Quando falamos de literatura nacional, e pensamos no primeiro contato que tivemos com ela, na maioria das vezes voltamos para a época da escola ou do vestibular, e é como se chegássemos a ouvir a voz do professor falando: “leiam Machado de Assis e façam uma resenha para a próxima aula” ou “O Cortiço de Aluísio de Azevedo cai em quase todos os vestibulares”. A valorização da própria literatura não é o forte de um país como o Brasil, talvez por isso, grande parte das pessoas a veem como algo chato, algo que foram obrigados a conhecer.
Quando falamos de literatura nacional produzida por mulheres, a situação fica ainda mais complicada, já que as mulheres precisaram lutar para conquistar seu espaço de direito no universo literário. Entretanto, no Brasil, temos uma história repleta de escritoras que revolucionaram a literatura, conheça algumas delas:
Clarice lispector
“A palavra é a minha quarta dimensão”
Escritora e jornalista, assim como eu no futuro espero ser, Clarice Lispector rompeu com as tradições literárias do século XX, e abriu portas para a literatura psicológica, existencialista e subversiva. A autora é um marco do modernismo, que além de entregar obras e romances que fizeram história, encantava com reflexões pessoais que sua personalidade enigmática e introspectiva a permitia ter.
Rachel de Queiroz
“Eu sou dessa gente que se dói inteira porque não vive só na superfície das coisas”
A primeira mulher a receber o Prêmio Camões e a ingressar na Academia Brasileira de Letras, era cearense e se mudou com a família para o Rio de Janeiro em função de fugir da seca. Queiroz se tornou destaque na ficção social nordestina.
Carolina Maria de Jesus
“Quem não tem um amigo, mas tem um livro, tem uma estrada”
Carolina foi a primeira escritora negra do país, conhecida pelo livro Quarto do despejo: Diário de uma favelada, uma obra de luta, sofrimento e superação. A autora trabalhou como empregada e catadora de papel para se sustentar e aos seus três filhos, seus relatos entregam riqueza de detalhes e se conservam atuais até hoje.
Lygia Fagundes Telles
“Já que é preciso aceitar a vida, que seja então corajosamente”
Lygia Fagundes Telles, a escritora que abriu espaço para temas polêmicos, e se posicionou fortemente na luta pela democracia e contra a censura. Consagrou-se como “a dama da literatura brasileira”, por dedicar sua vida à mesma.
Júlia Lopes de Almeida
“Dera-se todo à deusa da fortuna, sem perceber que lhe sacrificava a melhor parte da vida”
Escritora, cronista, teatróloga e abolicionista, Júlia Lopes de Almeida contribuiu com artigos e matérias que abordam os direitos sociais e a vulnerabilidade da mulher de sua época.
A autora, que ocupou a cadeira de número 3 na Academia Brasileira de Letras, deu voz ao protagonismo feminino, sendo uma verdadeira professora sobre diversos temas sociais de sua época, e que ainda permanecem atualmente.
Cora Coralina
“Recria tua vida, sempre, sempre.
Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça.”
Cora Coralina foi uma poetisa e contista de prestígio, rompeu barreiras estéticas e abordou o cotidiano marginalizado em suas obras.
Cecília Meireles
“Aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira”
A escritora responsável pela releitura da Inconfidência Mineira, Cecília Meireles, ficou conhecida por sua narrativa melancólica e de solidão, Cecília fez reflexões sobre o seu tempo e consolidou-se como a principal representante feminina da segunda geração do modernismo brasileiro.
É como dizem nos dias de hoje, essas mulheres “correram” para que as próximas escritoras pudessem “andar”, a narrativa documental que reflete a cultura e a história do Brasil é de inegável importância para a literatura nacional e internacional.
Agora que você sabe de tudo isso, da próxima vez que entrar em alguma livraria, procure por um livro escrito por alguma autora brasileira, eu prometo que você irá se fascinar com cada palavra.
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O texto acima foi editado por Ana Luiza Sanfilippo.
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