O artigo abaixo foi escrito por Fernanda Murchão e editado por Giulia Howard. Gostou desse tipo de conteúdo? Confira Her Campus Cásper Líbero para mais!
No dia quinze de fevereiro de 2022, nos Estados Unidos, foi anunciada para a mídia mundial a primeira mulher da história a ser curada do vírus da AIDS. A paciente de 64 anos, com leucemia, tornou-se a terceira pessoa a se recuperar da doença no mundo, o que mostrou o avanço dos estudos da medicina e do desenvolvimento de novos tratamentos para doenças que eram tidas como “incuráveis”. Antes dessa mulher, dois homens, um alemão e um inglês, foram curados do vírus, em 2008 e 2019, respectivamente.
Com muita pesquisa e muitos testes, o tratamento que foi aplicado na norte-americana foi inédito, envolvendo sangue de cordão umbilical – no qual havia presença de células tronco de um doador que é naturalmente resistente à essa doença que ataca e destrói o sistema imune.
Esse procedimento foi feito três anos atrás e, durante esse período, a paciente teve um acompanhamento contínuo de médicos e pesquisadores da área. Junto a isso, manteve-se a medicação para controlar o HIV. Gradualmente, os remédios foram sendo abandonados e, depois de realizar exames de sangue, não foi mais identificada a presença do vírus no corpo da paciente.
Na Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas ocorrida em Denver (EUA), foi anunciada a cura da norte-americana. Tal cura já havia acontecido há 14 meses, mas, antes de anunciar ao mundo, muitos testes foram feitos na paciente e ela também recebeu doações de sangue, para o fortalecimento do corpo. Os médicos estudaram mais a fundo o caso para entender as reações que o organismo tem através desse tratamento e dos outros já realizados. O fato dela ter sido curada é um marco para a história da AIDS e da medicina.
Segundo o UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids), no ano de 2020, aproximadamente 680 mil pessoas morreram com a doença no mundo todo e 1,5 milhões de pessoas contraíram o vírus da AIDS. Dessa forma, é possível notar que a cura de mais uma paciente é muito significativa para a história e para os avanços médicos, já que muitas pessoas ainda se infectam no mundo com essa doença. Com mais estudos e casos bem sucedidos de cura, o número de mortes poderá ser menor no futuro. Isso significa muito para o mundo.
Entenda um pouco mais sobre o vírus da AIDS
AIDS ou Síndrome da Imunodeficiência Humana é uma doença cujo principal sintoma é o enfraquecimento do sistema imunológico, aquele que protege o corpo de doenças infecciosas. Os primeiros sintomas são similares aos de um resfriado, por isso, muitas vezes, passam despercebidos por infectados. Tais sintomas surgem quando o vírus já está em grandes quantidades dentro do corpo humano e ataca as células de defesa dele. A doença se inicia em uma fase latente – que dura, em média, 3 a 6 semanas – Nesse período, o vírus fica em um período de incubação e não causa sintomas. Após isso, os primeiros sinais aparecem e o vírus passa para a fase latente.
O HIV pode ser transmitido através de fluídos corporais – entre eles, sêmem, sangue, secreções retais, secreções vaginas, etc. – , os quais podem entrar em contato com o corpo humano através de relações sexuais sem preservativo, transfusão de sangue contaminado e compartilhamento de agulhas ou seringas. A doença enfraquece o corpo, tornando-o vulnerável para contrair doenças, que podem ser letais. Por isso, em muitos casos, o óbito é de uma doença que é decorrente da AIDS.
O diagnóstico é simples e feito através de exames laboratoriais que detectam a presença do vírus no sangue. Quanto mais cedo for detectado, os resultados com os tratamentos podem ser mais efetivos. Segundo o site Viva Bem, do Uol, “os medicamentos antirretrovirais impedem a multiplicação do vírus no organismo e o consequente enfraquecimento do sistema imunológico”.
Com o avanço dos estudos e com as três curas já constatadas na história, novos medicamentos podem ser desenvolvidos para ocorrer um número maior de recuperações e de curas do vírus. É de extrema importância cuidar e se preservar, pois a AIDS é uma doença séria e que, sem o tratamento adequadopode levar à morte.
Casos famosos de AIDS
A enfermidade começou a aparecer com mais força nas décadas de 80/90, quando muitos não tinham conhecimento sobre e não havia muitos estudos sobre o vírus e o que ele causava no corpo humano. Assim, a doença que foi contraida por muitos na época, acabou levando alguns nomes importantes mundiais a óbito Apesar disso, casos conhecidos pela mídia abriram espaço para que médicos e pesquisadores se aprofundassem nos casos da doença.
Alguns artistas que faleceram após contraírem a AIDS através da infecção pelo HIV foram: o cantor de rock, Cazuza – falecido aos 32 anos após um choque séptico; o vocalista da banda Legião Urbana, Renato Russo, que se foi aos 36 anos por consequências da doença; o lendário cantor britânico Freddie Mercury, que acabou morrendo por pneumonia decorrente da AIDS, em 1985; e também, o ator Wagner Bello, o Etevaldo de Castelo-rá-tim-bum, que partiu aos 34 anos, logo depois de descobrir a doença.
Esses e muitos outros artistas lutaram contra a doença e alguns falaram em público sobre ela, para desmistificar boatos que surgiam na época. Todos impactaram o mundo com suas mortes, mas abriram palco para ressaltar a importância da prevenção, para diminuir o número de óbitos e abrir espaço para mais estudos e desenvolvimento de novas tecnologias.