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Culture

“Está no meu DNA”: Pocah lança EP baseado em sua trajetória na música

This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Com 28 anos de idade e 12 de carreira, Viviane Pereira conquista o público por onde passa. Do Big Brother Brasil ao BR Fest Portugal, Pocah — ex MC Pocahontas — deixa carisma e sorrisos por onde passa. Simpática, divertida e cheia de histórias para contar, a artista conversou com a Her Campus Cásper Líbero sobre o seu novo EP que será lançado sexta feira, 15 de setembro. 

“A sensação é de ansiedade. É uma sensação de experiência nova, né? É algo novo para mim, mas ao mesmo tempo desafiador e eu gosto que me desafia, me tira da zona de conforto. Então é bem bem interessante”, conta a artista, que está pela primeira vez lançando um projeto com músicas inéditas.

a braba é ela & a versatilidade de pocah

O EP A BRABA É ELA, que sai dia 15, é apenas o primeiro passo na trajetória de sucesso de Pocah. Isso porque esse é o primeiro de 3 audiografias que serão lançadas, todas com músicas autobiográficas sobre a vida da cantora desde os 15 anos e a época de MC Pocahontas. Ainda serão lançados mais um EP e um álbum que, juntos, contam toda a história que Pocah quer compartilhar com seu público.

Com 5 faixas, A BRABA É ELA explora toda a versatilidade da artista. Pocah está lançando, nesse EP, sua primeira parceria internacional com a banda colombiana Piso 21. Enquanto isso, “Assanhadinha” conta a história real de quando ela pulou o muro de casa para ir ao baile do morro em que morava escondida da mãe. A primeira faixa, com nome homônimo ao do álbum, tem o ritmo clássico do funk carioca com um tambor grave e batida contagiante. O que, inclusive, gerou muita polêmica para a cantora.

“Eu tive o desprazer de ver pessoas comentando: “mais uma cantora entrando na favela, usando nossa cultura e se apropriando”… E muitas vezes a pessoa nem sabe quem sou, não sabe da minha história e tá falando besteira. Eu gravei na minha comunidade, onde eu cresci, onde eu gravei minha primeira música. Hoje eu me considero um artista pop funk, mas eu o meu berço é o funk carioca”, comenta Pocah.

está no dna

Apesar de nervosa com a nova experiência, a artista também se mostra muito empolgada. A HCCl pôde ouvir as músicas junto com ela, em primeira mão, que dançou e cantou trechos com o orgulho de quem vai lançar algo fantástico. Afinal, ela está muito confortável: “Não acho que foi tão desafiador não, sabe por quê? Porque é quando é a essência do artista se torna mais fácil, né? Tá no Meu DNA — tipo, eu canto funk carioca, nessa região de sento rebolando, de mulher do poder, praticamente a minha carreira inteira. Eu domino muito mais, então eu mato no peito”.

Uma nova experiência como essa, principalmente baseada no passado de Pocah, faz com que todos tenhamos um espectro de como as coisas foram – e, como uma mulher jovem no funk brasileiro, pode-se presumir que não foram nada fáceis.

“Eu não voltaria lá atrás e não faria nada diferente, porque eu acho que até mesmo as coisas que deram errado para mim, que me fizeram sofrer, me ensinaram alguma coisa. A forma como eu cai no funk, como eu fui apresentada ao ritmo… Eu não tive padrinho, madrinha, não tinha ninguém que falasse “olha, você tem que estudar isso, você tem que estudar aquilo…” Foi muito na raça que eu fui ganhando a minha experiência e maturidade profissional. Foram boas e ruins experiências que me trouxeram até onde eu cheguei”, conta a artista.

É o que eu quero para o nosso movimento, para as mulheres do nosso funk: que elas jamais desistam, que ninguém as desmotive e que elas permaneçam firmes e fortes.

Pocah gravou o álbum inteiro no Rio, onde nasceu, e fez questão de homenagear o município de onde veio: Duque de Caxias. “É um privilégio ter nascido no Rio de Janeiro, nessa cidade maravilhosa que virou o cenário do meu projeto, me inspirou. Foi ótimo gravar na minha cidade maravilhosa, queria que todos os trabalhos fossem assim”, diz. Olhando para trás, a artista pôde ter a visão clara do que quer daqui para frente: inspirar mulheres, assim como ela foi inspirada, e lutar por uma realidade em que liberdade não seja sinônimo de sexualização. Confira, na íntegra, um trecho da entrevista:

“Quando eu comecei a cantar, não tinham muitas mulheres no funk quanto hoje. As que tinham são talentosas, fizeram o nome em cima do próprio talento e me encorajaram a cantar minha liberdade. Quando eu faço um clipe, eu faço arte. Quando eu vejo outra mulher em clipe divando, com muita pele à mostra, eu vejo como arte. Quando eu canto que eu sou livre, que eu sou braba, fica claro, ‘ó, não pode encostar em mim'”, conta.

“Eu me entendo como uma mulher poderosa – e que venham muito mais mulheres no caminho. Quando eu canto, eu penso: hoje eu tenho 28 anos de idade, 12 anos de carreira e um dia eu sei que eu quero partir daqui deixando um legado. Que as novas artistas de pop funk que surgirem aprendam alguma coisa, que eu possa deixar algo valioso. Eu sei que não é fácil, mas espero que o funk conquiste muitos espaços e que só haja crescimento, progresso. É o que eu quero para o nosso movimento, para as mulheres do nosso funk: que elas jamais desistam, que ninguém as desmotive e que elas permaneçam firmes e fortes”, conclui.

The article above was edited by Isabella Gemignani. Like this type of content? Check out Her Campus Cásper Líbero for more!

Clarissa Palácio

Casper Libero '25

Paulistana nata, feminista, leonina e apaixonada por rosas, sou fotógrafa formada e escrevo desde os 7 anos de idade. Comecei com poesia, histórias de fantasia, depois música e, aos 13, descobri o jornalismo – aí não teve jeito, foi paixão à primeira vista. Já passei pelo Estadão, Uol, Repórter Brasil e, atualmente, Forbes. Quero poder escrever sobre tudo e deixar o mundo um pouquinho melhor para quem vem - e já está - por aí!