Quem é Arthur do Val?
Arthur do Val, também conhecido como “Mamãe Falei”, é um empresário, youtuber e político brasileiro. Do Val ficou conhecido em 2015 por meio de seu canal no YouTube, “Mamãe Falei”, no qual perguntava sobre questões políticas e econômicas pelas ruas da cidade de São Paulo. O canal rapidamente ganhou reconhecimento e notoriedade, acumulando milhões de seguidores – alcançando a marca de 2,7 milhões de inscritos na plataforma de vídeos. Sempre com um viés de direita conservadora, Arthur se encaixava nas multidões e questionava a população em busca de expor incoerências e militância política cega.
Em 2018 foi eleito deputado estadual de São Paulo e demonstrou seu apoio a Jair Bolsonaro – político de direita, conservador, filiado do Partido Liberal (PL), eleito Presidente da República no mesmo ano. Em 2020 foi candidato à prefeitura de São Paulo pelo partido Patriota e no início de 2022 candidatou-se ao governo do estado de São Paulo, desta vez com o partido Podemos, mas voltou atrás na candidatura após a polêmica do vazamento de seus áudios sexistas e misóginos a respeito das refugiadas ucranianas.
Antes do atual escândalo envolvendo seu nome, Arthur do Val já acumulava outras polêmicas em sua conta. Em 2016, durante uma viagem ao Paraná, foi acusado por uma jovem de violência sexual, mas por falta de evidências o caso acabou sendo arquivado. Já em 2018, em um vídeo para o seu canal do YouT ube, do Val fez um comentário extremamente machista enquanto conversava com Ciro Gomes: “Você acha que eu sou a Patrícia Pillar para você bater?”. Para somar à sua lista de comentários e ações perturbantes, em 2020, o político foi condenado pela Justiça Eleitoral por ataques ao padre Júlio Lancellotti, durante sua campanha eleitoral.
Vazamento de áudios sexistas de Arthur do Val
No final de fevereiro deste ano, Arthur do Val e Renan Santos, ativista e empresário brasileiro, viajaram para Europa com o objetivo de cobrir a guerra na Ucrânia. Segundo do Val, ele teria arrecadado mais de 115 mil reais para doar, sendo metade desse dinheiro direcionado à compra de suprimentos para pessoas com necessidade e a outra metade seria direcionada ao exército ucraniâno. Na volta para o Brasil, Arthur foi surpreendido com a notícia do vazamento de áudios de sua autoria. As gravações, postadas no dia 4 de março pelo colunista do Metrópole, Igor Gadelha, continham diversas falas machistas, sexistas e misóginas, como: “Ucranianas são fáceis porque são pobres”.
O acontecimento repercutiu muito nos jornais brasileiros e em importantes jornais internacionais, como os britânicos The Independent e The Guardian, o francês Le Figaro e o norte americano New York Post. Após a polêmica, o senador Alvaro Dias, filiado do partido Podemos, pediu para que Arthur se desligasse do partido e que, caso não aceitasse, seria obrigado a expulsá-lo.
Arthur do Val também anunciou sua saída do Movimento Brasil Livre (MBL), o qual fazia parte desde 2016 e revelou que terá o seu mandato cassado. O até então deputado assumiu a autoria dos áudios e que os conteúdos deles eram inapropriados.
Apesar de claras as razões pelas quais Arthur do Val deve ser punido, o político insiste em afirmar que não merece ter seu mandato cassado (entre outras punições) por “áudios vazados ilegalmente”. Na última quinta-feira, 17, do Val entregou sua defesa prévia, assinada pelo seu advogado Paulo Henrique Franco Bueno, ao Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Os deputados da Alesp deverão se reunir na sexta-feira, 18, para decidir se abrem ou não um processo formal contra o parlamentar.
Quais as consequências desse acontecimento?
Além das consequências diretas – e justas – que Arthur terá que enfrentar, é essencial destacar que esse tipo de episódio tem consequências em níveis muito maiores e coletivos. As falas de do Val não ofendem apenas mulheres ucranianas, mas, todas as mulheres.
Uma coisa é certa: esse tipo de fala e de comportamento é mais comum do que imaginamos. Vivemos em uma sociedade completamente machista e sexista e, por mais que casos como este não sejam amplamente publicados e debatidos, eles existem. Eles estão nas macros e micro agressões, nos comentários feitos em grupos de amigos, em transportes públicos. A verdade é que a lista é longa. Quando um acontecimento assim é evidenciado é de extrema importância que sejam gerados debates que futuramente resultarão em mudanças positivas. Não se pode deixar cair no esquecimento.
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O texto acima foi escrito por Clara Spechotto e editado por Beatriz Testa. Gostou deste tipo de conteúdo? Então, confira a home page da Her Campus Cásper Líbero para mais!