A arte é o lugar dos sentimentos. Seja para fazer uma denúncia, para clamar por justiça ou para se declarar, quem motiva essas ações é o sentimento. E nesse ponto, os livros e o cinema são os principais meios de realização disso. Sendo assim, aqui destaco 10 das inúmeras inigualáveis declarações de amor do cinema já feitas. Antes, entretanto, considero importante ressaltar que nem todas elas são relacionadas a casais, mas sim, a toda forma de amor existente.
- Star Wars: O Império Contra-Ataca (1980)
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Para começar, um breve diálogo que atravessou gerações.
“Eu te amo.”
“Eu sei.”
Dita pela princesa Leia Organa (Carrie Fisher) ao contrabandista Han Solo (Harrison Ford) no quinto filme da saga se tornou um ícone do cinema pela sua ironia e profundidade, revelando o amor em uma de suas formas mais descontraídas e sinceras. Até os dias atuais, essa frase e série conquistam os corações de apreciadores do cinema.
- Digam o que quiserem (1989)
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Esse é um dos famosos clichês (acho que todos estavam esperando ao menos um nesse post haha) que, sem dúvidas, tem uma das mais marcantes e sonhadas declarações do cinema: a serenata.
O protagonista Lloyd(John Cusack) acaba de terminar o ensino médio e não tem perspectiva de futuro, mas, seguindo um instinto adolescente, decide investir em sua grande paixão, Diane Court (Ione Skye). Para tanto, o garoto tem de conquistar antes, o rígido pai da garota. Nesse contexto, ao longo do filme, o garoto tem desentendimentos com a amada e, para reconquistá-la, faz uma serenata em sua janela, com a música “In Your Eyes”, de Peter Gabriel.
“Love I get so lost, sometimes
Days pass and this emptiness fills my heart
When I want to run away
I drive off in my car
But whichever way I go
I come back to the place you are…”
Confira aqui a cena completa.
- Central do Brasil (1998)
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O filme, que conta a história de uma ex-professora amargurada, Dora (Fernanda Montenegro), que decide escrever cartas para pessoas analfabetas enviarem a seus entes queridos, retrata também a narrativa de diversos cidadãos brasileiros, ainda que brevemente.
Um deles, é uma senhora conhecida como Socorro Nobre, que busca enviar uma carta a seu irmão preso. No relato, ela pede para que Dora registre a seguinte frase: “Esses anos todos que você vai ficar trancado aí dentro eu também vou ficar trancada aqui fora te esperando”.
Essa mesma personagem, é a grande inspiração para o filme, pois Socorro, fora da ficção é uma ex-detenta por latrocínio (roubo a mão armada), que escrevia cartas para as companheiras de cárcere mandarem a suas famílias. Sua história inspirou o diretor de “Central do Brasil”, Walter Salles, a expor mais relatos similares encontrados na vida real.
- Patch Adams – O Amor é Contagioso (1998)
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Hunter Adams (Robin Williams) se torna médico após passar por um episódio de tentativa de suicídio e se internar voluntariamente em um hospital psiquiátrico. Durante esse período, ele ajuda outros pacientes e descobre o dom para a Medicina. Ao longo do curso, ele passa por experiências hospitalares e, em uma delas, cita um trecho do poema de Pablo Neruda: “Eu te amo sem saber como, por que ou mesmo de onde”.
Dessa forma, ele reflete o amor real, inexplicável e genuíno pela vida, bem como o que sentia a inspiração do filme, Dr. Hunter Doherty “Patch” Adams que, inclusive, já deu entrevista para a televisão brasileira.
- Um Lugar Chamado Notting Hill (1999)
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Um clássico norte-americano protagonizado por Julia Roberts e Hugh Grant. Ele, um dono de livraria, ela, uma estrela de cinema americana. Eles começam a se envolver e, ao longo disso, William Thacker precisa começar a lidar com as pressões de estar com uma atriz famosa, caracterizando assim um relacionamento repleto de idas e vindas. Anna Scott, por sua vez, encontra a paz e a decisão de um amor fora das telas, resultando em uma nova forma de ver a vida.
Nesse sentido, uma frase dita por ela mesma, resume muito dessa mudança gerada em ambos: “Não esqueça que eu sou apenas uma garota, parada na frente de um rapaz pedindo a ele que a ame!”.
Esse pedido, como um bom clichê, leva a um final feliz, porém vale a pena esse filme de “Sessão da Tarde” que nos coloca em um local de aconchego e sensibilidade.
- Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças (2004)
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A produção expõe a história de um casal,Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet), que, durante anos, tentou fazer o relacionamento dar certo, mas ao fim, decidem se separar. Entretanto, a personagem feminina busca esquecer completamente o que viveu com seu par romântico e se submete a um experimento que visa apagar toda a sua memória. Quando o homem descobre isso, também participa desse procedimento, mas nunca a esquece e segue inserindo a garota em memórias em que ela não esteve. Em determinado momento do filme, ele diz: “Eu poderia morrer agora, estou tão feliz. Nunca senti isso antes. Estou exatamente onde queria estar”.
Essa fala é a prova de que o amor, constantemente, se reconstroi e inspira, independentemente das circunstâncias.
Devido ao grande sucesso, o filme virou peça nos palcos brasileiros, interpretada por Reynaldo Gianecchini e Tainá Müller.
- Cartas para Julieta (2010)
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Itália, o destino romântico cinematográfico que só perde para a França, é o cenário de “Cartas Para Julieta”. Sophie (Amanda Seyfried) é uma aspirante a escritora que viaja a Verona com o noivo, a fim de construir seu tão sonhado restaurante. Durante esse tempo, ela encontra um grupo de mulheres que responde cartas amorosas de apaixonadas em busca de seus amados.
A remetente de quem Sophie se encarrega, Claire Smith (Vanessa Redgrave) é uma senhora que busca por sua maior paixão, Lorenzo, segue o conselho dado pela jovem escritora e vai em busca dele. Isso causa desconforto no neto de Claire, Charlie (Christopher Egan), que desaprova essa aventura idealizada há anos pela avó.
Ao longo do desenrolar da trama, Sophie, Claire e Charlie se encontram por muitas vezes, o que resulta em uma nova história de amor entre a jovem e o garoto, que um dia se declara a ela com a frase que faz o coração de qualquer pessoa acelerar de amor: “Quantas Sophies você acha que existem no mundo?”.
Me diz se isso não te faz sorrir também? <3
- Minhas tardes com Margueritte (2010)
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Um cinquentão com as palavras sendo sinônimos de obstáculos e uma idosa extremamente habilidosa com elas. A história do primeiro é marcada por uma extrema dificuldade para ler que o acaba levando a uma vida profissional e pessoal conturbada, já a da segunda, é marcada pela ciência e solteirice.
Eles se tornam grandes amigos e preenchem suas tardes com conversas. Em uma delas, Margueritte (Gisèle Casadesus) conta para Germain (Gérard Depardieu) uma das formas de ver a essência das vidas com amor: “Nas histórias de amor há mais que amor. Às vezes não há nenhum ‘eu te amo’, mas sabem que se amam”.
- A Família Bélier (2014)
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A Família Bélier é um daqueles filmes que você encontra ou pessoas que o amam ou pessoas que o odeiam. Eu sou a do primeiro time e considero as palavras não ditas sonoramente durante a trama, o amor mais puro que pode existir.
Uma família formada por deficientes auditivos com apenas uma filha sem essa condição é a trama desse longa-metragem. Ela é uma cantora e, logo no início do filme, faz uma apresentação e “traduz” em ASL (Língua Americana de Sinais) para que seus pais e irmão possam compreender e sentir a música da mesma forma.
Tendo isso, bem como outros acontecimentos durante o filme, em mente, eu coloco essa como uma das produções mais atentas a sociedade e amorosa da indústria do entretenimento, sendo assim, uma declaração de amor à comunidade surda e à vida como um todo.
- Casamento de Verdade (2015)
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Casamento de Verdade é um filme para fechar essa matéria com chave de ouro. Temáticas como representatividade homoafetiva, amor, aceitação e responsabilidade tornam esse filme tão especial.
“Estou com alguém. Apenas alguém, mas é a pessoa certa” e “Quando você encontra a pessoa certa, você vai em frente” são as frases mais especiais desse longa.
A protagonista, Jenny (Katherine Heigl), que sofre pressão familiar para encontrar um marido e se casar tradicionalmente, em verdade, é lésbica e namora Kitty (Alexis Bledel) – para sua família, apenas uma colega de trabalho. Entretanto, ao se assumir para seus entes queridos, o cenário parental entra em crise, mas ela está decidida a se casar com quem ama com ou sem aprovação.
Talvez a trama não seja completamente inovadora, mas com certeza, reflete a realidade de muitas pessoas ao redor do mundo, nos tornando um pouco mais empáticos e sensíveis ao mundo do outro.
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O artigo acima foi editado por Livia Nomoto.
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