Cantora, compositora, multi-instrumentista, escritora e ativista, Rita Lee Jones transcendeu gerações e influenciou profundamente a música brasileira. Hoje, dia 8 de maio, completamos um ano sem Rita, que faleceu aos 75 anos de idade, enfrentando uma luta contra o câncer de pulmão. Seu impacto continua a ser sentido, especialmente entre os artistas emergentes que buscam inspiração em sua irreverência, autenticidade e talento musical.
A CARREIRA DA OVELHA NEGRA
Rita Lee nasceu em São Paulo, em 31 de dezembro de 1947. Filha do dentista Charles Jones, um imigrante americano, e da pianista Romilda Padula, a cantora foi incentivada desde nova a tocar instrumentos e a cantar com suas irmãs.
A “padroeira da liberdade” – forma como a própria Rita gostava ser chamada – começou sua carreira nos anos 1960 e logo formou, junto aos irmãos Arnaldo e Sérgio Dias Baptista, a banda Os Mutantes, considerada uma das mais revolucionárias do Brasil por consolidar o movimento tropicália com sons experimentais e mistura de gêneros.
Após cinco álbuns de sucesso, Rita Lee tem um fim de relacionamento turbulento com Arnaldo Baptista, que culminou na sua saída da banda. Logo em seguida, a vocalista forma o grupo Tutti Frutti, onde foi lançado o álbum que é considerado sua obra-prima, Fruto Proibido, e que contém os clássicos “Agora Só Falta Você”, “Esse Tal de Roque Enrow” e “Ovelha Negra”. Tal feito fez com que a cantora se consagrasse como a Rainha do rock brasileiro.
Após sua despedida da banda em 1979, Rita Lee iniciou uma carreira solo e estabeleceu uma parceria notável com Roberto de Carvalho, seu grande amor. Seu álbum homônimo – Rita Lee – vendeu 500 mil cópias, marcando um divisor de águas em sua carreira. O disco marcou sua transição do rock para uma linguagem mais pop, com músicas românticas como “Mania de Você”, “Chega Mais” e “Doce Vampiro”.
Em 2001, a cantora ganhou o Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock em Língua Portuguesa com 3001. Ao longo de sua trajetória lançou 30 álbuns, sendo 17 solos e 13 com Mutantes e Tutti Frutti.
DE GERAÇÃO A GERAÇÃO
Para as novas gerações da música brasileira, o legado de Rita é enorme e inspirador. Sua música continua a ser uma fonte de inspiração para artistas que buscam explorar novas sonoridades e abordar questões relevantes em suas letras. Sua coragem em ser autenticamente ela mesma serve como um lembrete poderoso de que a verdadeira arte não serve apenas para entreter, e sim para provocar mudanças.
Pode-se afirmar, que a cantora deixou um exemplo de como ser bem-sucedida na música sem perder seus valores e opiniões pessoais. Sua carreira é um testemunho de que é possível chegar ao ápice, sem se curvar às críticas da sociedade e do governo.
Artistas como Manu Gavassi, Jão, Liniker e Luísa Sonza são nomes dessa geração que carregam Rita Lee como grande inspiração. Cada um deles já homenageou a cantora de uma certa forma.
“Tudo que ela fez e representa, reflete hoje em artistas da nossa geração. Então, obrigada, Rita, por ter feito tudo que você fez por nós, pelas mulheres desse país e desse mundo e por toda música. Você trouxe alegria e cultura para a gente”, afirmou Luísa, em sua participação no tributo à artista no programa Altas Horas.
Além de prestar homenagem no tributo, Manu Gavassi chamou Liniker para participar do MTV Acústico, onde cantaram ‘Ovelha Negra’ juntas. Já Jão, dá voz a “Jardins da Babilônia”, clássico de Rita, na abertura de “Família é Tudo”, atual novela das sete da Rede Globo.
RITA LEE ETERNA
Enquanto celebramos o legado de Rita Lee um ano após sua partida, é importante reconhecer o impacto duradouro que ela teve na música brasileira e na cultura em geral. Sua voz, suas músicas e seu espírito indomável continuarão a inspirar e influenciar artistas e fãs por muitas gerações. Rita Lee pode ter partido, mas seu legado perdura, vibrante e eterno, como uma das maiores artistas que o Brasil já viu e que sempre estará em nossos corações e ouvidos.
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O artigo acima foi editado por Júlia Salvi.
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