto somos adestrados pelo sistema capitalista? Por que continuamos fazendo as mesmas coisas todos os dias e não enxergamos muitos problemas do capitalismo e da sociedade? Até onde vale a pena lutar pelo que acreditamos? É errado cometer atitudes consideradas criminosas se for para fazer o bem? Um movimento com muitas pessoas sai do controle?
Confira agora cinco motivos pelos quais você tem que parar tudo que estiver fazendo nesse momento e ir correndo assistir aos episódios emocionantes de Nós somos a onda!!
1. A série é curta e dinâmica
Se você gosta de narrativas dinâmicas e com muitos acontecimentos emocionantes, Nós somos a onda é ideal para você! A produção possui apenas uma única temporada com seis episódios, cada um com aproximadamente cinquenta minutos. Isso faz com que a narrativa não seja lenta e parada, mas com muitos fatos eletrizantes que prendem a atenção dos espectadores. Além disso, a vantagem de ser uma série curta é que você pode maratonar todos os episódios em pouco tempo, podendo digerir com calma todas as reflexões e os aprendizados propostos pelos criadores.
2. Foge dos padrões de séries adolescentes famosas
Foto dos protagonistas da série, da esquerda para direita: Tristan (Ludwig Simon), Zazie (Michelle Barthel), Hagen (Daniel Friedl), Lea (Luise Befort) e Rahim (Mohamed Issa). Na legenda, na tradução em português: “Podemos mudar alguma coisa. Aqui e agora.”
Muitas séries adolescentes mundialmente conhecidas apresentam diversos elementos em comum, por exemplo contar a história do envolvimento amoroso entre um atleta estudante do ensino médio com uma aluna dedicada aos estudos, ou uma jovem vilã que tenta impedir o relacionamento dos protagonistas. No entanto, Nós somos a onda foge desse modelo e faz um mergulho em um universo completamente diferente. Mesmo sendo uma série adolescente, a produção foca em aspectos que normalmente não têm tanta visibilidade, como a revolta dos jovens diante de alguns pilares do sistema capitalista e a preocupação desses adolescentes com pautas sociais importantes, como desigualdade social, pobreza, padrões de beleza, entre outros.
3. Possui um protagonista bem diferente dos típicos galãs
Na legenda da foto, na tradução em português: “TRISTAN. Algo pode estar errado se for certo para você?”. Na legenda do vídeo, na tradução em português: “Eu costumava fazer parte de um grupo que estava determinado a acabar com o capitalismo e com a globalização, mas teria como alvo apenas o homem mais invencível que pudessem, que seria sua desculpa para o fracasso. Nós cinco não estaremos salvando baleias, não estaremos levando direitos humanos para a China, mas o que podemos fazer é mudar as coisas aqui, agora.”
Outra característica importante que faz com que a série não seja um clichê adolescente é, sem dúvidas, o protagonista Tristan (Ludwig Simon). Aluno novo com muitos mistérios, ele passa longe da superficialidade que frequentemente marca a história dos galãs das séries teen. O jovem possui princípios claros e preocupações legítimas na sociedade em que vivemos, como os lucros absurdos de algumas empresas. A série trata de alguns traumas de seu passado que mudaram muitas de suas percepções sobre o mundo e se transformaram em motivações no presente. Com um jeito espontâneo e perspicaz, Tristan não tem como foco conseguir popularidade e admiração, mas lidera outros adolescentes que também querem fazer a diferença no mundo.
4. Utiliza elementos metafóricos e simbólicos que enriquecem a trama
Sequência de vídeos com os gritos de liberdade de Tristan (Ludwig Simon) e Lea (Luise Befort). Na legenda, na tradução em português: “Você não pediu, mas ainda assim recebeu: uma versão “Wohoooo” em karaokê.”
Os seis episódios de Nós somos a onda contam com uma série de elementos metafóricos que contribuem para trazer uma abordagem simbólica para a narrativa. Essa linguagem, marcada por símbolos que enriquecem a trama, aparece em vários momentos da série, sendo um grande exemplo o grito de cima do telhado que ocorre ainda no primeiro episódio, que está inserido em um contexto de libertação das amarras invisíveis que existem na sociedade. Assim, esse fator é também um diferencial da série que merece ser levado em consideração, afinal, muitas vezes as maiores reflexões propostas são aquelas que não são diretamente ditas, mas que aparecem em cada detalhe da criação.
5. Faz críticas sociais pertinentes ao contexto atual mundial
Um trecho pequeno de uma das cenas da série e na legenda, na tradução em português: “Como você vai acordar as pessoas sem fazer barulho?”
Com certeza, as críticas sociais apresentadas são um dos destaques que enriquecem a história narrada. Isso ocorre, porque é possível estabelecer uma relação entre as críticas propostas e a nossa realidade, fazendo com que o momento de assistir à série seja um entretenimento que desperte novos olhares e que inclusive promova descobertas de alguns pilares do sistema capitalista que muitas vezes passam despercebidos na correria do cotidiano. Dessa forma, algumas das críticas feitas são: em relação à poluição ambiental, maus tratos aos animais, indústria da carne bovina, padrões de beleza, consumismo, ascensão do neonazismo, lucros absurdos de grandes empresas, desigualdade social, pobreza e fome.
Nesse sentido, essa série apresenta muitos aspectos que se distanciam de narrativas clichês e que propõem uma nova forma de enxergar a sociedade. Assim, assistir a Nós somos a onda é, além de um ótimo entretenimento, uma forma de aprender e refletir sobre a sociedade em que vivemos.