O Dia Nacional do Surdo, comemorado em 26 de setembro, é muito mais que um dia de recordação de minorias no país. É uma data de celebração da acessibilidade e integração da comunidade deficiente auditiva. Isso, infelizmente, não quer dizer que não ajam dificuldades em esferas de ensino e de interação social, porém, um grande avanço está sendo feito nacionalmente por meios de leis e políticas públicas.
Ter uma data como essa, portanto, permite uma integração social maior no país.
Fonte: BioLibras
Em 2005, foi aprovada uma lei, em que a língua de sinais passou a ser obrigatória nos cursos de licenciatura e fonoaudiologia, no restante é uma matéria optativa. Esse foi o caso de Ana Laura Maia – aluna de Educação Física pela Universidade Metodista – que em sua matéria de inclusão aprendeu o alfabeto, números, meses, dias da semana, alguns esportes e como se apresentar para algum surdo. O intuito era que os futuros educadores físicos saibam como lidar com um deficiente, nesse caso específico, auditivo, para o incluir em uma aula sem o constranger ou o excluir do restante da turma. Porém, segundo ela, o curso foi muito básico e curto.
“Eu acredito que aprender libras tenha a ver com todo e qualquer curso. Estamos falando de inclusão, comunicação. Todo mundo tem direito de entender e aprender o que está sendo dito, de se comunicar, falar e opinar”, disse Maísa Girardi, aluna de Letras da USP. A estudante teve uma disciplina aberta EAD (à distância) com uma série televisiva, glossários, videoaula e textos teóricos. Maísa pensa que o material disponível online não é muito amplo, sem contar com a possibilidade dos vídeos não serem confiáveis. Sua dica é clara para quem quer começar a aprender “Dedicar-se, treinar, gravar vídeos e assistir. Eu me apresentava, gravava o vídeo e assistia. Aos poucos, aprendemos e nos apaixonamos pela língua”.
“Não adianta só fazer o curso, você precisa praticar e dominar o contexto da língua”, disse Thais Alves, funcionária da Cásper Digital e pedagoga. Ela teve contato com libras através de EAD e por ser interessada em educação, achou que seria importante conhecer mais do que apenas sala de aula. Thais também tem alguns amigos surdos e ao visar em comunicar-se com eles, de maneira também em que haja respeito com a Comunidade Surda e a língua, Thais fez curso de Libras na Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos em São Paulo, mais conhecida como FENEIS/SP, aprendendo lá a Língua Brasileira de Sinais. Segundo ela, quem quer aprender Libras precisa primeiro, conhecer a Cultura Surda, a Comunidade Surda e respeitar o universo deles.
Indagada sobre as dificuldades, Thais acredita que a maior seja a compreensão da Cultura Surda, ou seja, a maneira em que aprendemos a nos comunicar com os surdos, em como usar a língua. Ela reforça que a dificuldade aumenta quando algumas pessoas fazem o curso simplesmente por fazer, ou quando a empresa pede, mas não sabem usar a língua deles. Usam o “Português Sinalizado” que é usar os sinais e não a língua, o que é problemático e triste.
“Conhecer um pouco mais sobre o assunto foi importantíssimo para entender o quanto é uma população negligenciada e, por isso, isolada na nossa sociedade. São pessoas que tem todo potencial de serem independentes, mas por falta de profissionais interessados e preparados que os ensinem a ler, escrever, fazer leitura labial, que os treine a se movimentar em vias públicas, acabam ficando dependentes de alguém que os ajude pelo resto da vida” argumenta Fernanda Luiza Faria, estudante de medicina na FAMERP, ilustrando o porquê do Dia Nacional do Surdo ser uma data tão importante socialmente para o país. É integração pura entre os cidadãos para concederem direitos e qualidade de vida a todos, uma união necessária para ajudar toda a população brasileira, não apenas aos deficientes auditivos.
Fonte: Colégio Web
Interessado em aprender mais? A funcionária da Cásper Digital, Thais Alves, deu dicas para aprender todo o universo da Língua de Sinais:
- Cursos de Libras:
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Instituto Santa Teresinha- Escola para surdos
Faculdade de Agudos- Pós-Graduação
- Para leitura:
– O Ouvinte e a Surdez – Sobre Ensinar e Aprender a Libras, de Audrei Gesser
– Libras? Que Língua É Essa?, de Audrei Gesser
– Aspectos Linguísticos das Libras, de Cristiane Seimetz Rodrigues e Flávia Valente
– Enciclopédia da língua de sinais brasileiras: o mundo do surdo em libras (Volume 3), de Fernando César Capovilla e Walkiria Duarte Raphael
- Na internet
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Associações de Surdos – Portal do Surdo
- Comunidades Surdas em SP
Shopping Tatuapé, toda sexta feira, a partir das 18h.
Shopping Santa Cruz, todo sábado, a partir das 18h
Edição: Letícia Giollo