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Conheça Kamala Harris, Candidata a Vice-Presidente na Chapa de Joe Biden

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

No dia 11 de agosto, o candidato democrata à presidência, Joe Biden, anunciou a senadora da Califórnia, Kamala Harris, como sua vice nas eleições norte-americanas. Harris se tornou a primeira mulher negra a compor uma chapa presidencial, trazendo a diversidade que faltava a Biden, homem branco e político considerado “moderado” já em idade avançada (77 anos). A senadora deve atrair os votos de latinos, negros, mulheres e jovens.

O candidato democrata já havia anunciado que escolheria uma mulher como vice. Com a projeção das questões raciais no país após os protestos em decorrência do assassinato de George Floyd por um policial branco, o nome de Kamala Harris ganhou força. A bagagem política da senadora, claro, também interferiu na decisão de Biden.

Infância

Kamala Harris, hoje com 55 anos, nasceu em Oakland, Califórnia. Seu pai, Donald J. Harris, é jamaicano e lecionou economia em Stanford. Já a sua mãe, Shyamala Gopalan, era indiana e proeminente pesquisadora do câncer de mama, além de ativista dos direitos civis. Após o divórcio de seus pais, Kamala e sua irmã mais nova, Maya, foram majoritariamente criadas pela sua mãe, que por motivos profissionais se mudou com as suas filhas para o Canadá.

Carreira política

Após se formar em 1986 na Universidade Howard, onde se especializou em Ciência Política e Economia, Harris cursou Direito na Universidade da Califórnia em Hastings. Sua carreira na promotoria começou em 1990 no condado de Alameda. Em 2003, tornou-se promotora-chefe em San Francisco, antes de ser eleita a primeira negra procuradora-geral da Califórnia.

Em relação a esse período, a campanha democrata destaca que Kamala Harris lutou por proprietários de casas na Califórnia, indo contra bancos que estavam executando hipotecas de modo injusto. Contudo, durante a sua atuação na promotoria, Harris foi acusada de defender interesses policiais, de não lutar por reformas policiais e de evitar intervir em casos de assassinatos pelo polícia. O apoio do sindicato da polícia local a sua candidatura a promotoria de São Francisco colaborou com as acusações.

Porém, a elaboração de Kamala Harris com a polícia durou pouco. Ainda em seu primeiro mandato na promotoria, as coisas desandaram quando ela não pediu pena de morte para o membro de uma gangue acusado de matar um policial. Harris argumentou que a sentença era desproporcionalmente aplicada a negros. Mesmo assim, a direita acusa a senadora de ter usado o seu poder como promotora para perseguir grupos políticos conservadores.

Em 2016, Kamala Harris foi eleita senadora pela Califórnia. No Senado, ela defendeu pautas progressistas, como o aumento do salário mínimo e os direitos dos imigrantes. Além disso, foi contra a pena de morte e a favor do aborto e do casamento gay. Harris também apoiou o Green New Deal, projeto da deputada Alexandria Ocasio-Cortez que tinha como objetivo eliminar as emissões de gases do efeito estufa em 10 anos, tornando renováveis todas as fontes de energia do país.

Na saúde, Harris apoiou o polêmico Medicare For All, proposto pelo senador Bernie Sanders, que visava substituir por completo a cobertura privada por uma governamental gratuita. Isso, é claro, causaria a o aumento dos impostos. Entretanto, a senadora mudou de ideia e lançou o seu programa de saúde de tendência socialista. Tanto o Green New Deal como o Medicare For All não foram apoiados por Biden.

Posicionamentos atuais

Como candidata a vice-presidência norte-americana, Kamala Harris mostrou-se progressista. Em meios aos protestos anti-racistas, a senadora comentou os casos de violência policial. “É um pensamento do status quo acreditar que colocar mais policiais nas ruas cria mais segurança”, afirma ela. “Isto é errado. É simplesmente errado”, declarou ao apoiar o projeto conhecido como Justice in Policing Act.

A ação proíbe o uso técnicas de estrangulamentos pela polícia. Após endossar o projeto de lei, a senadora afirmou que, como promotora de carreira e ex-procuradora-geral da Califórnia, sabe que a “verdadeira” segurança pública exige a confiança da comunidade e a responsabilização da polícia. Porém, Harris ainda recebe críticas por não ser progressista o suficiente em temas, como a reforma policial, condenações judiciais equivocadas e combate às drogas.

Kamala vem tentado enfraquecer essas críticas. Em entrevistas e em sua conta pessoal no Twitter, a vice de Biden tem defendido mudanças nas práticas policiais e pedido a prisão dos policiais que mataram Breonna Taylor. Ademais, Harris tem destacado a necessidade de desconstruir o racismo estrutural. Entretanto, ao mesmo tempo em que afirma ser a única apta a representar os cidadãos marginalizados por conta da sua identidade, Harris não apoia uma reforma drástica na polícia, pedindo que alguns pontos da segurança pública sejam repensados. Já Biden é contra o corte de orçamento da polícia.

Candidatura à presidência

Kamala Harris chegou a disputar as primárias democratas, mas desistiu devido à falta de recursos para a campanha e resultados ruins nas primárias.

Durante os debates, a senadora fez críticas a Biden. Um de seus apontamentos mais duros foi relacionado ao fato do candidato ter sido contra à política de transporte entre diferentes distritos escolares, que tinha como objetivo reduzir a segregação racial nas escolas americanas, na década de 1970. No entanto, depois de sua desistência, Kamala Harris passou a apoiar a candidatura Biden, quando ele ainda concorria com Bernie Sanders.

Primeiro discurso oficial

Na oficialização da chapa democrata na Convenção Nacional do Partido Democrata no dia 19 de agosto, Kamala falou em liberdade e justiça para todos. Algumas partes do discurso foram direcionadas as mulheres, como quando Kamala citou figuras femininas de destaque na história. Uma delas foi a educadora Shirley Chisholm, a primeira mulher negra eleita para o congresso norte-americano e a candidatar-se à presidência.

Harris citou a sua mãe imigrante de nacionalidade indiana para defender os direitos e a importância dos imigrantes tanto na fundação como para o futuro do país. E também enalteceu a forma como ela assumiu a sua criação e de sua irmã após o divórcio. “Ela nos criou para que fôssemos mulheres fortes e orgulhosas de nossa origem”, afirmou.

A apresentação de Harris falou sobre novas formas de famílias, tendo incluído passagens sobre o marido de Harris e os seus dois enteados. Ao falar de justiça, a candidata reiterou que essa é uma luta e responsabilidade de todos. “Foi isso que me fez virar, advogada, senadora”, disse.

Kamala não deixou de comentar questões raciais, afirmando que “não há vacina para o racismo” e que “temos que fazer o nosso trabalho, por George Floyd, Breonna Taylor e tantos outros”. A candidata a vice-presidência também chamou a atenção para a morte injusta de latinos, indígenas e, em especial, de negros, o que considera uma consequência do racismo estrutural e dos sistema criminal norte-americano.

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A matéria acima foi editada por Bruna Sales

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Camila Nascimento

Casper Libero '24

Curious journalism student who loves to write about everything!