Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1977, é importante falar sobre o surgimento do dia 8 de março, o dia internacional da mulher. As lutas femininas por direitos trabalhistas ocorrem desde o final do século XIX, mas um incidente que levou cerca de 130 mulheres à morte em 25 de março de 1911, numa fábrica têxtil em Nova York, acabou legitimando o movimento.
O primeiro Dia Nacional das Mulheres aconteceu nos Estados Unidos em maio de 1908, quando aproximadamente 1500 mulheres foram as ruas em prol da igualdade econômica e política no país. No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA transferiu a data para o dia 28 de fevereiro, devido a cerca de 3 mil trabalhadoras que aderiram a um protesto, gerando uma greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas.
Em continuidade a essa luta e época de Primeira Guerra Mundial, no dia 8 de março de 1917, aconteceu a greve das operárias têxteis de São Petersburgo, em que aproximadamente 90 mil homens e mulheres foram às ruas contra o governo. Em decorrência desse ato que foi marcante, surge em 1921, como uma forma de anular o grito das mulheres, o ato dos chefes e maridos entregarem flores às funcionárias e esposas no dia 8 de março, que até hoje é um verdadeiro comércio. O que explica atualmente parte das mulheres não gostarem de receber flores nessa data, pois no fim das contas, foi e é uma estratégia do patriarcado para apaziguar a população.
Somente 24 anos depois, em 1945, a ONU assinou o primeiro acordo que atestava princípios de igualdade entre homens e mulheres. Em 1960 o feminismo ganhou força, em 1975 comemorou-se o Ano Internacional da Mulher e em 1977 foi reconhecido pelas Nações Unidas o 8 de março como o Dia Internacional das Mulheres.
A luta no Brasil surge no início do século 20 e ganha força na década de 30 quando é conquistado o direito ao voto. Essa luta é antiga, é legítima e com esse compromisso, a Faculdade Cásper Líbero organizou a primeira aula Cásper Extraordinária: Mulheres, Comunicação, Ciência e Direitos. Essa aula contou com as professoras Évorah Cardoso, Renata Albuquerque e a coordenadora de cultura geral, Roberta Brandalise.
Em reflexão ao Dia Internacional da Mulher, foram citadas mulheres que tiveram extrema importância na história, como Dina Dreyfus, que era antropóloga e foi pioneira nos estudos etnográficos e pesquisas folclóricas brasileiras, contribuindo para a fundação das ciências sociais no Brasil. Foi uma mulher inspiradora, contudo foi ignorada pela história pelo fato de ser casada com Claude Lévi-Strauss, um dos principais antropólogos do século 20.
Também foram discutidos temas importantes a respeito da desigualdade de direitos entre homens e mulheres, e mulheres brancas e negras, tendo como principal pauta o feminicídio que desponta maior índice nas negras. Dentro desse contexto de reflexões, vale citar a professora Évorah ‘’às vezes é preciso olhar algo com desigualdade para que assim se ache uma igualdade’’.
E para finalizar esse dia de luta, a Frente Feminista Casperiana Lisandra organizou o primeiro ‘’Casperianas em Ação’’, que contou com uma oficina de cartazes onde as alunas reproduziram seus pensamentos em cartolinas, seguindo para a Marcha das Mulheres que teve início no MASP, um dos museus mais importantes de São Paulo. Desse trabalho surgiram frases importantes como ‘’LUGAR DE MULHER É NA REVOLUÇÃO’’ e também ‘’NÃO SOMOS HISTÉRICAS, SOMOS HISTÓRICAS’’. As casperianas seguiram para a marcha, protestando e clamando pelo fim da violência contra as mulheres, do assédio e do machismo, que infelizmente são assuntos presentes na sociedade brasileira.