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“É assim que Acaba”: do livro ao filme 

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

No dia 8 de agosto de 2024, foi lançado oficialmente o filme É Assim que Acaba, adaptação do best-seller da autora Colleen Hoover. Muitos fãs (e haters) da escritora ansiavam pela chegada do livro aos cinemas, afinal, muitas expectativas foram colocadas. Até então, o filme continua enchendo salas de cinema mesmo após dias da estreia. 

Com grandes nomes do cinema, como Blake Lively, interpretando Lily Bloom, e Justin Baldoni, na pele de Ryle Kincaid, a adaptação surpreendeu por estar praticamente cem por cento fiel ao livro, com frases impactantes dos personagens, detalhes e construção da narrativa pertinentes à estória originalmente escrita por Colleen. O filme é capaz de trazer as mesmas sensações do livro, como, por exemplo, de que se apaixonar pelo Ryle pode ser inevitável, mas, decepcionar-se, mais ainda.

Apesar disso, pequenos – e importantes – pontos foram deixados de fora: a menção de Dory, que se justifica pelos direitos da Disney, é uma delas. Também foram deixados de lado o imã de geladeira com a referência a Boston, além do diário de Lily, usado para compartilhar os sentimentos da ruiva, quando mais nova, por todo o livro.

Aqueles que leram os livros sabem que Atlas Corrigan, aqui interpretado por Brandon Sklenar, é um verdadeiro cavalheiro, cuidadoso e amoroso. Após assistirem ao longa, alguns acreditam que a conexão de Lily e Atlas durante a adolescência não foi reproduzida como nos livros. Para os leitores, mesmo sabendo da continuação, É Assim que Começa, o final do filme gera grande esperança sobre o relacionamento dos dois após todo sofrimento de Bloom.

Houveram ainda algumas críticas à obra cinematográfica sobre a forma como a abordagem da violência doméstica foi feita. Na estória, estamos “dentro da cabeça” de Lily, página por página, o que traz uma proximidade muito maior com o que a personagem sente e pensa. Isso se difere do filme, que, apesar de conseguirmos ver isso, notamos também que é feito de maneira rasa. Acredito que alguns pontos poderiam ter sido melhor aproveitados, como: a conversa de Lily e sua mãe sobre a violência do pai e a conversa entre Bloom e sua melhor amiga, Allysa.

Por mais que o filme seja uma adaptação literária, ele traz uma forte e nítida mensagem sobre a violência doméstica e a manipulação do agressor – pontos como esse são alertas importantes dentro da sociedade. Fora das telonas, algumas falas dos atores sobre as agressões acabaram gerando polêmicas. Justin Baldoni, por exemplo, está fazendo uma grande campanha contra a violência doméstica e retratando o filme como um grande alerta a problemas que muitas vezes são silenciados perante a sociedade, mas que não deveriam ser.

Por outro lado, Blake Lively, vê e interpreta o filme com outro olhar, “a história de Lily não se resume ao trauma”, disse ela em uma das entrevistas para promover a obra. Suas falas sobre o filme, tem um olhar muito maior em enaltecer a personagem feminina do que falar do problema em si, o que está fazendo com que uma onda de cancelamento surja na internet contra a atriz e a autora. Comentários como “um homem entendeu muito mais a mensagem do filme do que a atriz e a escritora dele”, estão sendo constantes nas redes sociais. 

Como leitora e também amante do cinema, é estranho falar que gostei de um filme que trata de uma forma tão transparente a violência contra a mulher, mas acredito que é assim que a maioria das pessoas que viram e leram se sentem. No entanto, em termos de adaptação, o filme supriu grande parte das expectativas dos leitores.

A obra cinematográfica realmente emociona e, ao mesmo tempo, choca, e a escolha da trilha sonora pode ser considerada impecável. A escalação dos atores, para a vida adulta, e também para a adolescência de Lily e Atlas, foi certeira – principalmente a da atriz Isabela Ferrer, que interpreta Lily quando jovem, ela é idêntica a Blake Lively! Aqui, ver detalhes que estavam na imaginação dos leitores, como a floricultura da Lily e até mesmo as cenas de agressões, impressionam ao tomar forma. 

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O artigo acima foi editado por Luana Zanardi.

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Gabriela Andrade

Casper Libero '25

journalism student, passionate about photography, music, poetry and to hear and tell stories.