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Entenda a origem do conflito entre Israel e Palestina

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Na última semana de maio, uma imagem gerada por inteligência artificial viralizou nas redes sociais. Com a escrita All Eyes On Rafah (Todos Os Olhos em Rafah, em português), a campanha visava chamar a atenção das mídias ao bombardeio israelense em Rafah, localizado no sul da faixa de Gaza (território palestino), no dia 26 de maio. O massacre no campo de refugiados matou 45 pessoas. 

Mesmo com mais de 40 milhões de compartilhamentos e tanta repercussão do conflito, ainda existe a dúvida: o que está acontecendo entre Israel e Palestina

ORIGEM 

No início do século XIX o sionismo se espalhou pela Europa. O movimento tem como objetivo criar um Estado para todos os judeus do mundo, a fim de acabar com os anos de perseguição e exílio.   

Apesar de considerarem diversos lugares do globo como opção para consolidação do sionismo, a Palestina – localizada entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão – foi a região definida. 

Porém, existiam alguns impasses para a criação do Estado judeu. O lugar era sagrado não somente para o judaísmo, como para os cristãos. Além disso, já era ocupada por árabes muçulmanos, do Império Otomano. Dessa forma, a região era o centro das três religiões monoteístas: judaísmo, cristianismo e islamismo. 

Contudo, a Primeira Guerra Mundial mudou completamente o cenário conhecido, afinal, houve grandes mudanças no mapa europeu, bem como na distribuição dos povos pelo continente.  

A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL E SEUS IMPACTOS

No final da Grande Guerra, em 1918, o Império Otomano foi derrotado e se desintegrou. Assim, as potências europeias vencedoras – França, Império Russo e Reino Unido -, dividiram os território palestino entre si. 

Em 1919, com a assinatura do Tratado de Versalhes, foi determinado que a parte do Oriente Médio onde está a Palestina estaria sob tutela britânica. Assim, os ingleses defenderam, pela primeira vez, a criação de um lar nacional para o povo judeu naquela região através da Declaração de Balfour. A carta deixava claro que os direitos civis e religiosos de não-judeus deviam ser assegurados. 

Nas décadas seguintes, houve grande êxodo de judeus para a região. Contudo, ainda representavam menos da metade da população árabe naquele momento, aumentando a tensão entre as duas comunidades. 

EM BUSCA DE SOLUÇÕES  

Buscando uma melhor convivência entre os povos, em 1947, a ONU (Organização das Nações Unidas) propôs a criação de dois Estados: um árabe e outro judeu, ambos sob comando britânico. 

A proposta foi aceita pelos judeus, mas recusada pelos palestinos, que se negavam a ceder seu território. 

O plano foi aprovado, mas nunca foi implementado e, em 1948, o Mandato Britânico sob o território palestino se encerrou.  

O INÍCIO DE UMA SÉRIE DE CONFLITOS 

Ainda em 1948, líderes judeus proclamaram o Estado de Israel.  

A decisão revoltou os palestinos. No dia seguinte, cinco países árabes vizinhos declaram guerra ao recém-criado país e invadem o novo Estado judeu. Deu-se, então, início à Guerra Árabe-Israelense. 

No fim das batalhas, Israel não somente vence a guerra, como expande seu território. Por outro lado, os palestinos continuam sem um país e a guerra foi considerada o “Nakba” (“catástrofe”, em árabe). 

OUTROS CONFRONTOS 

Com a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel conquistou uma porção de territórios; entre eles, a Faixa de Gaza – área que diplomaticamente pertence a Israel, mas é ocupado e dominado pelo Hamas.  

As condições dos árabes no país não eram favoráveis. Perseguições, massacres, superlotações, tensões e confrontos entre o exército israelense a população palestina deram origem a conflitos conhecidos como Intifadas (“Levantes”, em árabe). 

PAZ? OS ACORDOS DE OSLO 

Em 1993, os Acordos de Oslo trouxeram uma nova mudança no status das fronteiras: Israel cedeu certa autonomia aos palestinos; enquanto isso, a Autoridade Palestina reconheceu a existência do Estado de Israel. Esse acontecimento foi o mais próximo que o povo palestino teve de ter uma organização própria reconhecida.. 

Contudo, não aceitando os tratados estabelecidos pelos Acordos, a região começou a ter reações de grupos extremistas de ambos os lados: ataques e bombardeios do Hamas, pela Palestina, e oposição violenta pela direita israelense. 

HEZBOLLAH E HAMAS 

Com as seguidas derrotas árabes, um sentimento de vingança era instaurado. Por esse motivo, grupos de guerrilheiros muçulmanos criaram, em 1985, o Hezbollah.  

Ao mesmo tempo que é considerado por palestinos e muçulmanos como um grupo legítimo de luta contra Israel, o mundo ocidental encara o Hezbollah como terroristas. 

Ainda nesse cenário, em 1987, surge o Hamas. O grupo tem como objetivo a libertação dos palestinos, o fim de Israel, mas contra a Organização de Libertação da Palestina (OLP). 

A partir de 1995, o Hamas começa uma série de ataques contra civis israelenses, gerando respostas violentas e novos conflitos armados. 

Em 2005, o grupo passa a controlar o governo palestino, criando um clima ainda mais tenso na região. 

E NA ATUALIDADE? 

 Ainda nos dias de hoje, a Palestina não é reconhecida como um país pelas Nações Unidas, mesmo que 143 dos 193 dos países-membros da Organização a reconheçam. 

Um governo estável e eficaz com território definido e capaz de conduzir relações com outros países, tendo apoio internacional, são alguns critérios para o reconhecimento de um Estado pela ONU. Não estar sujeito a qualquer outro poder também é um importante fator. 

A criação de um novo país não é simples, muito menos rápida. O conflito palestino-israelense se estende por longos anos, o que dificulta ainda mais esse processo. 

Briga por territórios; por recursos limitados (como fontes de energia, terras e água), conflitos nacionalistas e religiosos ainda criam uma atmosfera instável na região. 

Enquanto isso, milhares de inocentes são vítimas de ataques, bombardeios e massacres das autoridades israelenses e palestinas. Grupos extremistas de ambos os lados submetem pessoas de todas as idades a um ambiente de caos, guerra e, consequentemente, sem paz. 

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O artigo acima foi editado por Camila Lutfi.

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Gabriely Rodrigues

Casper Libero '27

Aspirante à jornalista. Cultura & todo o resto.