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Culture

A VULNERABILIDADE DE “TUDO, EU, ENFIM”, NOVO EP DE CLARISSA

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This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

“Com os dedos cruzados eu prometo melhorar”. O segundo e mais novo EP de Clarissa, “Tudo, Eu, Enfim”, foi lançado na última sexta-feira (25) e apresenta os sentimentos e ansiedades mais íntimos da artista. Cantora, compositora e atriz carioca, Clarissa Müller nasceu em 1998 no Rio de Janeiro e começou sua jornada atuando, depois se encontrando na música. O novo EP conta com cinco faixas: ‘a casa’, ‘desculpa, qualquer coisa’, ‘combustão espontânea’, ‘dia útil, eu inútil’ e ‘tudo, eu, enfim’.

O primeiro trabalho da artista foi na série “Desnude”, do canal GNT, seguido do filme do duo AnaVitória em 2018, onde interpretou o par romântico de Ana Caetano, Cecília. Além do filme “Me Sinto Bem Com Você” (2021), um original da Amazon, e, mais recentemente, na série “Só Se For Por Amor” da Netflix. O papel de 2018 foi uma grande oportunidade que abriu diversas portas à Clarissa, “No filme eu canto três músicas com a Ana, muita gente me descobriu e outros trabalhos foram surgindo”, conta durante entrevista ao podcast Pouquinho.

Em 2021, lançou seu primeiro EP, “Clarissa”, que conta com seis músicas autorais. Seu primeiro single após o EP foi ‘nada contra (ciúme)’, um de seus maiores hits que a ajudou a alcançar novos patamares na música. Após o sucesso do single, Clarissa lançou seu primeiro álbum, ‘para-raio’, marcado por uma mudança estética comparado aos seus trabalhos anteriores, apresentando um estilo mais dark. Recentemente, lançou o singledanos colaterais’, além de contar com diversas colaborações com outros artistas durante o caminho.

POR DENTRO DE “TUDO, EU, ENFIM”

Tudo, Eu, Enfim” é composto por músicas que resgatam o início da carreira de Clarissa. O EP se inicia com sua voz calma e melódica acompanhada de um instrumental acústico de violão. Antes de ser batizada como ‘a casa’, a primeira faixa era chamada pelo pseudônimo “Psicóloga” pela equipe da cantora, justamente por remeter a estar desabafando em uma sessão de terapia. 

Durante a pré-audição online que ocorreu na penúltima segunda-feira (21), a cantora contou que considera a faixa como a mais triste dentre todas as do EP, mas que “não é romântica, é puramente uma questão pessoal”. No chat da videochamada do evento, um fã compartilha que, apesar de ser uma música muito triste, ela o remete à esperança de melhorar.

De início, a audição teve de ser brevemente pausada devido a problemas da plataforma em comportar todas as pessoas que tentavam participar. Clarissa brinca ao dizer “Como assim mais de 100 pessoas, eu nem tenho tudo isso de fãs!” Ao fim da segunda faixa, Isabela Vicorpi e Pepe, ambos parte da equipe da cantora, direcionam os fãs  a uma nova sala com maior capacidade e as duas primeiras canções são tocadas novamente. 

Clarissa finaliza a segunda canção, ‘desculpa, qualquer coisa’, com um sorriso enorme e orgulhoso no rosto. A cantora conta que essa conta com uma das letras que escreveu com sua irmã mais velha e que, depois de ‘a casa’, considera essa a “mais pesada” de “Tudo, Eu, Enfim”. “Essa é uma música que eu criei pensando em um momento muito difícil da minha vida e do meu relacionamento, aquele momento em que você se vê prestes a explodir, algo como uma bomba-relógio”, compartilha com os fãs que acompanhavam a audição.

A cantora pontua que a faixa é uma das duas únicas do EP que estão diretamente relacionadas a um relacionamento romântico, diferente das outras três que são completamente pessoais. Nesse sentido, a canção apresenta marcantes frases como “Tinha medo de dar certo” e “Ela mentia e não era pra você”. Ao ser perguntada sobre a segunda, a cantora diz que ela fala sobre “não ser verdadeiro com a pessoa, estar ali mentindo, mas, na verdade, a única pessoa para quem você está mentindo é você mesmo.”

https://twitter.com/duainhavana/status/1693755892053778498?s=20

Marcando a metade do EP, ‘combustão espontânea’ logo de cara apresenta uma mudança em relação às anteriores. Saindo do melódico e puxando mais para o indie pop, a terceira faixa apresenta o retorno dessa característica do trabalho musical de Clarissa. Já a quarta e penúltima faixa, ‘Dia Útil, Eu Inútil’, é marcada pela repetição da frase “Sim, tá tudo bem, mas faz tempo que eu não sou alguém” e pela volta do melódico. 

‘tudo, eu, enfim’ fecha o EP, do mesmo nome, com referências que vão desde Marina and The Diamonds em ‘I’m A Ruin’ até a canção ‘I Know It’s Over’ da banda The Smiths, conta Clarissa ao falar sobre a frase “Se eu fosse tudo isso, não terminava sempre só”. Em questões de produção, afirma que essa é a sua favorita. “Essa coisa agridoce, eu gosto muito das distorções nela”, comenta.

“Dá pra perceber que todas as músicas vieram de um lugar horroroso da minha cabeça, muito inseguro, muito frágil, mas também muito disposto a colocar tudo isso para fora”,  revelou a artista. Segundo ela, justamente por ser algo muito pessoal, sente  “um pouco de ansiedade de colocar esse EP para o mundo.” A intenção por trás de seu lançamento era o de criar um espaço onde as pessoas se sentissem vistas naqueles sentimentos mais profundos e humanos que costumam não colocar para fora.

Clarissa já tem novos planos no caminho. “Esse novo EP também conta com um projeto visual que está lindo, bem nessa pegada despretensiosa, com um cuidado estético muito grande. A gente também está preparando um novo single e sonhando muito. Já estou muito ansiosa para os futuros lançamentos”, conta em entrevista ao Jornal de Brasília.

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The article above was edited by Lorena Lindenberg.

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Clara Rocha

Casper Libero '26

brazilian journalism student at cásper líbero and senior editor at HCCL! contact at: annacgrocha@gmail.com :) | portfolio: acgrocha.com