Atualmente, vivemos em um mundo em que a aparência é o que mais nos chama a atenção em diversas situações, principalmente na hora de selecionar um filme ou série para ver.
Quando vamos escolher algo para assistir, um dos critérios mais assertivos é a aparência física dos personagens e principalmente dos protagonistas. Uma vez que a beleza física atrai o público.
Os filmes e séries tem um grande impacto nos telespectadores, por isso buscam encontrar o mais bonito esteticamente e dentro do padrão comum.
Beleza existe de fato?
Há quem defenda a beleza como algo relativo, mas ao decorrer dos anos, a beleza se estabeleceu como algo fixo, dentro de um padrão traçado pela própria sociedade. Logo, ter uma protagonista fora dessa estética habitual definida, é uma atrocidade.
Seguindo o senso comum, um protagonista que não seja branco, magro e com cabelo liso, já entra no desvio da beleza padrão.
Idealização do mundo irreal
Uma das razões que justificam tal fato, é a idealização do “mundo perfeito”. Ter a necessidade de ver a perfeição, ou aquilo que mais chega perto dela, já que na vida real não é bem assim. Portanto, na tentativa de fugir da vida real, busca histórias e rostos quase “perfeitos”. E assistir algo com personagens nos quais não atendem a estética padrão da sociedade, acaba trazendo uma frustração e quebra de expectativa por parte do público.
A série Um Dia é o exemplo mais atual disso, visto que as redes sociais bombaram de comentários como “não consegui assistir a série porque a protagonista é feia”.
Portanto, isso nos traz uma reflexão de que a beleza foi demarcada como algo dentro de uma “caixa” e tudo aquilo que sai fora dela está errado, ou melhor dizendo, feio.
Os comentários diante da série só ressaltam mais uma vez o preconceito e o racismo, uma vez que a protagonista Emma, interpretada pela atriz, Ambika Mod, é filha de imigrantes indianos e seu par romântico na série, Leo Woodall, é um homem branco, loiro e de olhos claros, considerado belo por muitos.
Não julgue o livro pela capa
Não assistir a essa série apenas por julgar o “livro pela capa” é um ato falho, uma vez que a série apresenta um conteúdo de qualidade, e você se encanta pela protagonista a cada episódio.
Nas mídias atuais, nos deparamos com inúmeros conteúdos fúteis, carregando milhões de seguidores só pelo rosto bonito. As pessoas estão cada vez mais consumindo temas pela capa e não pelo conteúdo.
Logo, idealizar o mundo perfeito e querer ver isso refletido nos filmes e séries é mais comum do que parece. Porém, se se isso perdurar, as próximas gerações perderão muito conteúdo de qualidade por se contentar com a apresentação superficial da aparência.
Redes sociais e seus estereótipos
Mostra-se em evidência o número de mulheres que se desdobram para postar conteúdos e se encaixar dentro do padrão de beleza comum, visto que a mídia atual quase nos obriga a caber dentro do que ela estipula. Uma pesquisa conduzida pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) revelou um notável crescimento de 390% na busca por procedimentos estéticos no país. Em decorrência disso, a porcentagem de mulheres que se submeteram aos procedimentos estéticos, cresceu em disparada. A harmonização facial tem sido um dos procedimentos mais procurados e tudo isso para voltar ao assunto principal: se encaixar na estética que a própria sociedade criou.
Seja você mesma e não se importe com estereótipos
De fato, com o mundo atual acerca das mídias, a aparência física é aquilo que mais impacta na maioria das pessoas que só se importam com o superficial, porém o mundo só irá melhorar quando a sociedade tiver uma ruptura com esses padrões impostos por nós mesmos e cada um ser da forma que é, sem precisar se “modificar” ou tentar se esforçar pra caber dentro de uma caixa.
Cada ser é único e possui uma beleza particular, portanto entender isso e não se cobrar para estar dentro da beleza comum, deixarão as coisas melhores fazendo-nos ver a beleza interior se expandindo para exterior em cada um de nós.
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O artigo acima foi editado por Livia Nomoto.
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