O The Town, festival que teve sua primeira edição em setembro deste ano, foi considerado um sucesso absoluto. Quase 500 mil pessoas compareceram a essa grande festa, que durou ao todo 5 dias, contando com grandes nomes da música nacional e internacional como Bruno Mars, Post Malone, Maroon 5 e Foo Fighters.
O evento aconteceu no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, e muitas mudanças ocorreram entre as datas para proporcionar a melhor experiência para o público. Algumas melhorias foram anunciadas como uma resolução para os problemas expostos em outros eventos realizados no espaço, mas também parece ter desencadeado suas próprias dificuldades.
A Her Campus at Casper Libero foi ao evento e avaliou todos os aspectos do festival mais aguardado do ano. Confira a seguir!
Transporte
Uma das coisas mais interessantes na organização do The Town foi a parceria com a Via Mobilidade, que garantiu o funcionamento dos trens e metrôs por 24 horas exclusivamente nos dias de festival – além de outros tipos de transportes para buscar e levar o público, como os sistemas expresso e semi expresso. Nos dois primeiros dias a linha 9-Esmeralda teve problemas com plataformas e vagões lotados, problemas técnicos e trens em velocidade reduzida. Nos últimos dias, a linha operou normalmente.
Os fãs que optaram pelo ônibus semi expresso, encontrou longas filas. Junto a isso, internautas reclamaram da falta de sinalizações sobre onde estariam esses veículos.
Entrada
O primeiro final de semana do The Town foi marcado por tumultos desde os portões de entrada. Brigas por pessoas que furavam fila, demora na checagem dos ingressos e validação de meia entrada geraram filas extensas. O problema foi resolvido no segundo final de semana, e os portões passaram a abrir às 13h30hrs, e as filas eram previamente organizadas, com ajuda da CET, polícia militar e as equipes da própria organização do festival.
Primeiro dia
O primeiro dia do festival, que ocorreu no dia 2 de setembro, iniciou a programação ‘com o pé esquerdo’. Fortes chuvas tomaram conta do Autódromo ao anoitecer, e só cessaram com o fim do show do headliner Post Malone. Mesmo com a chuva, muitas pessoas não desistiram de acompanhar os shows ao longo do dia. Iggy Azalea e Demi Lovato animaram o público no palco principal, o Skyline, e o cantor de ‘Sunflower’ finalizou o dia com um show de arrepiar, fazendo a chuva se tornar imperceptível.
A força da água levou algumas pessoas desistirem do evento ao longo do dia, o que tornou a chegada na grade do palco possível e criando uma experiência maravilhosa aos que resistiram à chuva torrencial.
Superlotação e visibilidade dos palcos
No dia 10, com o show principal de Bruno Mars e sem chuva, foi possível perceber a superlotação no Autódromo – que dificultou a saída da multidão. A impressão era de que havia mais pessoas do que a organização poderia lidar. A quantidade de stands patrocinadores muito próximos aos portões também atrapalhou a circulação.
O posicionamento dos palcos foi, sem dúvidas, um dos piores erros da organização do The Town. O Skyline e The One estavam bem próximos, e a quantidade de ativações ao redor concentrou um alto fluxo de pessoas na área. Por consequência, muitos tumultos aconteceram na tentativa do público atravessar de um palco para o outro.
Além disso, o Skyline, palco principal, foi colocado no topo de uma “rampa”, causando problemas de visibilidade para espectadores que estivessem na área mais baixa. Os telões instalados não ajudaram a melhorar o problema, por serem consideravelmente pequenos. Levando em consideração o público de 100 mil pessoas por dia, as telas poderiam ter sido maiores, para auxiliar a visão daqueles que estavam distantes do palco.
Alimentação e água
Para se alimentar ao longo do dia era tranquilo, o evento tinha muitas opções de espaços, variedade de preços e ainda contava com o espaço Market Square e com o Mc Donalds, que criou um sistema em que os pedidos eram entregues em 5 minutos.
No quesito das bebidas, a situação era diferente. Nos primeiros dias, principalmente, as filas também se estendiam pelos bebedouros, e era raro encontrar ambulantes. Quando eram achados, geralmente, vendiam apenas cerveja.
Muitas pessoas passavam mal pela desidratação, e a equipe do evento jogava copos de água de uma forma aleatória na multidão. Nos últimos 3 dias de festival, foram instalados mais pontos de bebedouros, amenizando as filas nesse quesito.
Banheiros e filas
A reforma no Autódromo possibilitou o fim dos banheiros químicos no festival. Os banheiros foram elogiados pela limpeza, mas apenas 5 pontos foram colocados no espaço, causando filas quilométricas de até 1 hora de espera.
Último dia
Por ser o encerramento do festival e muitas melhorias terem sido realizadas com o passar dos dias, e a organização superou as críticas. Houve mudanças na maioria dos pontos que poderiam ser melhorados, excluindo as reclamações que afetariam a reputação do evento diretamente.
O show do Bruno Mars em si foi inexplicável, a mistura da energia do artista e o público brasileiro, tornaram a experiência inesquecível. As pessoas estavam vidradas no palco, naquele espetáculo completo.
Apesar dos problemas, é preciso ter em mente que estamos apenas na primeira edição do festival e que, apesar de ser dos mesmos organizadores do Rock In Rio, o local onde ocorre é totalmente diferente. Tudo pode ser considerado e melhorado com o passar dos anos, e erros como a localização dos palcos – ou pequenos telões – não devem se repetir.
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Este artigo foi editado por Gabriela Antualpa. Gostou do conteúdo? Confira Her Campus Cásper Líbero para mais!