Todos os anos, durante o mês de outubro, nos deparamos com a cor rosa. Fitas, campanhas e até os logos das empresas se tornam rosas. Tudo isso a fim de direcionar a nossa atenção para a campanha de conscientização e prevenção do Câncer de Mama.
Segundo estimativa do INCA, podem surgir 66.280 novos casos brasileiros da doença em 2021. Por isso, precisamos que a população esteja ciente de como o Câncer de Mama funciona, seus fatores de risco, diagnósticos e tratamentos. É aí que o outubro rosa entra, um mês inteiro para que as pessoas consigam falar ainda mais sobre o assunto, disseminando informações que ajudam mulheres e homens a se prevenir e se cuidar.
Antes de tudo, precisamos saber qual é a situação da doença no Brasil, devemos lembrar que esse é o segundo tipo de câncer mais prevalente em mulheres, atrás apenas do câncer de pele não melanoma. Com o aumento dos casos em 2021, a média de risco é de 61,61 casos a cada 100 mil mulheres. Além disso, o INCA também separou por região e estado a incidência dessa patologia, como podemos ver na tabela abaixo.
Regiões | Nº de casos | Média (100 mil) |
---|---|---|
Região Norte | 1.970 | 21,34 |
Acre | 100 | 23,55 |
Amapá | 70 | 15,84 |
Amazonas | 450 | 21,55 |
Pará | 780 | 18,24 |
Rondônia | 220 | 24,07 |
Roraima | 60 | 20,73 |
Tocantins | 290 | 36,64 |
Região Nordeste | 13.190 | 44,29 |
Alagoas | 620 | 35,2 |
Bahia | 3.460 | 43,84 |
Ceará | 2.510 | 53,35 |
Maranhão | 840 | 23,3 |
Paraíba | 1.120 | 52,93 |
Pernambuco | 2.390 | 47,86 |
Piauí | 590 | 35,6 |
Rio Grande do Norte | 1.130 | 61,85 |
Sergipe | 530 | 43,54 |
Região Centro-Oeste | 3.760 | 45,24 |
Distrito Federal | 730 | 42,63 |
Goiás | 1.620 | 46,09 |
Mato Grosso | 560 | 33,04 |
Mato Grosso do Sul | 850 | 61,05 |
Região Sudeste | 36.470 | 81,06 |
Espírito Santo | 790 | 37,89 |
Minas Gerais | 8.250 | 76,46 |
Rio de Janeiro | 9.150 | 104,69 |
São Paulo | 18.280 | 78,19 |
Região Sul | 10.890 | 71,16 |
Paraná | 3.470 | 59,26 |
Rio Grande do Sul | 4.050 | 69,5 |
Santa Catarina | 3.370 | 93,05 |
Brasil | 66.280 | 61,61 |
Saindo da taxa de incidência, para a de mortalidade, devemos ficar atentos, pois o câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer em mulheres brasileiras. Em 2019, representou 16,1% do total de óbitos e essa taxa só tende a aumentar nos próximos 40 anos.
Também segundo dados do INCA, podemos analisar as taxas de mortalidade em cada estado brasileiro. A única região sem esse tipo de câncer como o primeiro causador de morte, mas sim o segundo, é a Norte.
Regiões | Mortalidade |
---|---|
Região Norte | 13,20% |
Região Nordeste | 15,60% |
Região Centro-Oeste | 16,50% |
Região Sudeste | 16,90% |
Região Sul | 15,40% |
Além de saber um pouco mais sobre a situação do Câncer de Mama no Brasil, é necessário entender melhor o que é a doença. O câncer de mama – carcinoma – é definido pelo INCA como um “grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos distintos”, já que possui vários tipos e manifestações clínicas. Podemos classificá-los em:
- Carcinoma ductal;
- Carcinoma lobular;
- Tecidos conjuntivos;
- Câncer de mama inflamatório;
- Doença de Paget;
- Tumor filoide; e
- Angiossarcoma.
Por mais que sejam classificações diferentes, alguns sintomas predominantes são iguais, então, você deve ficar atenta a presença nódulos, que são normalmente indolores, a pele da mama avermelhada, retraída ou como uma casca de laranja, alterações no mamilo, nódulos pequenos no pescoço e/ou axilas e saída involuntária de secreção anormal pelos mamilos.
Caso você se depare com algum desses sintomas, é de extrema importância que um médico especialista na área seja acionado, para que o diagnóstico seja feito de maneira rápida e correta. Uma das formas de diagnóstico é realizada através de exame clínico das mamas, seguido por exames de imagem, como mamografia, ultrassonografia e ressonância magnética. Porém, para ter certeza do resultado, é necessária a realização de uma biópsia por meio da pulsão.
Se o diagnóstico para o câncer de mama for positivo, o próximo passo é o tratamento, contudo, ele irá variar de acordo com o estadiamento da patologia.
- Estádios I e II: a conduta mais realizada nesses casos é a cirurgia, seja de remoção do tumor, ou remoção total ou parcial da mama (mastectomia). Após o procedimento, um tratamento complementar, em alguns casos, pode ser solicitado, como a radioterapia.
- Estádio III: casos em que a paciente está com um tumor maior que 5 cm, nessas situações o tratamento sistêmico – quimioterapia – vem em primeiro lugar, para que o tumor seja reduzido. Logo em seguida, entra a cirurgia e a radioterapia.
- Estádio IV: casos já em situação de metástase, por isso, é essencial achar um equilíbrio entre o controle da doença e um possível aumento da sobrevida, atentando-se, sempre, nas consequências que o tratamento pode gerar.
Contudo, não é sempre que percebemos os sintomas listados acima, por isso, acabamos não procurando um médico, o que faz a doença evoluir. É de extrema importância que as formas de prevenção (atividade física, peso corporal adequado, evitar bebidas alcoólicas e amamentação) sejam seguidas, assim como os exames de rotina. Se você tem entre 50 e 69 anos, é ideal realizar a mamografia de rastreamento uma vez a cada dois anos.
Lembre-se, aproximadamente 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados ao seguirmos a prevenção e, a detecção precoce pelos exames realizados de forma regular, em casos de diagnóstico positivo, salva muitas vidas.