Baseado na série de videogames de terror, Five Nights At Freddy’s: Pesadelo sem Fim estreou nos cinemas no dia 26 de outubro. Com poucos dias de lançamento, o filme já se tornou a maior bilheteria de terror do ano e foi um sucesso entre o público, com 89% de aprovação no Rotten Tomatoes. Porém, entre os críticos de cinema, o filme foi um fracasso, marcando apenas 28% de aprovação entre os especialistas.
A sinopse é sobre a história de Mike Schmidt (Josh Hutcherson), que é um segurança frustrado e que está desempregado, enfrentando diversos problemas financeiros e familiares. Ao se ver nesta situação, Mike resolve aceitar o emprego de segurança noturno no Freddy Fazbear’s Pizza, restaurante de grande sucesso dos anos 80. O local, que foi fechado devido a casos de desaparecimento, utilizava animatrônicos para divertir as crianças. Porém, na primeira noite já é possível ver que esses robôs não são o que parecem ser.
um presente para os fãs do videogame
O enredo da adaptação cinematográfica utiliza a mesma premissa do jogo. Para entender melhor como ele funciona e todo o seu universo, foi realizada uma entrevista com Milena Oliveira, jogadora da franquia. Foi explicado que, no game, o player é esse segurança noturno que, durante cinco noites (ou sete, caso considere as custom nights extras), enfrenta os perigos necessários para descobrir quais são os segredos e a verdadeira história por trás dos animatrônicos. A história do videogame foi criada em 2014, por Scott Cawthon, que assumiu o posto de roteirista do filme ao lado de Emma Tami e Seth Cuddeback.
Em uma sequência de jogos, HQs e livros, o rumo do videogame Five Nights At Freddy’s foi sendo construído por Cawthon, que levou em consideração os feedbacks e as teorias formuladas pelos jogadores. Isso fez com que o universo dos jogos se expandisse cada vez mais, proporcionando um enredo que não segue uma timeline contínua. Por isso, para muitas pessoas, entender o jogo pode ser uma tarefa confusa. Porém, o roteiro do filme conseguiu explicar os principais pontos, o que possibilitou uma trama fluida e de fácil compreensão para o público em geral.
Dirigido por Emma Tami, o longa narra uma história que, por mais que prenda a atenção, se perde em alguns pontos, como a inserção da personagem Vanessa Monroe, interpretada por Elizabeth Lail. O arco dela é inconstante e cheio de contradições, o que incomoda quem está assistindo por não saber ao certo qual é o papel e o objetivo da personagem. Outro ponto que desagrada é a forma maçante como eles retratam o passado e os traumas do personagem principal. De início, tem certa tensão mas logo se torna monótono e cansativo.
Os pontos negativos existem, mas os acertos foram enormes. Recheado de referências, easter eggs e explicações teóricas, o filme foi feito para agradar diretamente os fãs. Desde a trilha sonora com a música da banda The Living Tombstone até a pré-produção e o design dos animatrônicos, o objetivo sempre foi o de esclarecer teorias e conquistar os fãs fervorosos dos videogames. O cenário e as referências escondidas e o modo como a trama foi conduzida, são fatores que agradaram os fãs e atenderam as suas expectativas pós trailer.
Animatrônicos mais reais do que nunca
Os terríveis robôs assassinos saíram diretamente das telas dos computadores para a realidade e superaram as expectativas de muitos. A empresa de efeitos especiais e visuais, Jim Henson Creature Shop, foi a responsável por dar vida a estes personagens. Essa iniciativa de construir os robôs fez com que as cenas com eles ficassem ainda mais reais e fiéis aos jogos. Para se moverem, atores realmente entraram nessas estruturas, sendo apenas necessário usar alguns efeitos especiais e computadorizados para ter esse resultado realístico.
Além dos animatrônicos, o design e a produção gráfica dos cenários foram retratados fielmente ao do game. A fachada da pizzaria, a sala de monitor e o interior do restaurante estão incrivelmente parecidos com os jogos, o que coloca o espectador dentro da atmosfera do local. De fato, a pré-produção e a estrutura feita para a obra são muito bem feitas e caracterizam bem o local macabro.
Um filme para os fãs, mas e para o público de terror?
Para quem ansiava por uma adaptação cinematográfica dos videogames ou quem apenas teve sua infância marcada por eles, o longa de Five Nights At Freddy’s é realmente um banquete de referências e nostalgias. A forma como foi produzido e a representação dos animatrônicos são os pontos mais altos da trama e merecem toda a euforia dos fãs.
Mesmo com a boa atuação de Josh Hutcherson, o roteiro pecou ao focar muito no desenvolvimento dos arcos de Mike Schmidt e de sua irmã, Abby. Isso fez com que os arcos de outros personagens, como o de Vanessa e da Tia Jen, fossem facilmente esquecidos e jogados para escanteio.
Já para os amantes de terror, o filme é um bom passatempo. Ele entrega certa tensão e momentos que assustam, mas não há nada de aterrorizante. Há diversos jumpscares e cortes de cena secos que deixam os sustos bem previsíveis. Por isso, pode não conquistar aqueles que gostam de um terror gore ou até mesmo psicológico, já que não explora nenhuma dessas temáticas.
De certo modo, esse longa é aquele terror para iniciantes. Ou seja, para quem está começando a se aventurar no gênero, assisti-lo pode ser uma boa ideia. Intercalando os sustos leves com o lugar assustador e misterioso, o enredo entrega um terror tranquilo e que diverte, podendo ser recomendado para um público infanto-juvenil. Quanto aos adultos que amam terror, Five Nights at Freddy’s: Pesadelo sem Fim é apenas mais um filme de videogame que ganhou espaço nas telas.
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O artigo acima foi editado por Marcela Abreu.
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