Her Campus Logo Her Campus Logo
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Que o lugar da mulher é onde ela quiser todo mundo já sabe, mas considerando que o futebol ainda é um esporte muito machista, é de extrema importância que se criem espaços nos quais as garotas possam bater uma bola sobre o assunto de forma livre e respeitosa. Por isso, separamos algumas dicas de perfis no Instagram para todas as boleiras de plantão: 

@Dibradoras

Cartão vermelho para você que ainda não segue esse projeto maravilhoso! Renata, Roberta e Angélica entraram em campo em 2015, e o que antes era um pequeno blog sobre esportes femininos, hoje é uma das maiores fontes de informação sobre o tema. No ano passado o veículo foi até a França para fazer a cobertura da 8ª edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino, e atualmente o  “Dibradoras” está presente não só no Instagram, como também em uma sessão do Uol e em uma coluna da Folha de S. Paulo.

“Enquanto a mídia tradicional esportiva dedica 97% da sua cobertura a esportes masculinos e apenas 3% aos esportes femininos, nós fazemos 100% da nossa cobertura focada no protagonismo das mulheres no esporte. No Dibradoras elas têm todo o protagonismo: a notícia é feita por elas, comentada por elas e sobre elas. A ideia é trazer as mulheres para os holofotes do esporte”

Mas é possível não só acompanhar os conteúdos do perfil, como também apoiá-lo financeiramente a partir da assinatura de newsletter semanais, que trazem uma cobertura completa sobre os esportes femininos. 

@Mulheresemcampo_

O “Mulheres em Campo” tem como objetivo lutar não só por um espaço nas resenhas, mas também nas arquibancadas. De acordo com Victoria Monteiro, a idealizadora corinthiana, o projeto sempre teve como bandeira a pluralidade: “Nosso espaço é aberto também a torcedoras que desejam expressar o amor por seus clubes e colocar seu ponto de vista sobre o esporte, o que independe da região ou da divisão em que o time se encontra”.

73 colaboradoras de todo o Brasil escrevem sobre um ou mais times de futebol masculino e feminino para o portal, que apresenta textos pré e pós-jogos, crônicas sobre temas que sejam relevantes para o universo do futebol e notícias do dia-a-dia dos clubes, além de algumas lives e postagens diárias mais específicas nas redes sociais. O “Mulheres em Campo” possui ainda um bom relacionamento com marcas como a Nike e a Puma, o que acaba lhe rendendo credenciais de imprensa para vários campeonatos e entrevistas coletivas, e às vezes até convites para eventos dos clubes.

Apesar de ter começado o ano um pouco desanimada, Victoria acredita na força do poder da mulher: “Tinha a certeza de que a pandemia afetaria muito mais o futebol feminino do que o masculino, mas fui surpreendida positivamente. Tenho visto a CBF investindo na modalidade, os veículos abrirem espaço para ela e as pessoas, por sua vez, se interessando e acompanhando. Ainda temos um longo caminho até que o futebol feminino seja tão abraçado quanto o masculino, mas a tendência é que sigamos evoluindo”, revelou. 

@Rainhasdodrible

Se você quer ficar por dentro de todas as bolas da vez precisa seguir o “Rainhas do Drible”. O portal traz, por meio de uma linguagem leve, tudo o que você precisa saber sobre o futebol brasileiro. Mesmo que no começo do “Rainhas” o futebol feminino ainda não fosse algo muito abordado, atualmente 26 mulheres se empenham em noticiar com equidade assuntos relacionados às equipes femininas e masculinas da modalidade, e em driblar, como o próprio nome sugere, todos os estereótipos acerca dela.

Para a também corinthiana Aline Dias, o projeto representa a realização de um sonho, já que ela e algumas amigas perceberam o quão árdua foram as trajetórias de mulheres que conseguiram se consolidar no ramo do jornalismo esportivo. “O machismo vai além da obtenção de um emprego formal. Uma informação dada por um homem sempre teve muito mais credibilidade do que a que é veiculada por uma mulher. O ‘Rainhas’, então, foi pensado para ser um espaço no qual todas as colaboradoras pudessem montar um portfólio para ser apresentado a uma grande empresa um dia. Elas assinam um texto com seus nomes e colocam seus rostos em uma live, e assim conseguem se mostrar para o meio esportivo”, afirmou.

Aline acredita que o futebol tem aberto os braços para as mulheres de forma gradativa: “Hoje temos a obrigação de um time feminino nos clubes e algumas equipes como a do Corinthians e do Santos fazendo grandes investimentos em suas meninas”. A jornalista também citou conquistas importantes como as equipes de comentaristas e apresentadoras que estão sendo formadas, o fato de a CBF ter igualado os valores das diárias de homens e mulheres convocados para a seleção, e o sucesso que a Copa do Mundo Feminina, transmitida pela Rede Globo, obteve.

