No dia 19 de agosto comemora-se o Dia da Fotografia internacionalmente. A data foi escolhida em razão do anúncio oficial por parte do governo francês a respeito do daguerreótipo, equipamento que registrava imagens em uma folha de prata sobre folha de cobre. Desde então, a fotografia evoluiu e conquistou seu espaço tanto na história quanto em museus de arte.
E nessa data vale lembrar que o mercado da fotografia é até hoje majoritariamente masculino e branco, tendo principalmente homens como os profissionais mais conhecidos na área. De acordo com o coletivo Women Photograph, que coleta dados sobre as mulheres no fotojornalismo dos principais veículos de comunicação, apesar de 80% dos estudantes em cursos de arte e fotografia serem mulheres, apenas 15% das capas de revista são fotografadas por mulheres.
Por isso, para comemorar a data, descubra 5 fotógrafas que foram importantes para essa história:
- Carrie Mae Weems
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Nascida na década de 50 em Portland, Oregon, Carrie descobriu a arte muito cedo e começou a dançar e atuar antes mesmo de descobrir-se fotógrafa. Em 1973, ganha de aniversário sua primeira câmera e um ano depois inicia seus estudos de fotografia na San Francisco City College.
Seu trabalho fotográfico sempre esteve ligado a questões de raça e gênero e retratou desde seu ambiente doméstico em “The Kitchen Table Series” até a questão do racismo nos Estado Unidos. Em “Ain’t joking”, Carrie legenda imagens de negros com piadas racistas comuns da época. Até hoje a fotógrafa e estudiosa é ativa na comunidade acadêmica e artística, além de ter recebido prêmios importantes e ter exposições nos principais museus norte-americanos.
- Nair Benedicto
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A fotógrafa paulista registrou os principais acontecimentos da história brasileira desde a década de 70. Em entrevista à Revista Zum, Nair afirma que tornou-se fotógrafa por necessidade, não podia trabalhar com jornalismo para TV por não possuir o atestado de idoneidade moral exigido pela ditadura militar. “Naquela época, final da década de 1960 e início de 1970, não era possível trabalhar por conta própria com vídeo. Já a fotografia dependia apenas de eu mesma suportar o peso do equipamento”, afirma.
Além de importantes acontecimentos políticos, Nair registrou a vida de mulheres indígenas, trabalhadoras rurais, operárias, a vida dos imigrantes nordestinos em São Paulo, entre outros temas – sempre deixando claro que sua arte é politizada.
- Dorothea Lange
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Nascida nos Estado Unidos, a fotógrafa é responsável pelas imagens mais famosas da Grande Depressão na década de 30. Entre 1935 e 1939, Lange trabalhou para o governo estadunidense registrando a miséria que assolava o país, foi nesse período que tirou sua foto mais famosa a “Mãe Migrante”, com seus filhos ao redor.
Nos anos 40, Dorothea foi chamada para fotografar o realojamento de japoneses que moravam nos Estados Unidos após o ataque de Pearl Harbor na Segunda Guerra Mundial. A fotógrafa era contra a política adotada pelo governo e fez imagens críticas que apoiavam a visão dela. As fotos foram censuradas durante a guerra, mas hoje estão disponíveis no arquivo nacional do país.
- Claudia Andujar
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Nascida em 1931 na Suíça, Claudia foi naturalizada brasileira depois de chegar ao país em 1955. Foi aqui que começou sua carreira de fotógrafa e nos anos 70 deu início ao seu trabalho mais importante, o de registrar a vida de índios Yanomami. A artista tornou-se aliada na luta dos povos Yanomami pela sobrevivência e demarcação de terras.
Como fotojornalista, Andujar trabalhou para veículos nacionais e internacionais, como nas revistas Life, Cláudia, Realidade, Aperture e Quatro Rodas. E ainda, teve seus trabalhos expostos tanto no Brasil quanto internacionalmente, tornando-se uma importante voz para a causa Yanomami.
- Gioconda Rizzo
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Considerada a primeira fotógrafa brasileira, Gioconda nasceu em 1897 em São Paulo. Seu pai era fotógrafo, e ela conta que tirou suas primeiras fotos aos 14 anos e escondida, com medo de que seu pai não permitisse. Porém, com apoio da família torna-se uma figura importante para a expansão dos negócios.
Gioconda foi a primeira mulher a dirigir um estúdio na cidade de São Paulo, o Photo Femina, especializado em retratos infantis e femininos. E ainda, foi a primeira mulher a atuar profissionalmente na cidade, e por conta de suas ideias inovadoras para a época, como enquadrar apenas rosto e ombros do modelo, tornou-se conhecida pelas mulheres da alta sociedade paulistana que concorriam para marcar um horário com a fotógrafa.
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The article above was edited by Mariana Miranda Pacheco.
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