À medida que as eleições norte-americanas se aproximam, o cantor porto-riquenho Bad Bunny tem usado de suas redes sociais para expor suas opiniões políticas. Através do Instagram, compartilhou um vídeo de oito minutos que celebra a resistência e a história de Porto Rico, alcançando quase 2 milhões de curtidas em menos de uma semana.
O conteúdo resgata aspectos culturais e históricos do país e surgiu poucos dias após o polêmico comentário do comediante Tony Hinchcliffe no comício do candidato à presidência Donald Trump, que se referiu a Porto Rico como uma “ilha flutuante de lixo”. No vídeo, o cantor exalta o legado da ilha, reforçando seu posicionamento político em um contexto de tensões crescentes.
Anteriormente, em setembro, Bad Bunny lançou seu mais recente single, “Una Velita“, trazendo à tona seu compromisso com o ativismo social através da música. Com sua ousadia e autenticidade características, o cantor não apenas destaca questões que afetam sua terra natal, mas também reforça o uso da arte como uma ferramenta de conscientização.
Na faixa, chama a atenção para a necessidade de mudança e união entre os porto-riquenhos. Sete anos após a tragédia do furacão Maria, a população lida com desafios contínuos, como apagões frequentes e a falta de apoio governamental às vítimas. Assim, a letra utiliza metáforas do tempo e da tempestade para expressar a tensão e a antecipação das dificuldades, enquanto Bad Bunny critica a ineficácia do governo e enfatiza a necessidade de união entre os porto-riquenhos para enfrentar tais crises.
Ao longo da canção, o artista também menciona as 5.000 vidas perdidas após o furacão, ressaltando a indiferença do governo. A repetição da frase “Tá empezando a llover, otra vez va a pasar/ Por ahí viene tormenta, ¿quién nos va a salvar?” (“Tá começando a chover, vai acontecer de novo/ Lá vem a tempestade, quem vai nos salvar?”) sugere também a resiliência encontrada pelos porto-riquenhos. “Una Velita” termina com uma mensagem de esperança, simbolizada pelo nascer do sol e pela velita (vela) acesa.
El Apagón
Bad Bunny já havia abordado problemas sociais em suas músicas anteriores, como em “El Apagón“, do aclamado álbum Un Verano Sin Ti (2022). Esta faixa, que fala sobre os apagões frequentes em Porto Rico, serve como uma denúncia para a população sobre a crise energética que a ilha enfrenta. Através de suas letras, o artista conecta sua experiência pessoal com a realidade da ilha, mostrando como a música pode servir de protesto e resistência.
Para essa canção, o cantor lançou o videoclipe acompanhado de um documentário que explora a realidade de Porto Rico. Intitulado “Aquí Vive Gente“, o filme é apresentado logo após o clipe oficial e aborda uma série de questões cruciais para a ilha, incluindo o aumento dos preços dos aluguéis, problemas sociais e econômicos, além do desenvolvimento de áreas de luxo.
A música também aborda a questão do turismo e a apropriação cultural, com Bad Bunny preferindo as belezas naturais de sua terra natal e saudando a República Dominicana, país vizinho. Ele critica aqueles que tentam se apropriar da cultura latina sem entender sua essência.
Eleições em Porto Rico
Como visto, não é apenas através da música que o cantor se posiciona. Bad Bunny também se destaca nas redes sociais, onde usa sua plataforma, especialmente no Instagram, para expor suas opiniões e declarar seu apoio a temas sociais e políticos. Recentemente, ele tem compartilhado informações sobre as eleições de 2024 em Porto Rico, incentivando seus seguidores a se informar e a se engajar no processo democrático da ilha e dos Estados Unidos.
Porto Rico é um território pertencente aos EUA, mas seus habitantes não têm direito a voto nas eleições presidenciais, uma vez que a ilha não possui representação no colégio eleitoral, mas os residentes podem participar das primárias presidenciais. A diáspora porto-riquenha nos Estados Unidos possui o direito de voto, o que torna essa comunidade um foco importante para candidatos como Kamala Harris, candidata apoiada publicamente por Bad Bunny, e Donald Trump, que têm buscado se conectar com os porto-riquenhos vivendo no continente, reconhecendo sua influência nas eleições.
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O artigo acima foi editado por Clara Rocha.
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