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Culture

Dia Da Literatura Brasileira: Grandes Autores E Obras Clássicas

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Para os amantes e antenados na literatura, os livros são capazes de nos proporcionar as mais diversas experiências e imersões literárias através dos diferentes gêneros que buscam interessar a um público diversificado. Por meio da literatura brasileira, podemos conhecer um pouco mais sobre a história do mundo em que vivemos e, além disso, descobrir as obras de grandes autores que ganharam cada vez mais notoriedade com o passar dos anos e ainda se reverberam nos períodos atuais. Por isso, vamos conhecer um pouquinho mais sobre as obras clássicas da literatura nacional?

O Guarani, de José de Alencar 

Escrito pelo maior representante da literatura romântica no Brasil, José de Alencar nos apresenta um romance histórico que revela a identidade brasileira. Como parte de uma trilogia indianista criada pelo autor junto aos livros Iracema (1865) e Ubirajara (1874). Publicado em 1857, O Guarani conta a história de um fidalgo português que, agregado de capital econômico, desafia o poder espanhol durante o período das Grandes Navegações. Em paralelo, o livro nos mostra a história de amor entre Ceci e o indígena Peri, demonstrando uma perspectiva idealista de amor por parte do autor. 

O Guarani é, portanto, uma representação histórica do retrato do Brasil e do indígena, consolidando uma figura heróica ao brasileiro. Além disso, traz à tona a miscigenação entre o indígena e o branco e, dessa maneira, se consagra como uma das maiores obras do período romancista, conhecido e aclamado pela sociedade nos dias atuais.

Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis

Escrito por Machado de Assis, maior representante do realismo literário por meio de suas críticas à sociedade elitista da época, Memórias Póstumas de Brás Cubas se consagra como a maior obra do período realista brasileiro ao narrar a história de Brás Cubas, membro de uma família rica pertencente à elite carioca. O romance, publicado em 1881, que  apresenta a estranheza de um narrador personagem que se revira em seu túmulo para contar sua história, retrata a vida de um homem que cresceu em meio às riquezas de seus pais e, posteriormente, a crueldade de uma vida repleta de inutilidades e sentimentos vazios. Através de uma sequência de projetos inconclusos, o narrador aponta as incoerências da sociedade burguesa, além da corrupção entre a sociedade elitista. 

Por meio de um diálogo direto com o leitor, a obra de Machado de Assis se consagra como uma das maiores obras literárias, reverberando-se na contemporaneidade através de um exemplo de condutas e comportamentos da sociedade. 

Dom Casmurro, de Machado de Assis

Também escrito por Machado de Assis, Dom Casmurro, de 1899, nos conta a história de Bentinho e Capitu, casal que enfrenta grandes obstáculos para a concretização de sua união. O livro narra a busca de Bentinho para se livrar de uma promessa materna, na qual ele deveria se tornar padre, e finalmente casar-se com Capitu. O romance traz consigo um mistério sobre a infidelidade do casal, rondando a curiosidade dos leitores mesmo após mais de um século da publicação do livro. 

Afinal, Capitu traiu ou não? 

O Cortiço, de Aluísio de Azevedo

Por meio deste livro de Aluísio de Azevedo, O Cortiço nos apresenta as características deterministas do período naturalista, através da defesa das escolhas humanas como consequências das relações de casualidade. 

A obra, publicada em 1890, nos mostra três espaços principais para a compreensão do romance: a mercearia de João Romão, também dono do cortiço; o próprio cortiço, onde se vivem as personagens principais e, por último, o sobrado de Miranda, um negociante português. Assim, é através dos espaços principais que passamos a conhecer um enredo de exploração máxima dos personagens que se inserem ao contexto, provenientes da representação capitalista da obra. 

Com isso, é através de O Cortiço que a ideia da determinação do destino das personagens é mostrada. Por meio de sua raça e classe social e histórica, as personagens se inserem em determinados contextos sociais que criticam a influência de seu meio corruptor, o cortiço. 

Vidas Secas, de Graciliano Ramos

Neste romance escrito por Graciliano Ramos em 1938, maior representante da segunda geração modernista da literatura brasileira, a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos é contada por meio de recursos estilísticos concisos e estéticos do autor, deixando o sentimentalismo de lado para buscar objetividade e clareza. O livro possui 13 capítulos que, por meio de uma não tradicional quebra de linearidade temporal, podem ser lidos em qualquer ordem. 

Ao apresentar o protagonismo de Fabiano, sua mulher e seus filhos, a história de uma família que foge da seca no sertão nordestino é contada e, nessa busca pela sobrevivência, as personagens se inserem dentro de um contexto de opressão e exploração ao começarem a trabalhar em uma fazenda. A obra, repleta de termos regionais, aborda diversos temas sociais presentes na segunda fase modernista, com propósito de denúncias e questionamentos sociais. 

Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus

Possuidora de uma característica estilística exclusivamente própria, a autora Carolina Maria de Jesus traz por meio de seu enredo questões de representatividade na literatura brasileira, expondo de forma explícita o cenário de maioridade masculina nas escritas da época que, mesmo diante de diversos avanços, ainda se reverberam na sociedade atual. Quarto de despejo, publicado em 1960, é um livro formado por 20 diários, divididos em dia, mês e ano, que retrata o cotidiano da favela do Canindé. Nele, a autora retrata seu dia a dia e como consegue sobreviver sendo catadora de lixo e metal, diante da falta de dinheiro e condições de qualidade em sua vida. Além disso, mostra sua realidade como mãe, filha e cidadã afetada pela realidade social em que vivia. 

A obra é marcada por um retrato sem retoques da miséria e descaso social, demonstrando o cotidiano das favelas de uma maneira particularizada e individual que, na verdade, só poderia ser contada por alguém que viveu nela. 

A Hora da Estrela, de Clarice Lispector

Inserida na última fase do modernismo brasileiro, Clarice Lispector nos traz, por meio de diversas questões existenciais, uma obra conhecida e aclamada pelos leitores da atualidade. A Hora da Estrela, livro publicado em 1977, nos mostra o nascimento literário da nordestina Macabéa, personagem criada pelo narrador Rodrigo S. M. Neste contexto, a construção da personagem é evidenciada por uma série de reflexões e envolvimentos ao leitor. 

Por fim, a personagem principal assume seu protagonismo e insere o leitor ao seu ambiente pobre e escasso não só fisicamente, mas também relacionado às ideias e à imaginação. A personagem se encontra em diversos emblemas durante sua vida e se relaciona com um ambicioso operário olímpico, que vive uma vida semelhante à sua. Assumindo um padrão fixo das obras de Clarice, a história possui um final trágico, intrigante aos leitores que admiram sua escrita.

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O artigo acima foi editado por Larissa Gabriel.

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Raissa Galvão

Casper Libero '27

Estudante de jornalismo que ama a arte de se comunicar e escrever ;)