Para a felicidade de muitos, o oitavo mês do ano chegou! Junto dele, as grandes comemorações de Halloween. O terror habita as histórias e o imaginário humano muito antes do cinema: figuras como vampiros, fantasmas, lobisomens, atravessaram gerações e permeiam até hoje nas telas, livros e lendas.
Com uma classificação vasta de subgêneros, o horror vem fascinando telespectadores há mais de 120 anos e ao longo da década de 20 até 80, o gênero se consolidou com fortes marcas. Novas figuras macabras como zumbis, assassinos em série e monstros foram trazidos, explorando as diferentes vertentes do terror como o psicológico, sobrenatural e slasher.
Em comemoração à temporada horripilante, a Her Campus Cásper Libero separou os melhores clássicos do terror indispensáveis para os amantes – ou não – do gênero.
Drácula (1931)
Não há possibilidade de falar sobre filmes de terror sem citar Drácula (1931). Adaptação do livro de Bram Stoker, o filme foi o primeiro longa de terror da Universal, servindo como cartilha para os outros filmes do gênero e renovando o mito vampiresco. Os longas assustadores tiveram início em 1929, quando Carl Laemmle Jr. assumiu o comando da Universal Pictures. Dirigido por Tod Browning e na fotografia Karl Freund, o filme deu origem às marcas que hoje associamos ao que é assustador.
Castelos pontiagudos no alto da montanha, animais rastejantes, escadas com teias de aranhas, lua cheia, neblina, caixões, o contraste de luz e sombra. Também é desse filme que nascem crenças que os vampiros evitam a luz do sol, se transformam em morcegos, não refletem no espelho e são repelidos por alho e crucifixos, por exemplo.
O sucesso do filme se deve muito ao talento de Karl, que se destaca com suas ideias. A movimentação das câmeras e o jogo de iluminação, somados à atuação inesquecível de Bela Lugosi, que carregou o grande papel de Drácula, impactaram o mundo. O ator personificou o mal e trouxe vida ao personagem com pausas entre falas e entonações, seus gestos e o ar elegante.
Na época, o longa foi um grande sucesso de bilheteria. Além da originalidade e ascensão do mito vampiresco, a empresa não hesitou em investimentos pesados no marketing do filme ao simular desmaios de horror em algumas sessões. Hoje, Drácula não é considerado pelo público tão assustador como na época em que foi lançado, mas ainda sim é um clássico que vale a pena ter sua atenção.
O filme está disponível na plataforma Starplus.
Psicose (1960)
Trinta anos depois, na década de 60, Psicose foi um outro sucesso do terror. Lembrada até hoje pela emblemática cena de esfaqueamento no chuveiro, é um filme atemporal que marcou por gerações o subgênero de terror e suspense. Dirigido por Alfred Hitchcock, o longa carrega uma de suas maiores marcas, originada de um objetivo: fazer o público sofrer. Não só Psicose, seus outros filmes como Um Corpo que Cai e Os Pássaros possuem essa mesma característica de criar um clima de tensão e angústia nos telespectadores.
Inspirado no livro publicado em 1959 por Robert Bloch, nas telas, Marion Cranes (Janet Leigh) faz o papel de uma secretária que rouba 40 mil dólares da imobiliária onde trabalha para se casar e recomeçar a vida. Durante sua fuga de carro, enfrenta uma tempestade e vai parar em um estabelecimento administrado por Norman Bates (Anthony Perkins). A história é baseada em Ed Gein, um serial killer de Wisconsin.
O filme teve um orçamento de aproximadamente US$ 800 mil e um retorno de cerca de US$ 50 milhões. O sucesso não foi apenas nas bilheterias, mas nas indicações. A obra foi indicada quatro vezes ao Oscar: melhor fotografia, melhor direção de arte, melhor direção e melhor atriz coadjuvante. Além do maior prêmio de Hollywood, o filme ganhou no Globo de Ouro em 1961 a categoria de melhor atriz coadjuvante.
O filme está disponível na plataforma Amazon Prime.
O Bebê de Rosemary (1968)
Dirigido por Roman Polanski, o filme de terror – que também conta com suspense e drama – assusta os telespectadores mesmo tendo se passado 55 anos de seu lançamento, em 1968. Uma mistura do cinema artístico europeu com um tom hollywoodiano, o longa brinca com o poder da sugestão. A trama se desenvolve quando um jovem casal se muda para um apartamento e se relacionam com senhores que aparentam ser amigos. A crítica aclama a forma da qual o público é induzido assim como os protagonistas jovens a irem entendendo e descobrindo fatos que mudam o rumo da história.
