A cinebiografia de uma das maiores vozes da música e contracultura brasileira, Gal Costa, que faleceu em 09 de novembro do ano passado, teve sua data de lançamento adiada para o dia 19 de outubro (praticamente um mês depois da data original prevista, 21/09).
“CUIDANDO DE LONGE” / “FALTANDO UM PEDAÇO”
Maria da Graça nasceu em 26 de setembro de 1945, em Salvador, Bahia. Em 57 anos de carreira, marcou o nome na história da MPB não só com grandes canções, mas também pela forma libertária como se comportou e expressou ao longo dos anos.
A cantora havia dado uma pausa na agenda de shows para cuidar da saúde após ser submetida à uma cirurgia para retirar um nódulo na fossa nasal direita. Apesar do procedimento médico, a causa da morte ocorrida no dia 09/11 não foi inicialmente relacionada a ele e sequer divulgada, o que começou a ser questionada por fãs e amigos.
Após uma reportagem produzida pela Revista Piauí, assinada por Thallys Braga, o movimento de questionamentos ganhou maior força. A reportagem revela diversos golpes e assédios aplicados em funcionários, contratantes de shows, amigos e na própria Gal por parte de sua esposa, a empresária Wilma Petrillo.
Em 16 de julho, após oito meses de sua morte, a causa foi revelada através de uma reportagem do programa Domingo Espetacular, da Record TV. A certidão de óbito da cantora revela que a causa da morte foi um infarto agudo do miocárdio, ou seja, um ataque cardíaco e neoplasia maligna (câncer) de cabeça e pescoço.
A VIDA DE GAL
A nova data de ‘Meu nome é Gal’ foi anunciada pelo trailer divulgado pela Paris Filmes no início do mês de julho, o qual destaca Gal, interpretada pela atriz Sophie Charlotte, ao lado de figuras como Caetano Veloso (Rodrigo Lelis), Gilberto Gil (Dan Ferreira), Dedé Gadelha (Camila Márdila), Waly Salomão (George Sauma), o empresário Guilherme Araújo (Luis Lobianco), entre outros.
Com 57 anos de carreira musical, Gal Costa soma mais de 30 álbuns com inúmeros sucessos, os quais fazem parte da trilha sonora do filme. “Meu Nome é Gal”, canção composta por Erasmo e Roberto Carlos em 1969, e a preferida da atriz Sophie Charlotte, “Baby”. Além de “Aquarela do Brasil” e “Divino Maravilhoso”, embalam o trailer do longa-metragem.
A produção tem codireção de Dandara Ferreira, que atua no filme e dá vida à cantora Maria Bethânia, e Lô Politi, que também escreveu o roteiro. A produção é assinada pela Paris Entretenimento e Dramática Filmes, com coprodução da Globo Filmes e Telecine. A distribuição é da Paris Filmes, da SPCine e da Secretaria Municipal da Cultura.
Junto ao anúncio, o público também pode conferir novas fotos de Sophie Charlotte caracterizada como a artista baiana. Nas imagens, aparece com os cabelos longos e também mais curtos, marcando diferentes momentos da vida e carreira de Gal.
SOBRE O ENREDO
Meu Nome é Gal retrata a trajetória de Maria da Graça Costa Penna Burgos, melhor conhecida como a famosa Gal Costa que tanto amamos. O filme acompanha a juventude da artista que, aos 20 anos, sai de Salvador em direção à capital carioca, Rio de Janeiro, onde se junta àqueles que logo se tornaram seus companheiros de vida. Juntos, enfrentarão a dificuldade de serem tão vanguardistas em meio ao conservadorismo e à violência impostos pela ditadura militar no Brasil.
O longa mostra de perto o breve e efervescente momento do tropicalismo, o principal movimento da contracultura brasileira, responsável pela maior mudança musical e comportamental que o país já presenciou. Dentro da Tropicália, como era chamado, poderemos observar a cantora enfrentando sua timidez e potencializando sua força.
Importantes nomes da carreira da artista também são citados por receber destaque no roteiro, como: o empresário Guilherme Araújo, que acompanhou a escolha do nome artístico de Maria da Graça para Gal Costa, assim como o lançamento de sua carreira, e o poeta, compositor e diretor Waly Salomão, fundamental na construção do contexto estético da turnê Fa-tal, Gal a Todo Vapor (1971) – a turnê é considerada um marco em sua trajetória que a consolidou como a voz da contracultura brasileira.
Foi revelado que a artista não chegou a assistir o longa. Mesmo com a existência de um primeiro corte ainda em vida, Dandara Ferreira queria mostrar a obra a Gal só quando estivesse finalizada. Ainda assim, a cantora ajudou a produção em momentos específicos, como na escolha de objetos e no roteiro. Além de acompanhar um ensaio de Sophie Charlotte e ver fotos da atriz caracterizada.
O filme que era para ser apenas uma homenagem acabou ganhando maior importância após seu falecimento, outro significado. Na entrevista com Gabriel, filho dela, para o programa da Rede Globo “Fantástico”, ele confessa que não tinha ideia da dimensão que a mãe tinha, e queria descobrir um pouco mais sobre ela. “Meu nome é Gal precisa ser também um filme para o Gabriel e para todos aqueles que se sentem como ele”, afirmou Dandara para a revista O Globo.
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O texto acima foi editado por Ana Luiza Sanfilippo
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