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Style

Moda e esporte: como os uniformes devem levar em consideração a saúde feminina

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Nos últimos anos a presença feminina vem sendo cada vez maior no mundo esportivo – não à toa elas foram as protagonistas dos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Porém, não podemos deixar de questionar: os uniformes são adequados? E quando as atletas menstruam? Vôlei de praia pode jogar de shorts? E de hijab? 

A fim de entendermos um pouco mais sobre essa dinâmica, vamos apresentar alguns casos:

FUTEBOL

No futebol feminino um dos grandes pontos é a menstruação. Além de fatores como escolha do tipo do absorvente, fica a pergunta sobre o uso de uniformes brancos. Para a Copa do Mundo Feminina de 2023, a Nike promoveu algumas mudanças: as seleções que são patrocinadas pela marca, inclusive a brasileira, passaram a ter um elemento a mais em seus uniformes, o calção agora é acompanhado de um shorts avulso com revestimento absorvente para proteger contra vazamentos menstruais.

Já as seleções da França e da Inglaterra implementaram ainda outra mudança, trocaram os shorts brancos por cores escuras, pensando em possíveis vazamentos. 

VÔLEI DE PRAIA

Na partida final dos Jogos Olímpicos de Paris uma diferença ficou evidente: enquanto a dupla canadense jogava de biquíni, as brasileiras Duda e Ana Patrícia optaram por um shorts e top, mas não foi sempre assim.

A obrigatoriedade por jogar de biquíni caiu apenas em 2012, pouco tempo antes da edição dos Jogos de Londres. Até aquele momento as atletas deveriam jogar de biquíni que não poderia passar dos 7 cm de largura. Agora o cenário é outro, as atletas podem usar camisa embaixo do top e se quiserem até mesmo usar calça legging. O que vale é a vontade da jogadora. 

GINÁSTICA ARTÍSTICA

Modalidade tradicional nos Jogos Olímpicos, a ginástica artística sempre chama muita atenção por seus collants cheios de pedrarias e desenhos encantadores. Mas não são todas as atletas que se adaptam ao modelo. Nos últimos anos algumas mudanças foram feitas, e além de poderem usar collants de mangas longas ou regatas, as atletas também podem usar um traje comprido ou até mesmo meia calça, sendo ela da cor da pele ou da cor do collant. 

Antes as ginastas só cobriam as pernas em competições internacionais por motivos religiosos, mas a atleta alemã Sarah Voss apareceu nos campeonatos e Jogos Olímpicos usando o macacão. A sua escolha se deu em forma de protesto contra a sexualização na ginástica e ainda mais importante para prevenção do abuso sexual. 

HANDEBOL DE PRAIA

Em abril de 2021, as atletas de vôlei de praia da Noruega foram punidas em R$ 9 mil por terem optado por jogar de shorts e top, já que, na época, o biquíni era uniforme obrigatório. Em setembro do mesmo ano, as seleções dos países Dinamarca, Noruega, Suécia, Islândia e Finlândia solicitaram a Federação Internacional de Handebol uma revisão nas regras do uniforme para que fosse condizente com a igualdade de gênero e que as atletas pudessem se vestir de maneira adequada ao seu desempenho e ao conforto.

Em novembro de 2021, a Federação Internacional de Handebol anunciou que as jogadoras não seriam mais obrigadas a usar shorts.

Por mais avanços que tenhamos tido nos últimos anos, ainda há muito para caminhar. Para a disputa dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, algumas atletas se sentiram desrespeitadas com os uniformes que receberam:

Atletas norte-americanas reclamaram sobre as roupas do atletismo, chamando-os de sexistas, “Eles não foram feitos de forma alguma para o desempenho”, disse a corredora de obstáculos Colleen Quigley, em uma mensagem para a Reuters.  

Já a brasileira Izabela da Silva, atleta de lançamento de disco, ficou decepcionada com o kit que recebeu e fez um vídeo em sua rede social: “Estou bem chateada, porque eu pedi algumas peças masculinas e me deram todas as masculinas. Femininas eles não me deram nada”. A brasileira ainda reforçou que a maioria das atletas mulheres receberam 30 peças da fornecedora Puma, enquanto ela apenas 19, e a justificativa da marca foi a falta de numeração. 

@jornaldebrasilia

🇧🇷 Izabela da Silva, finalista olímpica em Tóquio no lançamento de disco, expressou insatisfação por não ter recebido roupas femininas no tamanho G para as Olimpíadas de Paris. A fornecedora dos uniformes é a Puma. Izabela relatou que, enquanto recebeu 19 peças masculinas, o uniforme feminino totalizou 30 peças, sem opções maiores. 🤦🏻‍♀️ Em resposta, a Confederação Brasileira de Atletismo e a Puma afirmaram que a empresa desenvolve uniformes para uma ampla gama de tamanhos e garantiram que entraram em contato com a atleta para resolver a situação. A nota também destacou que a quantidade de peças varia conforme a necessidade esportiva, independentemente do gênero. 📹: Reprodução #jornaldebrasilia #olimpíadasdeparis #reclamação

♬ som original – jornaldebrasilia

Outro ponto foi o uso de hijab. Mesmo com a permissão da FIFA em 2014 para o uso da peça de roupa nas partidas, a França segue com a proibição do uso do véu por parte de suas atletas. A Ministra dos Esportes da França, Amélie Oudéa-Catéra chegou a declarar que as atletas e integrantes das comissões técnicas nacionais estavam proibidas de vestir o hijab. Dias depois, o Comitê Olímpico Internacional (COI) declarou que era permitido o uso do véu islâmico nas dependências da vila dos atletas.

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Texto editado por Ana Luiza Sanfilippo

Sarah Silva

Casper Libero '25

Aqui se encontra uma Paulistana daquelas típicas que vivem se programando com o horário, acho que ser capricorniana também tem sua influência KKK. Contudo, entre os horários mais corridos das cidade grande, achar beleza nas histórias e nos olhares entrecruzados fascinaram-me .