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Culture

Álbum Caju no Prêmio Multishow de Música Brasileira: O amor está em alta?

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Ver  Liniker em premiações não é novidade. Em 2022, a artista recebeu seu primeiro Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de Música Popular Brasileira. Esse ano não foi diferente, mais uma vez a cantora e compositora se destacou nos holofotes e, através de Caju, álbum lançado em agosto, foi premiada em quatro categorias do Prêmio Multishow de Música Brasileira

Caju conquistou o título de Álbum do Ano e Capa do Ano. Além disso, a música de mesmo nome recebeu o prêmio de MPB do Ano e Liniker, de Artista do Ano. As faixas, dignas de trilha sonora de filmes de romance, conquistaram o público com as letras simples e profundas, enfatizando o romantismo tão característico do MPB.

O sucesso desse álbum diz muito sobre o momento em que estamos, enquanto geração. É possível afirmar que o amor está em alta. Mas não são todos que sabem amar. Tanto os Millennials quanto a Geração Z estão vivendo uma transição complexa no que diz respeito a relações interpessoais, afinal, a Modernidade Líquida, como explica Zygmunt Bauman, afeta diretamente a forma como nós amamos.

Em Tudo sobre o Amor: Novas Perspectivas, Bell Hooks explica este fenômeno. Para a teórica, a falta de definição norteadora faz com que as pessoas tenham dificuldade de amar. Por isso, ela se baseia na definição do psicoterapeuta Morgan Scott Peck: “[…] A vontade de se empenhar ao máximo para promover o próprio crescimento espiritual ou o de outra pessoa […] O amor é o que o amor faz. Amar é o ato da vontade – isto é, tanto uma intenção quanto uma ação.” 

A educadora ainda explica que existe uma diferença importante entre amor e catexia. Enquanto amor é “uma ação, uma emoção participativa”, catexia é mais parecido com o que entendemos como paixão, é pautado na atração e no envolvimento inicial. Isso explica a liquidez dos relacionamentos modernos.

Além disso, a autora explora o conceito de amor em um contexto social. Ela explica: “O amor não coexiste com estruturas de poder e de dominação”. A maioria de nós cresceu em famílias disfuncionais (famílias nas quais o amor não necessariamente dita as regras das relações familiares). Cuidado não necessariamente é amor e não somos “ensinados” a amar na infância. Ela completa dizendo que o amor também pode ser encontrado na comunidade e, às vezes, tentamos criar outra estrutura para reproduzir ou negar aquela na qual nascemos.

Em entrevista à Foquinha, Liniker explica: “Não venha no afeto, o lugar em que estou mais transparente, pelada, dizer que não mereço ser amada, que sou muito para sua autoestima e que, para você existir na minha vida, talvez eu tenha que abaixar um pouco a bola. Eu não. A gente vai jogar lá em cima. Se você cortar, eu vou sacar. Se eu for imensa pra você, sinto muito”. 

Ela adiciona, agora em relação à premiação: “Agradeço imensamente pela possibilidade de ser ouvida num país que silencia e amordaça tantas pessoas, sentimentos e realidades – como a que molda o que eu sou, alguém que sempre só pensou em sonhar e poder se nutrir do próprio sonho”. 

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The article above was edited by Duda Kabzas.


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Evelyn Dantas

Casper Libero '26

Jornalism student at Cásper Líbero.Trying to figure out how to make life more interesting through writing.