As séries coreanas, popularmente conhecidas como Doramas ou K-dramas, apresentam roteiros cheios de reviravoltas com um alto nível de produção. Divididas em episódios, as produções apresentam diversos gêneros, dentre eles: romance, fantasia, terror, suspense, ação e comédia. Cada vez mais, as plataformas de streaming, Netflix e Disney +, por exemplo, disponibilizam as séries em seus catálogos.
O surgimento dos K-Dramas
Para falar do surgimento dos Doramas é preciso, primeiro, entender pontos políticos e econômicos do Leste asiático, local em que foram criados. O território coreano foi disputado pela China e Japão, países vizinhos da Coreia, por mais de 2000 anos. Nos anos 20, no período de domínio japonês, houve as primeiras transmissões de dramas japoneses na rádio coreana e, logo em seguida, os dramas coreanos também foram ao ar.
Entre 1950 e 1953, aconteceu a Guerra da Coreia, decorrente de embates políticos da divisão da região, durante a Segunda Guerra Mundial, entre Estados Unidos e União Soviética. Durante o conflito, o desejo de proteção da cultura sul-coreana se fortificou, mesmo com o país passando por grandes instabilidades. Os Estados Unidos investiram na Coreia do Sul e exportou produtos para o território, fazendo com que a cultura americana fosse, em partes, se integrando à coreana.
Em 1956, já no pós-guerra, a primeira estação de televisão sul-coreana HLKZ-TV foi criada. Posteriormente, foi vendida a KBS (Korean Broadcasting System), sendo ela a responsável pela exibição do primeiro K-Drama audiovisual, o Backstreet of Seoul, em 1962. A partir dessa data, as séries coreanas começaram a se popularizar nacionalmente, o que foi potencializado quando a televisão deixou de ser um objeto elitista no país, juntamente com a criação de novas redes de TV. Os enredos da época refletiam a política e a economia do país.
A popularização da indústria cultural sul-coreana
A exportação dos K-dramas foi um processo gradual financiado pelo Governo da Coreia do Sul. Nos anos 90, após o país passar por um período ditatorial e estar em meio a uma crise financeira, o presidente Kim Young-Sam incentivou a valorização da indústria cultural.
Iniciou-se o movimento Hallyu, ou também, “onda coreana”. O termo foi criado por jornalistas de Pequim para descrever a crescente popularidade do entretenimento e cultura coreana na China e em outros países. Segundo o livro K-drama: A New TV Genre with Global Appeal, do Serviço de Cultura e Informação Coreano (KOCIS),
o drama What Is Love? (1997) teve grande audiência na China e abriu portas para o público chinês consumir as produções sul-coreanas.
Já no Japão, o primeiro K-drama popularmente conhecido foi Winter Sonata (2003). Estima-se que 70% dos telespectadores japoneses tenham assistido a pelo menos um episódio em 2004, de acordo com dados do KOCIS. Outros, como Jewel in the Palace (2003), Damo (2003), Coffee Prince (2007), Boys Over Flowers (2009), You Are Beautiful (2009), ajudaram na popularização em outros países da Ásia e também ao redor do mundo.
Ascensão no Streaming
Durante a pandemia de Covid-19, houve um aumento no consumo mundial de K-Dramas, principalmente na Netflix. A série coreana Round 6 (2021) foi assistida por mais 111 milhões de usuários. Segundo dados da plataforma, aproximadamente 60% de todas as contas assistiram produções coreanas em 2022.
Em 2023, o Disney Plus já divulgou que pretende lançar mais de 8 K-Dramas, além de documentários e shows de artistas de K-Pop, músicas populares coreanas. Em 2022, o serviço de streaming já havia produzido A Primeira Canção de Amor e agora, foi anunciada a segunda temporada já para esse ano.
Por conta das variedades de gêneros, roteiros surpreendentes e produções de alta-qualidade, os K-dramas estão ficando cada vez mais populares. O Amazon Prime e HBO Max, por exemplo, já estão investindo no gênero e pretendem, em breve, trazer o conteúdo para os seus catálogos.
Recomendações da HC
- Snowdrop (2021) – Disney +
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O texto acima foi editado por Mariana Letizio.
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