Não é de hoje que Sam Smith vem recebendo críticas em relação ao seu estilo nas redes sociais. Nos últimos meses, no entanto, tais ataques cresceram, escancarando ainda mais a gordofobia e a homofobia.
Sam está em um dos seus melhores momentos na indústria musical. A canção “Unholy”, em parceria com Kim Petras, atingiu a primeira posição na Billboard Hot 100 e rendeu um Grammy para ambos na categoria “melhor performance pop de um duo ou grupo”, em 2023. No mesmo ano, Sam lançou seu 4º álbum de estúdio intitulado Gloria, que conta com 13 canções.
OS ATAQUES
Na internet, quando o nome de um famoso está em alta, mais suscetível ele está de receber comentários negativos. Sam foi alvo de xingamentos como “satânico” (em postagens relacionadas a canção “unholy”), “nojento” e “perturbado”, tendo seu corpo ridicularizado e sendo motivo de “piadinhas” (nada engraçadas).
No início do ano, Sam Smith foi capa da revista The Perfect Magazine. As fotos, em que elu aparece com corsets apertados, fitas enroladas em seu corpo, saia e tecidos curtos, tiveram uma grande repercussão nas redes. No Twitter, a postagem de maior relevância foi feita pelo portal Pop Crave, alcançando mais de 18 milhões de usuários.
Muitas pessoas usaram o espaço dos comentários para escreverem mensagens maldosas, principalmente sobre seu corpo, atacando também sua sexualidade e identidade de gênero. O post teve mais de 8 mil comentários e 23 mil retuítes.
Vale lembrar que Sam se identifica como uma pessoa não binária desde 2019, quando usou o Instagram para anunciar a escolha dos pronomes neutros (they/them, elu/delu em português). Apesar disso, muitas pessoas ignoram sua escolha e preferem continuar usando o pronome masculino.
PODE SE EXPRESSAR, MAS…
Assim como Sam Smith, o cantor Harry Styles faz de seu estilo uma forma de expressão, com roupas e acessórios considerados femininos, como vestidos e tiaras, além de peças que deixam parte de seu corpo à mostra.
No entanto, percebe-se uma diferença no tratamento entre ambos: Harry recebe muito mais comentários positivos em relação ao seu estilo, com pessoas o chamando de “desconstruído”, “sem masculinidade frágil” e “autêntico”, enquanto Sam é motivo de chacota.
Mas por que há essa diferença? Bom, Harry é magro e, apesar de rejeitar rótulos acerca de sua sexualidade (como já disse), é lido como um homem heterossexual. Já Sam é uma pessoa gorda e não binária, lida como “afeminado”. Em uma sociedade que exclui pessoas gordas e abertamente pertencentes a comunidade LGBTQIA+, podemos entender tal distinção.
O que acontece com Sam Smith é um reflexo de como corpos fora do padrão são menosprezados e um lembrete de que pessoas que se encaixam nesses padrões sempre serão as protagonistas.
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O artigo acima foi editado por Larissa Gabriel.
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