Portanto, o “Rainhas do Drible”, de fato veste a camisa do futebol feminino, e você pode fazer o mesmo. O projeto desenvolveu vários modelos de camisetas com essa temática, que estão disponíveis em seu Instagram. Não coma bola e adquira já o seu manto!

@Futdasminas

O “Fut das Minas” não joga só em casa, já que o portal noticia o futebol feminino mundo afora. O projeto comenta o resultado de jogos, as convocações dos times, a atuação das melhores jogadoras e os desdobramentos sociais que o esporte adquire, já que, como explica a própria idealizadora Amanda Porfirio, o futebol sempre estará atrelado à sociedade, uma vez que os torcedores são um reflexo dela.

Além de jornalista, Amanda, que torce para o Náutico, é formada em Educação Física. Apesar de já ter coberto esporte na época da faculdade e sempre ter gostado e comentado sobre o tema, o “Fut das Minas” só nasceu em 2018, quando ela esteve em Manaus para acompanhar a Copa Libertadores da América de Futebol Feminino. “Eu sempre acompanhei o crescimento do futebol feminino no Norte a partir do Iranduba (clube da Amazônia). Via toda a estrutura produzida e me perguntava por que a mídia não estava cobrindo aquilo, afinal, as pessoas precisavam conhecer mais sobre isso. E assim que voltei, decidi que iria criar uma plataforma para contar essas histórias”, explica.

Até o começo deste ano Amanda tocava o projeto sozinha, mas em abril o time ganhou reforços. As nove colaboradoras se revezam entre as diferentes frentes de atuação do “Fut das Minas”, dentre elas redes sociais, site e podcasts. Esta última tem sido um golaço, já que as produtoras Vitória e Fernanda trazem séries emocionantes como a “Promessas”, na qual brilham como personagens jogadoras mirins em potencial, além de outras pautas identitárias muitíssimo relevantes. Para Amanda, não faz sentido dizer que as mulheres estão “ganhando voz” dentro do esporte: “O futebol é uma luta contra o machismo, por valorização e por equidade. Ninguém nos presenteou com a voz, nós a estamos conquistando”. 

@Planetafutebolfeminino

 

E também tem homem jogando nesse time! O idealizador do projeto, Rafael Alves, que torce para o São Paulo e para o Atlético de Madrid, decidiu se especializar no assunto ainda na faculdade de jornalismo. “Percebi que o futebol feminino era uma área pouco explorada, mas com muita história pra contar. Tinha plena consciência de que, como homem de uma sociedade extremamente machista, também era minha a responsabilidade de não seguir reproduzindo esse machismo”, pontuou.

O “Planeta Futebol Feminino” é reconhecido por suas informações inéditas e coberturas in loco internacionais. De acordo com Rafael, o portal tem como objetivo produzir um conteúdo exclusivo, opinativo e estatístico: “Com o tempo nós conseguimos uma base de fontes que nos possibilitou (e ainda nos possibilita) dar alguns furos, como por exemplo a chegada de Emily à Seleção, o retorno de Vadão e o lançamento do Brasileirão em 2013”.

Sobre a evolução que o tema vem adquirindo socialmente, Rafael é incisivo. Para ele, ainda que o futebol feminino tenha tido avanços significativos, o patriarcalismo dos clubes ainda é um problema. “Ainda temos muitas lideranças coronelistas que certamente seguem considerando o futebol feminino com uma pedra no sapato. O desenvolvimento da modalidade passa necessariamente por uma evolução a nível nacional, para que haja um fomento mais descentralizado no país, de forma a alcançar lugares além de São Paulo”, concluiu. 

@Joguecomoumagarotafc

Para você que quer ir além das informações e de fato calçar as chuteiras, não deixe de seguir o “Jogue como uma garota”. Apoiado pela Nike, o perfil reúne meninas apaixonadas por futebol e organiza divertidos treinos. Com uma equipe extremamente diversa, o projeto foi desenvolvido pela modelo Letticia Munniz e pela treinadora Ana Cláudia Mayumi, tendo como propósito “empoderar mulheres através do esporte”.

As partidas foram momentaneamente interrompidas por conta da pandemia, mas quando tudo isso passar, a bola deve voltar a rolar. Não deixe de chegar junto e jogue você também como uma garota!

—————————————————————–

The article above was edited by Danielle Amedore.

Like this type of content? Check Her Campus Casper Libero for more!