Na passagem do ano de 2020 para 2021, o grito de “acabou!” estava entalado na garganta de milhões de pessoas. Nunca quisemos tanto nos despedir de um ano. Sim, o incansável “20/20” terminou e, como em todo começo de ano, o espírito de mudança e esperança se fez muito presente, ainda mais agora, que precisamos tanto dessas expectativas renovadas.
Ok. O ano virou. Mas o que de fato mudou (se é que algo realmente se modificou)? Com a ajuda da astrologia, podemos ter uma resposta. Muitos dizem que o ano só começa realmente depois do carnaval. Astrologicamente, o espírito é quase o mesmo, pois para os cosmos, o Ano Novo começa em meados de março. Em 2021, especificamente, começou no dia 20 de março. O que isso quer dizer?
Segundo a astróloga Angélica Monteiro, “a astrologia é a leitura da natureza e esse estudo tem alguns marcos para se falar do início de ciclos”. O marco de abertura do ano astrológico é o signo de Áries, que sempre será o ponto de partida do zodíaco, já que o sol ingressa na casa inicial em meados de março. Dessa forma, temos — para a astrologia — o ano começando em Áries e terminando em Peixes.
Nessa perspectiva, Angélica nos conta que esse ano estamos com Áries no sol (algo que não muda, pois o ano sempre começa com o sol neste signo) e no ascendente, pois ele é definido em relação ao horário de ingresso do sol nessa casa, que foi por volta de seis horas da manhã do dia 20 de março. Desse modo, essa virada energética e cósmica com o ascendente em Áries pede coragem, iniciativa, novos começos e não ter medo de lutar pelas coisas que consideramos importantes, pois o Áries é um soldado, um guerreiro que traz consigo a energia de colocar a cara a tapa. Se há uma insegurança em começar algo, essa energia dará a potência necessária para se lançar, o que exigirá muita coragem.
Além disso, como explica a astróloga, tivemos no final de 2020 um encontro especial no céu entre os planetas Saturno e Júpiter, a zero de Aquário, os quais começaram a fazer uma grande conjunção (aproximação de dois corpos celestes). Estes planetas, para a astrologia clássica, são considerados como cronocratas, isto é, marcadores do tempo pelo seu movimento mais lento. Quando eles se encontram no céu, um fenômeno que leva em torno de 20 anos, aproximadamente, marcam o início de um novo ciclo, uma mudança de paradigma social.
Durante uma live em seu Instagram (@devanalua), Angélica explica sobre esse fenômenos com mais detalhes.
- Entenda um pouco mais:
-
Consequentemente, chega ao final o último grande ciclo dos signos de Terra (Touro, Virgem e Capricórnio), que acontece desde o século XIX e, agora, após o seu fim, mostrou-se ter sido, historicamente, um ciclo do materialismo que ajudou a consolidar o capitalismo no mundo e os meios de produção. Eles estão ligados à terra, à produtividade com a matéria e à extração de recursos naturais. Logo, a última vez que tivemos esses ciclos de Júpiter e Saturno em signos de Ar (Gêmeos, Libra e Aquário) — como temos novamente agora em Aquário — foi na pré-renascença, no final da Idade Média, em um momento que houve uma grande mudança no mundo e na forma que o enxergamos. Sendo assim, o encontro com os signos de Ar nos leva a trabalhar muito no que tange às questões da civilidade, humanidade, sociabilidade, do coletivo, dos meios de comunicação e das tecnologias.
Nesse contexto, porém, em termos astrológicos, ainda não teremos grandes mudanças para 2021. De acordo com Monteiro, o que ocorre é um desafogar, pois 2020 foi o auge de anos difíceis do século XXI. São anos que trazem reflexões e transformações para a humanidade, exigindo um trabalho denso. De 2021 até 2022 ainda teremos tempos ardilosos, todavia, o sentido coletivo tende a ser um pouco melhor do que no último ano. Em Saturno, que foi de certa forma o regente do ano passado, falamos de limites, regras, compromissos e responsabilidades, uma vez que ele é, em analogia, como um patrão. É ele quem vai cobrar e, se você fez o que tinha que ser feito, terá suas recompensas. Caso contrário, terá que lidar com as consequências do que escolheu. Por sua vez, este planeta ainda segue forte, pois rege Capricórnio — casa em que ficou o ano passado todo — e Aquário — casa que está atualmente. Desta forma, ele está à vontade no céu, fazendo o que é necessário e com força total.
Por fim, o Brasil possui uma revisão da sua imagem perante o mundo. Como explica Angélica, “o país tem ascendente em Aquário, o que tornará o ano bem desafiador para a nação, principalmente para quem está no poder político, administrativo ou social, repleto de exigências e alta demanda de planejamentos”.
Dentro desse cenário, teremos como pontos fortes e fracos para 2021 um Urano no signo de Touro, que traz inovação, ruptura, quebra, revolução e liberdade, propiciando o rompimento com velhos sistemas e padrões. Atrelado a isso, Touro tem como característica astrológica as reflexões e inflexões com as relações de consumo, a ecologia e a inovação. Já em termos pessoais, essa configuração dos astros leva a uma importante questão: o que, pessoalmente, estou resistindo a mudar?
Com isso, os signos mais impactados pelas novas disposições astrológicas serão, de forma geral: Touro, Aquário, Escorpião, Capricórnio, Virgem, Gêmeos e Libra, quando presentes em algum ponto do mapa astral (sol, ascendente ou outro). Contudo, cada época terá um signo mais mobilizado, pois o céu está sempre em movimento. Angélica ressalta que os astros “inclinam, mas não determinam”, isto é, a astrologia é uma dinâmica que está presente na natureza e a forma como lidamos com ela que vai determinar se é algo bom ou ruim, não descartando a nossa responsabilidade e autonomia de escolha, podendo ser oportunidades favoráveis para serem aproveitadas ou não.
Finalmente, em termos de Vênus, ou melhor, das nossas relações e escolhas afetivas, iniciamos um momento de aprendizado e reflexão: estamos aprendendo a nos relacionar virtualmente, a pensar nas relações e nas decisões. Neste sentido, questões como a linha de pensamento, o modo de ver a vida, os valores e o posicionamento político tendem a se tornarem prioridades para as relações interpessoais, um fator muito influenciado pelos signos de Ar.
Como explica Monteiro, “para quem quer viver um grande amor o ponto crucial é saber o que realmente queremos para nós”, pois as escolhas pessoais impactam os outros e, consequentemente, quem se importa com o outro poderá viver esse amor de um jeito responsável, uma vez que “a liberdade vem quando eu me responsabilizo pelo que eu quero”. Para um bom desenvolvimento das relações é o momento de reconhecer que nem tudo é tóxico, visto que, em certas medidas e ocasiões, também somos. É o momento de identificar, primeiro, a nossa própria toxicidade para depois falar do outro, posto que o amor é uma construção, uma condição humana imprevisível e imperfeita.
——————————-
Esse artigo foi editado por Larissa Cassano.
Gostou desse tipo de conteúdo? Confira a home page da Her Campus Casper Libero para mais!