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This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

O plot twist é uma ferramenta muito usada por diretores e roteiristas, é uma espécie de reviravolta na trama, levando-a para um caminho inesperado. Tal mecanismo foi amplamente utilizado nos anos 1970, principalmente, pelo diretor Alfred Hitchcock. Filmes estilo noir , que marcaram a década de 40, também foram adeptos do plot twist.

Então, confira a seguir uma lista de filmes que fez bom uso dessas reviravoltas.

Psicose

Marion Crane rouba 40 mil dólares da imobiliária em que trabalha como secretária, a fim de começar uma nova vida junto ao seu namorado. Durante sua fuga com o dinheiro, ela encontra, por acaso, um velho hotel em uma estrada, que já não é mais usada usada. Quem administra o local é Norman Bates, um homem, aparentemente, atencioso, que alimenta um forte respeito a sua mãe e obedece a suas ordens. Devido ao cansaço e à forte tempestade, Marion decide passar a noite no hotel, mas nem tudo é o que parece.

Neste clássico somos apresentados a um plot twist de tirar o fôlego. As atuações de Anthony Perkins (Norman Bates) e Janet Leigh (Marion Crane) estão impecáveis, à altura de um filme de Alfred Hitchcock, vulgo Mestre do Suspense. O final é surpreendente e permaneceu no imaginário coletivo, mesmo após 60 anos de sua estreia, tornando-se um ícone da cultura pop.

Psicose está disponível na Netflix.

Um Contratempo

Fugindo das produções hollywoodianas, o filme “Um Contratempo” é uma boa pedida. A premissa do filme é simples: um homem é acusado de ter assassinado a amante em um quarto de hotel. Adrián, o suposto assassino, alega que alguém a matou e o deixou inconsciente, porém não há sinais de arrombamento e o quarto é trancado por dentro, ou seja, não há maneira de entrar e muito menos sair. Adrián recorre a melhor advogada de defesa da Espanha, Virginia Goodman, para se livrar da acusação.

“Um Contratempo” é um filme para assistir sentando na ponta do sofá. A tensão desenrola-se de forma crescente enquanto Adrián conta, em forma de flashbacks, o que de fato teria ocorrido, disponível na morte de sua amante. Em quase duas horas de filme, acontecem lições reviravoltas, condizentes com o enredo racional e lógico. E, por fim, o último plot twist nos faz questionar toda a narrativa, ele está na nossa cara o tempo inteiro, localizado nos ínfimos detalhes. Tanto o cenário, quanto os núcleos presentes na película contribuem para a construção do clima de suspense da trama.

O longa de Oriol Paulo bebe da mesma fonte dos livros de Agatha Christie e dos filmes de Alfred Hitchcock. É sobre aceitar ser enganado, pois nenhuma das suposições que fazemos ao decorrer do trama vai ser como corretas no desfecho. Afinal, quem é o verdadeiro culpado?

Um Contratempo está disponível na Netflix.

Fratura

Ray é um alcoólatra em recuperação que sai em viagem com Joanna, sua esposa e Peri, sua filha, para passar o dia de Ação de Graças na casa dos sogros. A pedido da filha, Ray para em posto de gasolina, para ir ao banheiro. É nesse momento que eles causam um acidente em uma parte do estabelecimento que estava em obras, tanto Ray quanto à filha uma queda, fraturando como cabeças. Quando ele desperta da inconsciência, sua esposa já está ali, gritando com ele, ao ver a situação da menina. Ele, então, como leva ao hospital mais próximo, garantindo que vai cuidar delas.

Ao chegar na emergência, Peri é levada para fazer uma tomografia e Joanna vai como acompanhante. Enquanto espera, o protagonista dorme mas quando acorda, depois de muito tempo, elas ainda não saíram do exame. E é a partir disso que a história se desenrola.

Inicia-se uma história de convencimento de ambos os lados, os funcionários do hospital dizem que ele entrou sozinho e Ray alega que o hospital está sequestrando Peri e Joanna. Durante todo o enredo duvidamos de todos os personagens, tantos dos funcionários do local, como do próprio protagonista. Quando achamos que o filme tem seu desfecho, ocorre a reviravolta final nos últimos segundos do longa.

A expectativa de quem está certo permanece até os últimos minutos, tornando toda uma narrativa agonizante para quem assiste. E quando terminamos, paira a seguinte pergunta: seria a mente do homem realmente confiável?

Fratura está disponível na Netflix.

Parasita

O longa de Bong Joon-ho foi o ganhador do Oscar de Melhor Filme de 2019 e faz jus à premiação do qual foi agraciado. O filme conta a história de uma família sobrevivendo em uma situação miserável, até que Kim Ki-woo é contratado para ser professor particular de uma jovem, que pertence à uma família rica. O protagonista vê, então, a oportunidade de melhorar a situação da vida de seus pais e irmã, bolando um plano para conseguir se infiltrar na família. As interações entre as duas famílias revelam os problemas de classe, e apesar do filme se passar na Coréia do Sul, nota-se que a desigualdade social é uma questão global.

No entanto, a história se complica conforme o tempo decorre e, em certo momento, torna-se uma tarefa árdua prever o final do filme, pois o diretor eleva a trama a outro nível: ao do absurdo. Mas é em um bom sentido. Uma pega reviravolta de todos de surpresa. O filme possui um roteiro inteligente, instigante e apresenta tons de uma comédia ácida e de drama. Tudo isso condensado em uma, inevitável, crítica social.

