Os heróis de A Liga da Justiça lidam com difíceis missões no novo filme: recrutar novos heróis que ainda não foram apresentados propriamente, derrotar um vilão que ameaça o planeta e, talvez a mais difícil de todas, trazer um novo direcionamento a um universo cinematográfico já bastante conhecido. E trouxe! O longa ganha – com a entrada do Flash (Ezra Miller) e do Aquaman (Jason Momoa) – uma pegava mais leve e bem-humorada.
Foto: Observatório do Cinema
A Liga da Justiça é o primeiro filme da Warner a reunir os maiores nomes de personagens da DC Comics. Em Batman vs Superman: A Origem da Justiça, a formação da superequipe dá início, mas só agora o time se reúne em prol da humanidade, como em boa parte dos quadrinhos. O longa também representa uma mudança na parceria entre a Warner e a DC, que apostava no tom sombrio e dramático estabelecidos anteriormente. Em A Liga da Justiça, percebemos o mesmo clima aventuresco e cômico que foi introduzido no primeiro filme solo de Mulher-Maravilha, estrelado pela inconfundível Gal Gadot.
Entre erros e acertos, o filme acerta na escolha de personagens, que ganham profundidade e destaque em cena, mas falha na narrativa, com problemas básicos na construção do roteiro. Enquanto a história tenta lidar com as consequências das guerras ocorridas nos filmes anteriores, a equipe protagonista não está em sintonia com a gravidade dos acontecimentos. Culpa e depressão rodeiam os conflitos de Batman e Cyborg, mas o que chama mais atenção é o alívio cômico fornecido por Flash, Aquaman e do próprio Batman, um herói amargurado de outros filmes que nesse aparece mais descontraído. Ezra Miller convence como Barry Allen e traz energia e ânimo à Liga da Justiça, especialmente nos momentos em que interage com os outros heróis. Com um desenvolvimento coerente, em que é possível perceber uma consistência nas ações, o novo flash dá margem para um possível filme solo.
Gal Gadot esbanja carisma e está cada vez mais confortável no papel de Diana Prince, mostrando sensibilidade, força e determinação. Já Ben Affleck segue bem no papel de Batman, um mortal que já está cansado, mas continua lutando enquanto lida com a culpa pela morte do Superman. [SPOILER] Henry Cavil retorna no papel e tem sua melhor participação até agora. A volta do herói é o ponto mais alto da produção, propiciando uma ótima cena de ação e um tocante reencontro. A ideia de esperança que ele instiga está muito mais viva nesse filme! As consequências de sua morte são bem trabalhadas na cena inicial, mostrando o clima de insegurança e violência nas ruas que afetou o dia a dia das pessoas.
Foto: Proibido Ler
Já o vilão, o Lobo da Estepe, apresenta muitos problemas. Como toda figura problemática em filmes de heróis, a criatura milenar ameaça a existência na Terra e seres com poderes sobre-humanos evitam a destruição iminente. O Lobo da Estepe, um comandante de um exército de parademônios, que está em busca das Caixas Maternas e pretende destruir o planeta, não é bem desenvolvido e não apresenta margem para interpretação. Em nenhum momento, demonstra uma verdadeira ameaça para a equipe. É como se ele fosse uma desculpa para unir os protagonistas em defesa do planeta. Outro ponto também é discutível: os efeitos visuais. Em algumas cenas, a composição de luz e cores não agregam à fotografia. Já os uniformes dos heróis, porém, são um ponto positivo do filme – dando uma unidade ao universo cinematográfico.
A Liga da Justiça não é um filme perfeito, mas ainda assim é melhor que Batman vs Superman e traz esperança ao universo da DC. E para quem ainda não assistiu, o filme conta com duas cenas extras pós-créditos, importantes para entender o que está por vir: o próximo vilão do filme da Liga e uma fala da Mulher-Maravilha que indica que mais heróis irão reforçar o grupo. Uma boa notícia para voltarmos a torcer por esses heróis e pelo futuro da DC nos cinemas.
Edição: Letícia Giollo