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Microplásticos: como o material chega no corpo humano e afeta a saúde

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

No último mês de agosto, foram encontrados, pela primeira vez, microplásticos no coração humano. Antes disso, já haviam sido identificados no sangue e nas mais variadas partes do corpo. Mas o que são os microplásticos e como de repente eles estão espalhados em nosso organismo?

Anelise Mariano, bióloga com enfoque em meio ambiente, e sua irmã, a biomédica, Débora Mariano, especializada em análises clínicas e microbiologia, esclareceram como esse material pode afetar severamente o nosso modo de viver e o que podemos fazer para reverter essa situação.

O QUE SÃO OS MICROPLÁSTICOS?

Microplásticos, como o próprio nome diz, são pequenos fragmentos de plásticos maiores, com menos de 5 milímetros de comprimento. São provenientes da decomposição e do processamento desse material.

ONDE SÃO ENCONTRADOS?

Por ser de baixo custo, alta durabilidade e resistente a produtos químicos, o plástico está extremamente presente em nosso dia a dia. Embalagens de remédio, comida, cosméticos, utensílios de cozinha, sacolas plásticas, que usamos na grande maioria de nossas compras, aparelhos e eletrodomésticos são alguns dos muitos itens que usamos diariamente e possuem esse material.

Não havendo, porém, um descarte de maneira adequada, o plástico se quebrará em pequenas partículas ao entrar em atrito com outros materiais e condições climáticas, gerando, assim, os microplásticos.

Os cosméticos e produtos de higiene, como pastas, cremes, sabonetes, podem ser fabricados com partículas de polietileno, um dos tipos de plástico mais comuns, que após o uso vão diretamente para a rede de esgoto e não conseguem ser retidas na estação de tratamento, devido ao seu tamanho. 

Logo, essas microesferas podem ser encontradas na água em que bebemos, nos alimentos industrializados, tintas acrílicas, tintas látex, dispersas no ar e nas proteínas que ingerimos, como frutos do mar, uma vez que são contaminados em seus habitats naturais, por menores que sejam.

“Um bom exemplo é a lavagem de roupas. Grande parte das roupas são feitas de fibras têxteis sintéticas de plástico, como o poliéster. Durante a lavagem, esse choque mecânico dentro da máquina de lavar faz com que as partículas de plástico se desprendam. Elas acabam sendo enviadas para o meio ambiente e corpos hídricos”, explica Anelise. 

“Foi feito um estudo com funcionários da indústria têxtil, e percebeu-se que uma parte deles desenvolveu problemas pulmonares devido a ingestão e inalação de plásticos durante o processo de fabricação dos tecidos”, acrescenta Débora. 

Há também o uso do tipo de um dos tipos mais comuns de plástico, que contém o componente químico, Bisfenol-A. Quando aquecidos liberam moléculas que são altamente maléficas à saúde. Hábitos como esquentar comida no micro-ondas em recipientes de plástico ou o famoso café no copinho, podem ser extremamente prejudiciais a longo prazo.

O CORPO HUMANO

Uma vez presentes no corpo humano, os microplásticos podem se dissipar pelo organismo e o afetar de forma irreversível. 

A biomédica relata ainda o vasto histórico de partículas já encontradas no corpo, como no sangue, em excrementos, tecidos pulmonares profundos e até mesmo no leite materno, que pode afetar seriamente o desenvolvimento físico e cognitivo do bebê. Estudos também comprovam que elas podem ser absorvidas pelas células, levando à liberação de toxinas, como em um processo alérgico pelo reconhecimento de um “corpo estranho”. 

Podem causar a morte celular, desregular o sistema endócrino, causar lesões nos órgãos internos, bloqueio do trato gastrointestinal e afetar tecidos corporais.

“Quando os microplásticos escapam para o meio ambiente, eles se unem facilmente a alguns tipos de poluentes que são altamente nocivos, como os organo persistentes, conhecidos como POPs (Poluentes orgânicos persistentes), que são diretamente ligados a disfunções hormonais, imunológicas, neurológicas e reprodutivas. Se ingeridos, possuem a capacidade de se fixar na gordura do corpo, no sangue e nos fluidos corporais, tanto de humanos como de animais”, acrescenta, Anelise. 

Em  animais e células expostos para fim de estudos, foi observado um efeito tóxico no sistema reprodutor, locomotor, desencadeador de neurotoxicidade e maior probabilidade ao câncer. Entretanto, os efeitos em seres humanos ainda são uma questão a ser estudada pela ciência.

Apesar de ser praticamente impossível eliminar ou substituir por completo o uso dos plásticos, existem formas de diminuir o impacto desse material no planeta e na nossa saúde:

Conscientize-se!

Para evitar a produção desse material, o primeiro passo é a conscientização de quão nocivo ele é para o meio ambiente, uma vez que inserido no meio ambiente, afetará a cadeia alimentar, consequentemente chegando nos humanos e acarretando uma série de doenças.

Repense!

Repensar a necessidade real dos produtos que você consome ajudará o meio-ambiente e o seu bolso!

Como esses produtos são embalados? Como chegaram até você? Como você dará fim a essas embalagens?

Reuse!

Se você não tem como se livrar dessas embalagens ou acha que elas podem admitir uma nova função, reuse

RECICLE!

E se de todo jeito elas acabarem indo para o lixo… recicle. Assim, serão separadas e devidamente recicladas.

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O artigo acima foi editado por Mariana Miranda Pacheco.

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Gabriela Belchior

Casper Libero '26

Hi! I’m Gabi, journalism student at Casper Libero University. Welcome to the purest essence of me: communication.