Alguns atores ficam marcados categoricamente por certos papéis marcantes que interpretam ao longo da carreira e, com Robert Pattinson, isso não foi diferente. O ator britânico, nascido em Londres, ficou marcado – e até estigmatizado – por sua participação na franquia teen “Crepúsculo”, interpretando o vampiro Edward Cullen.
No entanto, a história de Pattinson sob os holofotes não começou com o sucesso estrondoso da saga “Crepúsculo”. O ator começou sua carreira aos 15 anos de idade com o teatro amador, na Barnes Theatre Company, em 2001, mas sua estreia na TV só ocorreu em 2004, no filme “A Maldição do Anel”. No ano seguinte, o ator interpretou o bruxo Cedrico Diggory em “Harry Potter e o Cálice de Fogo”, quarto filme da franquia, no qual pôde começar a mostrar um pouco mais de suas habilidades artísticas.
Mas foi em 2008, com sua participação em “Crepúsculo”, como o vampiro Edward Cullen, que ele ficou mundialmente conhecido e se tornou um dos atores mais bem pagos. Os filmes adaptados dos livros de Stephanie Meyer dividem opiniões entre fãs defensores da saga e haters convictos dos vampiros que brilham no escuro, estigmatizando Pattinson pelo papel interpretado pela última vez há dez anos e colocando em cheque suas habilidades de atuação.
Porém, Robert não se acomodou com o sucesso estrondoso e a fama vinda de “Crepúsculo”, e embarcou em uma jornada artística que o desafiou profissionalmente e exigiu profundidade e versatilidade para representar papéis muito distintos entre si. Em 2010 e 2011, o ator participou dos dramas “Lembranças” e “Água Para Elefantes”, respectivamente, e recebeu elogios por sua atuação ao lado de grandes nomes como Reese Whiterspoon.
Em 2014, estrelou o filme “Cosmópolis”, dirigido por David Cronenberg, em que interpretou o milionário Eric Packer. Já em 2016, o ator aceitou o papel de coadjuvante no filme “Z: A Cidade Perdida”, em que um explorador resolve se embrenhar no meio da floresta amazônica em busca de uma civilização perdida – bem diferente dos papéis que estava acostumado até então.
O ano de 2017 rendeu para o astro um papel que lhe valeu muitos elogios por mostrar toda a sua complexidade como ator no filme indie “Bom Comportamento”. Em 2019, Pattinson atuou ao lado de um grande nome do cinema, Willem Dafoe, em “O Farol”, um longa em preto e branco que mostra a convivência entre dois trabalhadores de um farol remoto, deixando em evidência um lado mais sombrio do ator.
Finalmente em 2022, após intensa crítica vinda dos fãs das histórias em quadrinhos, o ator estrela “The Batman”, dirigido por Matt Reeves. O filme traz um Batman mais sombrio e investigativo, sem muitas habilidades de convívio social e que claramente não liga para a fortuna herdada dos pais, e uma Gotham desajustada e mergulhada no completo caos. Para interpretar esse papel, Robert Pattinson mergulhou fundo nos quadrinhos, lendo, relendo e absorvendo todas as informações e características pertinentes para interpretar um dos maiores heróis da história, do cinema, dos jogos de videogame e das HQs.
Após uma repercussão positiva das críticas e dos telespectadores, é seguro dizer que Robert Pattinson não é mais um vampiro. Agora ele é um morcego – e esse não brilha no escuro.