Estreando em julho deste ano no Globoplay, a nova série da Mauricio de Sousa Produções (MSP), juntamente com os Estúdios Globo, conseguiu agradar o público e bater recordes de audiência, aquecendo os corações de quem acompanha o universo da Turma da Mônica. Desde 1959, data da primeira publicação da história em tirinhas, cerca de seis longas animados foram feitos, fora a saga dos filmes “Cinegibi”. De fato, as produções cinematográficas de live-action baseadas em graphic novels vêm surpreendendo cada vez mais.
História
Com redação final feita por Mariana Zatz e direção geral e artística de Daniel Rezende, o enredo foi criado especialmente para a série. A trama é composta por 8 episódios com cerca de 20 minutos cada, narrando diversas vezes a mesma história, mas a partir de diferentes pontos de vista. Isso faz com que o desenvolvimento dos personagens seja mais aprofundado e suas personalidades marcantes, destacadas.
A atenção das crianças é captada principalmente pela identidade visual lúdica, tanto pela ambientação, como pelos figurinos que seguem uma paleta de cores e adereços individuais para todos os personagens.
Apesar da linguagem infantil/jovial, a história não deixa de ser profunda, com lições importantes sobre amizade, confiança, respeito e, em especial, não ter vergonha de assumir fraquezas.
Audiência e repercussão
A estreia do primeiro episódio na TV Globo, no dia 26 de agosto, teve uma média de 14,1 pontos, com picos em 18, segundo o Ibope. Os índices ultrapassaram outras redes que não chegaram nem aos 10 pontos, no mesmo horário. A série também ganhou muita repercussão graças às plataformas Tik Ttok e a função Reels, do Instagram. Nelas, diversos vídeos repostando as cenas com edição feita pelo fãs (mais conhecidos como edits ou fancams) despertaram o interesse do público. Os edits destacam partes importantes da série ou seguem uma trend que já existe no momento, colocando o conteúdo ainda mais em alta. Observamos, então, como o papel dos próprios espectadores foi muito considerável para o maior alcance da produção.
Mudança de elenco e futuras produções
O cast principal da série continua o mesmo dos dois filmes anteriores, com Giulia Benite interpretando Mônica, Laura Rauseo como Magali, Kevin Vechiatto como Cebolinha e Gabriel Moreira como Cascão. No entanto, as próximas obras da franquia terão uma escalação diferente. Marcos Saraiva, produtor-executivo responsável pelo núcleo audiovisual do estúdio, declarou ao jornal Folha de São Paulo o motivo da mudança do elenco, dizendo que a ideia inicial é não prender os atores aos personagens de forma definitiva, o que aumentaria o cachê e afetaria na variedade da inserção deles em outros trabalhos audiovisuais, como no próprio universo da Turma da Mônica, que seria afetado caso algum autor decidisse largar o papel.
Alguns membros do elenco revelam não ver problema em envelhecer junto com o personagem e continuar trabalhando com ele, enquanto outros não declaram muito sobre o assunto, e apreciam o estúdio caso esse queira escolher outro artista para representá-los. Os fãs mostraram-se insatisfeitos com essa escolha e fizeram petições que chegaram até 50 mil assinaturas pedindo a renovação da série e a permanência do elenco foram. A própria empresa MST comentou que está aberta a ouvir a opinião do público, mas nenhuma atualização sobre uma segunda temporada ou seguimento do cast foi anunciada.
Saraiva também sanou outra dúvida, apontando que as futuras produções não fazem parte da mesma linha do tempo e serão baseadas em graphic novels já produzidas pela MSP, e distribuídas em diferentes plataformas de streaming. Isso se dá pois diferentes parcerias são feitas dependendo do filme que está sendo elaborado, então o planejamento de “um universo compartilhado é inviável”.
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Este texto foi editado por Daniela Soares