Dia 29 de Outubro é comemorado o Dia Nacional do Livro. A escolha da data se deu em homenagem ao dia em que também foi fundada a Biblioteca Nacional do Brasil, localizada no Rio de Janeiro, quando a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para a colônia, em 1810.
Pensando nisso, separamos uma lista de 5 obras clássicas da literatura brasileira que se você ainda não leu, a hora é agora:
Campo Geral, de Guimarães Rosa
Escrita por Guimarães Rosa, Campo Geral é uma novela lírica que conta a trajetória do menino Miguilim e de sua família, moradores do Mutum, em Minas Gerais.
O narrador narra os fatos pela perspectiva de Miguilim, que apesar de ser uma criança, é um indivíduo complexo, cheio de questões existenciais.
A história gira em torno do olhar de Miguilim sobre a vida que leva com sua família no Mutum, olhar fortemente influenciado pela visão dos personagens mais velhos, mas que, com o passar do tempo, vai se desenvolvendo e se modificando.
Ao mesmo tempo em que acontece o seu amadurecimento, a partir de episódios que o forçam a deixar de ser uma criança inocente.
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Vidas Secas, do Graciliano Ramos
Vidas Secas é um romance que retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos (Fabiano, Sinha Vitória, menino mais novo, menino mais velho e a cachorra Baleia) obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca.
O livro é dividido em 13 capítulos que contam a história que por não terem linearidade temporal podem ser lidos em qualquer ordem, com exceção do primeiro capítulo, “Mudança”, e o último, “Fuga”, que fecha um ciclo.
A família de famintos se arrasta em busca de uma sombra. Diante deles, a “catinga estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas”.
Chegam a uma fazenda abandonada. Ali, Baleia captura um preá. Fabiano faz uma pequena fogueira para assar a caça. Depois da chuva, a fazenda renasce. A família fica vivendo ali, com esperanças renovadas.
Além disso, a obra é marcada pelo uso econômico de adjetivos para transmitir a síntese do ambiente e dos efeitos nas personagens que estão inseridas naquela realidade.
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O Cortiço, de Aluísio de Azevedo
Ambientada no Rio de Janeiro do final do século XIX, O Cortiço trata das profundas mudanças urbanas e sociais que a cidade vinha passando. Sem idealização alguma, Aluísio de Azevedo fala sobre essa realidade que ele testemunhava em seus aspectos mais baixos: a exploração humana, a desonestidade e o crime.
O livro mostra as mazelas e a vida miserável dos moradores de duas habitações coletivas (cortiços). João Romão é um portugues comerciante ganancioso, dono de um terreno no Rio de Janeiro onde constrói moradias de baixo custo para ganhar dinheiro.
Bertoleza, uma negra escrava, vive com ele e o ajuda no armazém que ele mantém no lugar. O cortiço é erguido aos poucos, para revolta de Miranda, vizinho de João Romão. Os dois brigam por causa da construção do cortiço.
Assim, é mostrado as lutas entre os moradores, os embates com a polícia, a ganância de João em tornar-se rico às custas dos miseráveis a seu redor, mostrando dessa forma o cotidiano da classe trabalhadora no período antecessor a Abolição e da Proclamação da República.
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Angústia, de Graciliano Ramos
Narrado pelo protagonista Luís da Silva, um funcionário público e escritor frustrado, Angústia é um romance marcado pela autoanálise e encadeamento narrativo centrado na interioridade do protagonista.
Luís se volta ao passado buscando reestabelecer a desavença interior causado pelo rompimento de seu noivado com Marina, agora namorada de Julião Tavares. Apesar disso, a insatisfação permanente com o presente recupera do passado só conclusões amargas sobre si mesmo, dos outros personagens e do mundo em geral.
O foco narrativo da obra é o monólogo interior: o narrador-personagem constrói os eventos com base nas suas lembranças, suas percepções, no local em que se desenvolve o sentimento angustioso. Angústia é considerado um dos mais importantes romances da literatura brasileira, sendo uma narrativa sufocante que mistura introspecção e crítica social.
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Quarto de despejo, da Carolina Maria de Jesus
Quarto de Despejo é um livro formado por 20 diários escritos entre 15 de julho de 1955 e 1 de janeiro de 1960 por Carolina Maria de Jesus, que, antes da publicação de seu livro, era uma favelada anônima moradora da favela de Canindé, em São Paulo.
A obra traz o retrato cotidiano de uma moradora da favela do Canindé. Carolina sobrevive sendo catadora de metal e lixo em São Paulo e, sendo mãe solteira, faz diversos sacrifícios para manter seus três filhos, além de ter que lidar com o preconceito de não casar de novo.
Carolina também expõe como ela e seus filhos são invisíveis e ignorados pelas pessoas que de melhor condição social que eles.
Com uma linguagem simples de fácil entendimento dada a sua realidade social, Carolina traz a sua luta cotidiana e nos mostra como a escrita em seus diários foi uma forma de escapar e digerir seus problemas, porque eles à trazem esperança de que um dia alguem irá ler os seus diários e assim ela deixará de ser invisível.
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O texto acima foi editado por Gabriela Antualpa
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