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Nova Guerra Fria? Entenda o conflito entre EUA e TikTok

The opinions expressed in this article are the writer’s own and do not reflect the views of Her Campus.
This article is written by a student writer from the Her Campus at Casper Libero chapter.

Em meio a mais um capítulo da disputa fria entre China e Estados Unidos, o presidente norte-americano Joe Biden, sancionou, no dia 24 de abril, uma nova lei que traz o possível banimento do aplicativo no país.

Que a China e os Estados Unidos vivem dentro de uma constante disputa de mercado, nós já estamos fartos de saber. Os EUA, superpotência econômica que se depara com o crescimento da economia chinesa há muitos anos, encara essa expansão como uma ameaça à economia norte-americana. Recentemente, as empresas chinesas têm dominado o mercado mundial através de exportações de matérias-primas e outros bens de consumo e, dessa maneira, também rivalizam e ameaçam outras transnacionais ocidentais. 

Como um novo capítulo da rivalização entre os países, no dia 24 de abril, a Câmara dos Estados Unidos aprovou uma nova sanção de lei proposta pelo presidente do país, Joe Biden, na qual parte da rede social deve ser vendida para uma empresa de confiança aos americanos. Caso isso não aconteça, a plataforma que, atualmente, é comandada pela companhia “Byte Dance”, será retirada do ar no país. O prazo para que a China venda o aplicativo é de nove meses. 

Anteriormente, o ex-presidente Donald Trump já havia tentado banir o TikTok nos Estados Unidos, mas perdeu uma série de batalhas na busca por concretizar essa medida. 

Quais as implicações norte-americanas para banir o TikTok?

A lei de banimento, defendida entre liberais e conservadores, teve sua definição através de uma acusação por parte do governo estadunidense, na qual a companhia estaria supostamente compartilhando dados dos norte-americanos e atribuindo risco à segurança nacional.

O TikTok, que busca defender sua plataforma, afirma que nunca compartilhou e nem compartilhará informações dos milhões usuários americanos. O presidente executivo do aplicativo, Shou Zi Chew, declarou que os fatos e a Constituição estão do lado da potência chinesa e, dessa maneira, a nova lei proporciona o silenciamento de milhões de americanos. 

No ano de 2022, em uma tentativa de acalmar seus legisladores junto à primeira tentativa de proibir a plataforma de vídeos nos EUA, o “Projeto Texas” foi criado. Com ele, os dados norte-americanos passaram a ser processados no próprio país, por meio do uso de servidores com parcerias com empresas nacionais. 

Qual o significado da nova lei do TikTok nos Estados Unidos?

Não existem precedentes para as acusações feitas pelo presidente norte-americano. Embora representados por uma série de conflitos políticos, as evidências necessárias para concretizar o uso de dados norte-americanos por parte da empresa chinesa são incertas. Assim, esse conflito demonstra a clara disputa entre os dois países pela liderança tecnológica e geopolítica, na qual os norte-americanos perdem a sua supremacia global. 

Demandar o controle de uma plataforma com cerca de 170 milhões de usuários também representa a capacidade de instrumentalização da rede social. A maior parte dos usuários de aplicativos como o TikTok são jovens, que representam grande parte do eleitorado estadunidense e, por meio do controle de algoritmos inseridos nas mídias, o controle e manipulação ao debate público nos EUA torna-se cada vez mais possível. 

A tentativa do governo norte-americano de tomar poder no TikTok é, embora argumentada através de uma busca por segurança nacional e menor vulnerabilização aos cidadãos, consequência da polarização política que perpetua em todos os setores da sociedade. É através de seu domínio, pelo qual o governo dos EUA se interessa, que os valores do país serão perpetuados por meio de algoritmos. 

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O artigo acima foi editado por Mariana Cury. Gosta desse tipo de conteúdo?

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Raissa Galvão

Casper Libero '27

Estudante de jornalismo que ama a arte de se comunicar e escrever ;)