O filme, que é uma adaptação do livro de Ira Levin, afronta os padrões instaurados pelo terror até então. É capaz de fazer com que se torne uma história assustadora mesmo no meio de uma metrópole: Nova York. Conta com uma trilha sonora de instrumentos de sopro que dão a característica satânica, a construção dos planos e muitas vezes o uso da lente angular.
Mia Farrow, atriz que interpretou Rosemary, e Ruth Gordon, que fez o papel da senhora Minnie Castevet, se destacaram na produção. Mia conquistou o prêmio David di Donatello como melhor atriz, e Ruth ganhou Oscar de melhor atriz coadjuvante e um Globo de Ouro na mesma categoria.
O filme está disponível para alugar nas plataformas YouTube e Google Play.
Carrie, a estranha (1976)
A cena de Carrie ensanguentada é uma das mais emblemáticas no terror. A marca cultural deixada pelo filme foi tão grande, que até hoje ele não perdeu força e continua retratando temas enfrentados na sociedade, principalmente, no universo adolescente.
O filme, feito em 1976 e dirigido por Brian de Palma, é uma adaptação do primeiro romance e primeiro best selle de Stephen King. O longa foi um sucesso de bilheteria, e chegou a arrecadar mais de US$33 milhões. Recebeu duas indicações ao Oscar: Melhor Atriz (Sissy Spacek) e Melhor Atriz Coadjuvante (Piper Laurie)
Carrie é uma jovem sem muitos amigos que mora com sua mãe, Margareth, pregadora religiosa. Na trama, De Palma retrata questões da adolescência muito pertinentes: a descoberta do seu ‘eu’ no mundo, a sexualidade, a menstruação. Com maestria, ele traz em pauta o tema de fanatismo religioso, presente na mãe de Carrie e elaborado ao longo de todo o filme.
No ano de lançamento o longa foi muito aclamado pela crítica. Roger Ebert, do Chicago Sun-Times, afirmou que o filme era um filme de terror “absolutamente fascinante”, dando três estrelas e meia das quatro possíveis. Mas o filme também reverberou negativamente para alguns. The New York Times disse na época: “Às vezes, é engraçado de uma maneira intrigante, geralmente é exagerado de uma maneira irritante e, de vez em quando, é inapropriadamente tocante”.
O filme está disponível no Amazon Prime e no Youtube para alugar.
O iluminado (1980)
O Iluminado é outra adaptação de Stephen King que virou um clássico da sétima arte. O filme dos anos 80, dirigido por Stanley Kubrick, é uma marca da história do gênero terror, que mistura o suspense com terror psicológico – e um pouco de sangue. Estrelado por Jack Nicholson, a trama foi muito aclamada pela crítica, principalmente após King revelar que não gostou da adaptação do filme.
Apesar do escritor não ter aprovado, as características do diretor ganharam o coração de muitos amantes do terror na época e até os dias de hoje. Com muita tensão, suspense, sustos e cenas de tirar o fôlego, O Iluminado é um filme complexo e detalhista que induz o telespectador a ter uma sensação de encurralado paralelamente com os personagens.
Na trama, Jack Torrance (Nicholson) aceita o trabalho como zelador do Hotel Overlook. Ele, junto à sua família, se muda para o hotel e com o passar do tempo, o protagonista vai se tornando cada vez mais agressivo. Enquanto isso, coisas estranhas acontecem no hotel e a família e o local vão ficando cada vez mais perturbadores. A presença maligna e sobrenatural presente no hotel induz Jack a desenvolver uma personalidade violenta e sanguinária, interpretada com maestria por Nicholson.
Aspectos que chamam a atenção e fazem diferença para um filme de terror manter o telespectador se sentindo enclausurado são as boas técnicas que Kubrick usa em sua produção. O enquadramento parcialmente simétrico em grande parte do filme, a trilha sonora de ruídos que se sobrepõem sobre os diálogos e propositalmente interrompidos pelos cortes, mantém o clima de suspense constante.
O filme está disponível na plataforma HBO Max, Amazon Prime e para aluguel no YouTube.
Este artigo foi editado por Gabriela Antualpa
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