Han So-hee é uma atriz sul-coreana que ganhou destaque nas telinhas por suas performances em dramas de televisão, conhecidos mundialmente como K-dramas – mas, no Brasil, popularizaram-se com o termo dorama. Nascida em Ulsan, na Coreia do Sul, em 18 de novembro de 1994, deu início a sua carreira como modelo, antes de estrear como atriz em 2017.
Sua primeira aparição foi no K-drama Reunited Worlds (2017) com um papel secundário, porém foi apenas em 2019 que conquistou muito destaque com o papel principal na trama The World of the Married. Sua atuação foi alvo de muitas críticas e elogios. Vale ainda destacar outros grandes de seus trabalhos: Money Flower (2017), 100 Days My Prince (2018), Abyss (2019) e Nevertheless (2021).
Han So-hee encantou muitos fãs pela sua beleza e seu estilo único, o que a fez ficar também popular na indústria da moda, fazendo crescer ainda mais sua popularidade no país.
Seu histórico polêmico
A atriz, no entanto, teve seu nome envolvido em muitas polêmicas nos últimos anos. Em 2022, começaram alguns rumores de que sua mãe teria usado seu nome para fraudar alguns empréstimos e, com isso, a atriz estaria violando leis fiscais da Coreia do Sul. Toda a polémica começou com um vídeo de um YouTuber que comentou sobre os rumores e, após isso, a notícia começou a se espalhar.
Sua agência, 9ato Entertainment, a defendeu alegando que não existem provas sobre o envolvimento da atriz nos casos e foi sua mãe que usou seu nome para fazer as transações. Houve um julgamento onde ficou provado que não existem materiais suficientes para culpar Han So-hee, e a mesma também declarou que não irá pagar as dívidas da mãe.
Outra polêmica com seu nome foi por ter possivelmente vazado uma conversa íntima com um outro ator, cujo nome não foi revelado, em seus stories do Instagram. O advogado do envolvido abriu um boletim de ocorrência acusando Han de difamação e “obscenidade no uso de mídias de comunicação.” Nenhuma parte da atriz fez alguma declaração.
Ultimamente, a queridinha dos doramas foi altamente criticada por causa de rumores de que teria se comportado de uma maneira inadequada em um evento de moda em Paris. Sua agência novamente a defendeu de todos os comentários maldosos que estavam surgindo contando sua versão dos fatos – Han estaria lá apenas a trabalho e não se comportou de maneira inadequada. Aqui está um vídeo da conta da Gala com a atriz:
Ela merece tanto ódio?
Com todos esses fatos, o que se pode relacionar ao fato de que Han So-hee é duramente criticada, mesmo tendo outros nomes envolvidos? Por que sempre a culpa é colocada na mulher? Por que os comentários maldosos e de ódio são focados na mulher?
Essas são perguntas difíceis de responder. Muitas vezes é automático culpar as mulheres, é mais fácil, mais aceitável, já que a sociedade as enxerga como um alvo mais fraco, ou melhor, submisso. Todo esse processo tem um nome e se chama misoginia.
Misoginia é a descrição do ódio, aversão ou desprezo pelas mulheres e meninas que se manifesta de diversas formas – desde atitudes mais sutis até as formas mais extremas de violência e discriminação. Está enraizado na sociedade de forma tão profunda que, mesmo depois de tantas lutas por igualdade de gênero, milhares de mulheres ainda sofrem com isso.
De uma forma mais rude, é possível dizer que esse pensamento de submissão das mulheres ocorre por causa de uma sociedade patriarcal – onde as mulheres, desde muito novas, eram colocadas com limitações, ao contrário dos homens, que detêm todo o privilégio e poder. Por muitos anos, essa era uma explicação dada para justificar a discriminação do gênero feminino e desvalorização do mesmo.
Uma das manifestações contemporâneas mais vistas é a de objetificação do corpo da mulher, principalmente com o avanço das redes sociais, isso auxilia para a perpetuação de ações misóginas, onde mulheres são diminuidas apenas pela aparência física e são colocadas numa visão de atratividade sexual. Como consequência, é criado um ambiente em que elas são constantemente julgadas e avaliadas por padrões de beleza irreais e feminilidade.
Apenas um lado é o culpado
Em polêmicas na internet, o público ataca aquele que acreditam ser o lado mais fraco, ou seja, as mulheres. É muito mais fácil direcionar o ódio para quem tem menos poder de voz, para aquele grupo que é visto como um sem credibilidade.
Exemplo disso é a própria polêmica da atriz Han So-hee e a divulgação das mensagens privadas, ela foi acusada publicamente e o advogado da outra parte a descredibilizou, dizendo: “Ela é uma pessoa condenada que foi punida diversas vezes por uso de drogas e está causando controvérsia usando suas amizades na indústria do entretenimento para entrar em conflito com celebridades famosas e seus respectivos fãs”. Essa fala coloca a mulher como um alvo vulnerável e a que armou todo esse caos.
Um outro acontecimento com a atriz foi que ela e o ator Ryu Jun Yeol assumiram seu namoro, porém, antes disso, Han já teria sido acusada de ser o motivo do fim do antigo relacionamento de Ryu. No sábado do dia 30 de março deste ano, ambos confirmaram o rompimento do relacionamento, dizendo que não queriam se desgastar emocionalmente mais do que já estavam.
Como em muitos outros exemplos que esteja envolvido o nome de uma mulher e o de um homem, muito provavelmente o ódio será jogado para a mulher, exatamente como ocorreu com a sul-coreana que foi culpada pelo fim do relacionamento de outra pessoas. Por estes motivos, é extremamente necessário este assunto nunca sair de pauta. Quando a voz de uma mulher é silenciada, colocada como inferior ou quando a sua imagem é desvalorizada, a sociedade é que perde, pois está sendo imposto um limite de potencial para melhorar o mundo atual.
Demora muito tempo para aquela imagem ruim que foi colocada na mulher mudar, os olhares sempre terão uma ponta de ódio, sua voz sempre será diminuída. Usando novamente o caso de Han So-hee, ela é uma atriz e modelo jovem que já passou e ainda passa por diversos comentários e sempre será olhada como uma mulher polêmica (termo muito usado nos dias atuais).
Combater a misoginia é um desafio, mas não é impossível.
———————–
O artigo acima foi editado por Livia Nomoto.
Gosta desse tipo de conteúdo? Confira a página inicial da Her Campus Cásper Líbero para mais!