Parasita está disponível no Telecine Play.

Ilha do Medo

A trama se passa no ano de 1954, quando os detetives Edward Daniels e Chuck Aule chamados são para investigar o desaparecimento de um paciente, que teria matado seus três filhos afogados. Para isso, vão ao Hospital Psiquiátrico Ashecliffe, na ilha Shutter, local que abriga os piores criminosas, com algum tipo de problema mental. O diretor, Martin Scorsese, consegue compor uma ilha claustrofóbica, com muita neblina, nos passando uma sensação de incerteza e angústia, criando um clima de suspense do mais alto calibre.

Pouco depois que os detetives chegam à ilha, ocorre uma forte tempestade, cortando a comunicação, obrigando-os a ficar lá. Conforme a narrativa se desenrola percebemos que há algo estranho no hospital psiquiátrico, assim como com seus pacientes e funcionários. Isso é que pode ser revelado sobre a premissa do filme, sem que a experiência seja prejudicada.

A atuação de Leonardo DiCaprio ao interpretar o detetive Edward (Teddy) Daniels é sublime, torna-se quase impossível dissociar o ator do personagem. Entramos na pele do personagem, sentindo toda a sua angústia e a ansiedade em desvendar o desaparecimento. E por fim, uma dupla dinâmica de DiCaprio e Mark Ruffalo é consonante, fazendo com que nos apeguemos aos personagens.

Ilha do Medo é uma espécie de quebra-cabeça e a última peça, a que monta todo o cenário e dá sentido, é o plot twist. E quando você termina, não consegue tirar a história da cabeça, bem como a pergunta que permite: podemos confiar em nós mesmos?

Ilha do Medo está disponível na Netflix e na Amazon Prime.

Garota Exemplar

Adaptação do livro homônimo de Gillian Flynn, o filme narra a história de Nick e Amy Dunne, após uma trajetória romântica e um casamento dos sonhos, ambos perdem o emprego em Nova York. Nick recebe a notícia de que a mãe está morrendo de câncer de mama em sua cidade natal, portanto decida voltar para Missouri e recomeçarem suas vidas.

Na manhã de aniversário de cinco anos de casados, já há dois anos na cidade, Nick recebe uma ligação de um vizinho no trabalho, alegando algo estranho na casa dos Dunne, o protagonista volta para sua residência e encontra o revirado local, uma suposta cena de crime. Ele não consegue encontrar a esposa, decide acionar a polícia e a partir disso, se inicia uma mobilização nacional para achar Amy, a nova queridinha do país. Conforme a investigação avança, Nick se torna o principal, e único, suspeito do crime.

A história vai sendo contada de forma alternada entre presente e passado, por meio de flashbacks, desejo do diário de Amy. As cenas do passado complementam as do presente e vice-versa, tornando a trama mais dinâmica e envolvente. O enredo é muito bem amarrado, não deixando uma ponta solta, além de que nada é gratuito, em tudo há um porquê. O longa é recheado de reviravoltas, deixando seu queixo caído até o desfecho.

Garota Exemplar está disponível na Netflix

Buscando

A filha de 16 anos de David Kim desaparece, iniciando como investigações policiais sobre o seu paradeiro, no entanto, tais investigações não apontam para lugar nenhum. Desesperado, David começa a investigar sozinho, decidindo procurar pistas no computador da garota.

O longa acerta em cheio ao ser retratado através de telas de computador, câmera e smartphones, compondo uma experiência cinematográfica que de início pode parecer inusitado, mas logo você se familiariza.

A história é simples, mas muito bem executada. Possui um ritmo preciso, as peças são suportadas na hora certa, para que justamente por conta disso a reviravolta caia como uma luva no filme. Além disso, a trama também é abordada temas como luto, depressão, paternidade e conflitos familiares, mantendo a atenção do espectador do início ao fim.

Buscando … está disponível no Telecine Play.

Sexto Sentido

Esse é o tipo de filme que puxa o tapete sob os nossos pés e faz com que precisemos de um tempo para digerir ou revirar o enredo , de tão bem instalado que ele é. Na trama, Malcom é um psicólogo infantil premiado, que tenta ajudar Cole, uma criança de 8 anos, ansiosa, com dificuldades de socializar e que vive paralisado de medo. Tentando se redimir de erros que cometeu no passado, o Dr. Crowe faz tudo para ajudar o menino, porém ainda não estava preparado para descoberta do sexto sentido de Cole.

Nesse longa a reviravolta reside nos detalhes, de forma sutil, desde o início, mas simultaneamente os objetos estão ocultos. Somente no final do filme nos damos conta deles e conseguimos identificá-los, quando tudo é elucidado. O filme tornado-se um clássico da sétima arte, seu sucesso se deve, em parte, pelo incrível plot twist presente no enredo.

Sexto Sentido está disponível no Telecine Play.

E aí, já conhecia esses plot twists? Que tal adicionar alguns na sua lista?

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O artigo acima foi editado por  Vivian Cerri.

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Bianca Lucarelli, 18 anos e jornalista em formação. Possui uma paixão indescritível por séries e livros, assim como pelos seus pets. Vê a escrita como uma forma de tirar o peso do mundo de seus ombros. Atualmente divide o tempo entre a calmaria do interior e a correria de São Paulo.