Psiconutrição é o estudo que relaciona os impactos das escolhas dos alimentos no equilíbrio da saúde mental, unindo a nutrição e a psicologia. Nessa ciência, além das escolhas dos alimentos, também são compreendidos como os níveis emocionais – sejam eles positivos ou negativos – influenciam no que está sendo ingerido. Além disso, a psiconutrição procura estudar quais alimentos são capazes de modificar a produção dos níveis hormonais do cérebro.
A nutricionista Marianna Unger, Doutora em Ciências da Saúde pela Faculdade de Ciências da Universidade de São Paulo, explica que a psiconutrição é entender a alimentação sob um aspecto biopsicosociocultural e não apenas biológico, considerando as emoções e o convívio social.
”Quando falamos em psiconutrição precisamos entender a nutrição comportamental que engloba os aspectos emocionais e sociais da alimentação, e também, os aspectos fisiológicos. Nosso corpo é uma fábrica química e já é definido que a regulação gênica de todas as substâncias corporais pode ser regulada pelos alimentos (epigenética)”, explica a nutricionista.
A falta de tratamentos que abordam os conceitos de psiconutrição está entre as principais falhas que compõem o combate à epidemia de obesidade que atinge a população. ”Traçar metas e estratégias nutricionais para mudança de comportamento alimentar sem focar nas emoções, provavelmente, não vai trazer nenhum resultado a longo prazo. Existem diversas técnicas e estratégias nessa atuação em conjunto que trazem benefícios duradouros, como uma reprogramação de seu comportamento alimentar.”, ressalta Marianna.
Essa ciência ainda estuda como, através da alimentação, é possível estimular a regulação de substâncias que atuam nas emoções, como o humor, a ansiedade, o sono e a saciedade.
A nutricionista explica como cada alimento atua para um determinado benefício: ”Para garantir o bom humor é necessário obter uma maior produção de serotonina, o hormônio da felicidade. Para isso, o organismo precisa de alimentos ricos em triptofano que são encontrados na banana, cacau, aveia, linhaça e leguminosas e que devem ser consumidos, preferencialmente, pelas manhãs. Outro aminoácido que é importante para a saúde cerebral é a creatina, que pode melhorar a performance cerebral e atuar como neuroprotetora, sendo fundamental a sua suplementação no tratamento da depressão e ansiedade.”
Já a psicologia dentro da psiconutrição age para o restabelecimento de certos padrões de comportamento em relação a comida, como enxergar uma refeição como moeda de troca. Esse método também é muito utilizado no tratamento de transtornos alimentares, já que o paciente precisa restabelecer uma relação saudável com os alimentos.
Marianna finaliza reafirmando que o sucesso desse método deve ser acompanhado de uma mudança efetiva de hábitos, para que, assim, haja resultados físicos e mentais.
“As mudanças comportamentais em relação a alimentação e estilo de vida são fundamentais para os resultados. Reduzir alimentos inflamatórios e excesso de açúcar, ajustar relógio biológico e ritmo circadiano – qualidade de sono -, praticar atividades físicas, gerenciamento de estresse e até espiritualidade são fatores estudados e que devem ser trabalhados”.
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O artigo acima foi editado por Mariana Miranda Pacheco.
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