No mês de julho, a Europa recebe diversos turistas que vão em busca do famoso “verão europeu”. Além dos altos números de viajantes, nesse ano, o continente sofreu com as maiores temperaturas registradas, causando sérias consequências momentâneas e estruturais, para hoje e para o futuro. Além disso, a América do Norte também sofreu com as altas temperaturas.
As ondas de calor causaram incêndios na Grécia, Algeria, Croácia, Itália, Portugal e Espanha. Esses países também enfrentarem temperaturas entre 40 e 45°C, chuvas, alagamentos e tempo seco. Todos esses fenômenos causaram mortes, perda de patrimônio histórico e devastação. Mas o que está por trás desses acontecimentos?
O que é uma onda de calor?
Segundo a Organização Mundial Metrológica, uma onda de calor é classificada quando as temperaturas diárias superam em cinco graus a temperatura média do local, de maneira constante, durante cinco dias.
Em 1911, a França experienciou sua primeira onda de calor, levando 49 mil pessoas a óbito, mas foi só a partir dos anos 90 que cientistas começaram a estudar e a se preocupar com a intensificação desse fenômeno. Em 2004, uma nova onda causou 70 mil mortes.
Isso, ainda, levou à publicação de um artigo pela Science, dando um alerta para o perigo dessas ondas. Sendo assim, a população tem conhecimento acerca do problema há 19 anos.
Mudanças climáticas
Com as emissões dos gases de efeito estufa e a queima de combustíveis fósseis, a temperatura global já subiu 1,2 graus Celsius e a tendência é aumentar cada vez mais.
Esse aumento causa consequências no mundo todo. Entretanto, a Europa vem sendo a mais afetada. Segundo a Revista Nature, provavelmente, as correntes vindas do círculo polar ártico ocasionaram o calor intenso e a chuva. Para a cientista Hannah Cloke, o aumento da temperatura no mar gerou uma alta pressão e as ondas quentes vieram da África.
Previsão para os próximos anos
A expectativa é de que, até 2100, a temperatura global deve atingir 2,7 graus Celsius. Essa mudança acarreta em perigos para a saúde física – quando somos expostos ao calor extremo, podemos sofrer com câimbra, exaustão, insolação e até com problemas cardiovasculares.
Da mesma forma, ecossistemas não estão adaptados para esse tipo de calor, então animais e plantas podem morrer e o aumento de incêndios florestais é garantido. Ademais, a qualidade do ar fica ruim por conta dos poluentes liberados na atmosfera, dificultando a capacidade de respirar.
Existe também um impacto econômico, como com aumentos de gastos por parte de governos para melhorar estruturas, reconstruir o que foi perdido pelos incêndios e para o auxílio emergencial. A produtividade no trabalho também será reduzida, enfraquecendo o mercado global e os investimentos.
Em uma análise feita pelo banco Barclays, foi estimado que os gastos relacionados aos desastres cresceram 77% nos últimos 50 anos. Além disso, entre 1992 e 2013, os prejuízos registrados giravam em torno de 5 trilhões de dólares.
Construímos uma economia e um conjunto de práticas para um clima passado, não para o clima que está se delineando.
Disse Justin Mankin, climatologista.
Dia da sobrecarga da terra
Em meio a tanto calor, no dia 2 de agosto atingimos o dia da sobrecarga da terra, ou seja, a humanidade utilizou todos os recursos naturais oferecidos para serem consumidos ao longo do ano. Atualmente, consumimos 1,7 planeta por ano, mas a expectativa é de chegar a dois em 2030.
A natureza está apresentando os sinais de que precisamos mudar nossas ações, caso contrário, as próximas gerações encontrarão uma terra completamente diferente e com situações cada vez mais preocupantes.
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O artigo acima foi editado por Fernanda Alves.
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