“Quebre a perna!” – 27 de março é a data responsável por celebrar a importância da arte performada pelos inventores dessa frase: o teatro. O Dia Mundial do Teatro faz referência à data de nascimento de Abelardo Pinto, conhecido popularmente como palhaço Piolin.
O representante do meio circense ficou famoso na década de 1920 como referência de arte cômica. O Teatro das Nações, em Paris, também foi inaugurado no mesmo dia, tornando 27 de março um berço de simbolismos que enaltecem o campo do teatro.
Desejar apenas que o artista “quebre a perna”, ou seja, que faça uma boa apresentação, não é suficiente. A manifestação cultural que surgiu na Grécia Antiga, no século VI a.C., abrange incontáveis obras de sucesso, responsáveis por tratar as mais variadas emoções humanas.
Comédia, drama, ópera, monólogo, melodrama ou até mesmo mímica – seja qual for o gênero, há uma obra a se mencionar e enaltecer. Veja abaixo as principais peças que revolucionaram a arte teatral:
- Romeu e Julieta
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Quando se trata de teatro, é impossível não citar o nome que atua como sinônimo dessa manifestação artística – William Shakespeare. O poeta, dramaturgo e ator inglês deixou sua marca no mundo através de várias obras, sendo Romeu e Julieta, uma das mais conhecidas.
O trágico amor entre Julieta Capuleto e Romeu Montecchio é retratado em uma dramaturgia de cinco atos, na paisagem de Verona, na Itália.
Escrita no final do século XVI, a história retrata uma paixão impossível, dado que suas famílias vivem em rivalidade.
O clássico final trágico é a cereja do bolo da peça, em que os jovens preferem a morte a viverem separados.
O legado dessas cenas permanece até os dias atuais, através de adaptações em filmes, séries e livros, que trazem de volta a sequência de atos que fez todo o público crer no amor.
- Sonho de Uma Noite de Verão
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Como referência no mundo teatral, um tópico não seria suficiente para expor o trabalho de William Shakespeare. Sonho de Uma Noite de Verão é outra peça de autoria do “Bardo do Avon”, escrita na década de 1590.
Dessa vez em uma comédia, a história gira em torno dos enlaces amorosos de um grupo de jovens: Hérmia, Lisandro, Demétrio e Helena vivem um dilema por desejarem entregar seu coração a alguém que já espera concedê-lo a outro.
Com cenário em Atenas, o “turning point” da trama acontece quando os quatro entram em uma floresta encantada e conhecem Oberon, Rei dos Duendes, que traça um plano com Puck, um elfo, que fará com que uma flor mágica seja capaz de tornar qualquer pessoa apaixonada pelo primeiro ser que olhar.
A partir desse ponto, os feitiços passam a instaurar um caos, ingrediente essencial para tornar a peça uma das mais importantes comédias já performadas.
- O AUTO DA COMPADECIDA
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Ao falar de teatro, é fundamental trazer as raízes brasileiras à tona. Entre os vários nomes que se destacam no meio artístico nacional, o paraibano Ariano Suassuna é peça-chave. Sua peça O Auto da Compadecida, escrita em 1955, foi ao palco pela primeira vez em 1956, no Teatro Santa Isabel.
Ambientada no sertão nordestino, a sequência de três atos retrata as aventuras da dupla João Grilo e Chicó. Os amigos enfrentam árduas condições em sua terra natal, como a fome, a seca, a violência e a pobreza. A inteligência e a perspicácia dos personagens são os elementos responsáveis não somente por solucionar seus problemas, como também por garantir a essência do humor no teatro.
O sucesso da trama fez com que ela se tornasse uma minissérie da TV Globo em 1999 e um filme de comédia em 2000. Vale acrescentar que o início do mês de março também foi marcado pela confirmação da sequência, com o lançamento de O Auto da Compadecida 2, 23 anos após sua primeira versão, mas mantendo Selton Mello e Matheus Nachtergaele como protagonistas.
- Vestido de Noiva
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Ainda ressaltando o papel do Brasil na revolução da arte teatral, a peça Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, deve ser essencialmente mencionada. Estreada em 1943, a trama com teor psicológico foi responsável por dar abertura ao Teatro Moderno, através da alternância simultânea dos planos de alucinação, realidade e memória.
As cenas são focadas na protagonista Alaíde, membro da elite carioca, que após ser atropelada, perde sua consciência e fica presa em um limbo entre a vida e a morte. Sua recuperação é marcada por conflitos de seu passado e lembranças de madame Clessi, postituta do século XVIII. A transição entre os três planos cênicos foi responsável por garantir o caráter pioneiro da peça, que trouxe mudanças ao panorama teatral nacional.
- O Fantasma da Ópera
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Localizado em Nova York, o “Teatro da Broadway” é um ponto turístico mundialmente conhecido pelos amantes dessa forma de arte. A avenida ocupada por mais de 41 teatros cedia inúmeras performances. The Phantom Of The Opera, traduzida como O fantasma da Ópera, é um dos musicais que deslocou pessoas de vários países para disputarem um assento e poderem contemplar a obra de Gaston Leroux.
Os atos contam a história de um triângulo amoroso entre Christine, uma jovem soprano acolhida por uma trupe de ópera, o Visconde Raoul de Chagny e Erik, um jovem que se esconde no local, utilizando uma máscara para cobrir seu rosto que fora deformado.
Paixão e tragédia prevalecem no romance francês, que devido a seu sucesso, se converteu em adaptações futuras em filmes e literatura.
- Édipo Rei
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Voltando a meados de 427 a.C, Édipo Rei é uma peça do teatro grego antigo que merece a menção. Escrita por Sófocles e sendo apresentada pela primeira vez em 429 a.C., a obra é a primeira de uma tríade que também inclui Antígona e Édipo em Colono.
O drama foi considerado por Aristóteles, em sua poética, como o mais perfeito exemplo de tragédia grega. A trama foca em Édipo que, ao buscar informações sobre sua origem, é atingido por uma profecia em que ele deve matar seu pai e casar com sua própria mãe.
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O texto acima foi editado por Gabriela Antualpa.
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