Pela primeira vez na história, a agência espacial NASA mandará uma mulher em uma missão à Lua! Saturn V foi o foguete encarregado por voar a Apollo 17, a última missão lunar que aconteceu a mais de cinquenta anos atrás, em 1972. Desde então, muitas coisas mudaram em nossa sociedade. Tais mudanças se ilustram na próxima missão em torno da Lua: a Artemis II, planejada para acontecer no ano que vem.
No início de abril, a NASA revelou os nomes dos astronautas que participarão da missão e, pela primeira vez em sua história, uma mulher está entre eles: Christina Hammock Koch, designada como Especialista de Missão I. E não acaba por aí, também pela primeira vez, um homem negro voará em órbita lunar: o piloto Victor Glover, se tornando o 15º astronauta negro no espaço.
A agência espacial norte-americana descreve Artemis II como o seu primeiro teste de vôo tripulado do foguete do Space Launch System (Sistema de Lançamento Espacial) e da espaçonave Orion ao redor da Lua, com fins de verificar as capacidades atuais dos humanos, explorar o espaço profundo e abrir caminho para a exploração e ciência de longo prazo na superfície lunar.
Quem é Christina Hammock Koch?
Experiente em missões espaciais, Christina Hammock Koch, uma mulher de 44 anos, nascida em Grand Rapids, Michigan, atua como astronauta da NASA desde 2013. Anteriormente, servia como engenheira de voo na Estação Espacial Internacional (ISS). Hammock estabeleceu um recorde para o voo espacial mais longo por uma mulher com um total de 328 dias no espaço, além de ter participado da primeira caminhada espacial feita somente por mulheres.
Após o anúncio, a astronauta conversou com a revista online Inverse e, ao ser perguntada sobre seu sentimento ao ser convidada para a missão, um momento único na vida de qualquer astronauta, Christina contou: “Foi incrível. Sabe, todos nós ficamos surpresos com a notícia. Nenhum de nós sabia que estava chegando”.
“Nunca vou esquecer as palavras que eles disseram: ‘Você gostaria de voar no Artemis II?’ Essas palavras me pegaram completamente desprevenida. Me deixou sem palavras. Quando consegui falar novamente, disse: ‘Senhor, seria uma honra'”
Em março de 2022, no podcast Chasing Life da CNN, Hammock disse que queria ser astronauta porque havia um “fascínio que eu tinha por coisas que me faziam sentir pequena quando era criança. Eu adorava olhar para o céu noturno, olhar para o oceano e qualquer coisa que me fizesse refletir sobre o tamanho do Universo e nosso lugar nele”, afirmou.
Logo no início de sua carreira, em 2001, Christina participou do programa NASA Academy e trabalhou como engenheira elétrica na GSFC (Centro de Voos Espaciais Goddard). Em 2013, foi selecionada como um dos oito membros da 21ª turma de astronautas da NASA e concluiu o treinamento de Candidato a Astronauta em 2015. Assim, três anos depois, em 2018, foi designada para seu primeiro voo espacial, uma missão de longa duração na ISS.
Apenas no ano de 2020, a astronauta foi reconhecida com três prêmios: o Prêmio Neil Armstrong de Excelência, do Astronaut Scholarship Foundation; o Prêmio de Engenheiro Astronáutico, do National Space Club & Foundation; e o Prêmio Global de Liderança ATHENA, da ATHENA International.
Mesmo que um importante marco para história, é importante notar que, atualmente, as mulheres representam um terço da equipe de cientistas da NASA. Entretanto, segundo pesquisa divulgada pela própria agência espacial, apenas 28% das posições de liderança e 16% das posições mais altas entre os cientistas são ocupadas por mulheres. Uma porção ainda relativamente baixa.
O artigo acima foi editado por Mariana Torezan.
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